Vasco

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domingo, 14 de setembro de 2014

O AGENTE SECRETO ADEMIR MENEZES

Durante o Torneio Rio-São Paulo-1959, os vascaínos  andaram “meio-devegar”, sem muita pressa de chegar ao gol, com os atgacantesAlmir, Pacoti, Teotônio e Delém eram os caras. Sem pipocas na chapa, o Vasco ficara no 0 x 0 com São Paulo (12.04), América (22.04) e Flamengo (26.04), e escorregara, por 0 x 3, diante do Santos (17.05).    
Aí, o cartolão João Silva fez as contas: Almir só havia colocado um goleiro pra chorar – em Vasco 3 x 0 Palmeiras (18.04) – e Delém dois, somando três tentos – em Vasco 2 x 0 Botafogo (30.04) e em Vasco 4 x 1 Portuguesa de Desportos (09.05). Quem mais balançara o filó fora um carinha que não tinha tal obrigação, o meia Rubens, que deveria se preocupar mais em lançar. Mesmo assim, dos seus  cinco tentos, dois haviam sido de pênaltis. Muita vantagem, não, concluiu. Pior: o treinador Gradim ainda tinha Pacoti, e Teotônio para “matar”, mas eles vinham dando um tempo no gatilho. Razão de o segundo ter sido exilado para a ponta-direita.
E já que os “matadores da Colina” não vinham fazendo muitas maldades com os goleiros, João Silva teve uma autêntica sacada de cartola. Como era amicíssimo do aposentado Ademir Marques de Menezes, o maior ídolo da história do glorioso Club de Regatas Vasco da Gama, após uma peada de final de semana, em seu sítio, chegou o ‘Queixada’ no canto: “Que tal voltar a jogar?”. Ademir, evidentemente, não levou a sério. Achou que o camarada tivesse bebido um vinho diferente, enquanto esperava a brasa assar o churrasco. Mas o homem não desistiu do lance. Ademir, que havia corrido, razoavelmente legal, debaixo de um sol escaldante, estava mais era a fim de molhar o pescoço, por dentro, com uma cervejinha, estupidamente glacial. E livrou-se da indaga do João, com um  despachante “vamos ver” – só que viu demais.
 Dias depois da proposta indecorosa de João Silva, o “Queixada”, secretamente,  voltou a São Januário, para ver se as ferramentas estavam muito enferrujadas.  E voltou mais. Para João Silva, ele não havia esquecido do “manejo da redonda”, com escreviam os cronistas da época. E até tinha um responsável por aquilo: as peladas em seu sítio.
Enquanto Ademir treinava na Colina, o serviço de contraespionagem do Madureira descobriu tudo. Rapidamente, o empresário José da Gama propôs-lhe trair o “Almirante” e trabalhar para o “Tricolor Suburbano”. Chegaram até a conversar sobre o plano sinistro. Mas o Zé lrvara pouca grana na maleta. Ademir não conseguiu nem ser um agente duplo. E, quis o destino que a sua carreira de “agente secreto” durasse por, apenas,alguns treinos. Enquanto ele “ameaçava” voltar aos gramados, Gradim conseguiu dar um jeito nos seus “matadores”. Durante o primeiro turno do Campeonato Carioca, Almir compareceu, por quatro vezes, ao “fundo da cidadela dos arqueiros”. E melhor: o ponteiro-esquerdo Pinga, que gostava mais de jogar pelo meio, para ter mais chances de balançar o barbante, o balançara em seis oportunidades. Sem falar que Teotônio e Pacoti desenferrujaram as suas “garruchas”, e Rubens seguiu fazendo gols, com “atacante enxerido”. De sua parte, Delém interessava ao futebol argentino, e o Vasco não perdia a chance de encher a barriga da burra da Colina.       
    E, assim, se conta a “rush-história” do agente secreto “00Camisa 9, Jeimes Ademir Bom de Bola”. Isto é, ex-bm de bola. Não estava aposentado?  

 

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