Vasco

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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O GRANDE ESPETÁCULO DE IPOJUCAN


“Entrem todos; venham ver  o maior espetáculo da terra; venham assistir ao incrível; o grande mágico; o maior malabarista de todos os tempos; venham todos conhecer o filho dileto dos deuses; conheçam  de perto o famoso, o insuperável, o grande ‘globe-trotter’ Ipojucan”.
Um  meia que tem isso escrito sobre ele, precisa de quê mais no futebol? Foi assim que o repórter Geraldo Borges, pelo Nº 800 de “Esporte Ilustrado”, comparou a atuação de Ipojucan, durante a vitória do Vasco, por 3 x 0, sobre o São Cristóvão, no domingo dia 6 de agosto, pelo Campeonato Carioca de 1953, quando o homenageado marcou um gol, no casa do adversário – Pinga e Sabará completaram o placar.
O jornalista ficou tão impressionado com a atuação do avante, ao ponto de afirmar que “o espetáculo dominical exigia um desses arengadores, para lhe enaltecer as virtudes”. Arrengador? Sim! O cara que propagandeia o show na porta do circo, do parque de diversões, etc. Pois Ipojucan fez o escriba sentir de perto “a arte e a ciência de jogar futebol; ditar cátedra; ensinar futebol, douto, com toques de autêntica arte coreográfica”. 
“Vitória cômoda do Vasco” foi o título da matéria, com o subtítulo “Ipojucan foi um espetáculo à parte”. Está na página 13, acompanhada por quatro fotos clicadas por Alexandre Miranda, uma delas mostrando o time posado, no qual o craque que fez da bola uma vara mágica para as suas artes inacabáveis, é a figura central do agachado ataque.
Ipojucan está no centro do ataque e se destacava, também, pela altura
 Conta o texto que Ipojucan, aos 19 minutos, deixou Pinga na cara do gol, par abrir o placar.  Seis minutos depois, foi a sua vez de comparecer ao filo, batendo para o alto, da direita, do bico da grande área. “O couro subiu e, como que tocado por oculta mão, desceu, repentinamente, no ânulo direito do arco são-cristovense”, escreveu Geraldo Borges, descrevendo, ainda, que o terceiro tento saiu, aos 28 minutos da etapa final, quando Pinga lançou e Sabará finalizou.
Ao final da matéria, à página 18, o repórter sugeriu que Ipojucan fosse proibido de jogar futebol. Para ele, estava com adiantado no tempo. “Dez anos de adiantamento, no mínimo”.  


  

Um comentário:

  1. Geraldo borges foi um dos grandes esteios da crônica esportiva do rio de janeiro nas décadas de 50/60.era torcedor do botafogo.tinha uma forma peculiar de entrevistar os atletas,procurando saber suas particularidades.trabalhei anos depois ao seu lado quando ele era comentarista da rádio américa.ivan zaki

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