O ex-almirante (de um país que nem tinha mar) Vasco
Vasconcelos, torcedor emérito do Vasco da Gama, chegou em São Januário , pouco
antes do treino da tarde começar, e encontrou a cartolada toda falando de
grandes vitórias sobre grandes times. E escutou o desfilar de uma tabela:
26.04.1931 - Vasco 7 x 0 Flamengo; 12.07.1931 - Vasco 5 x 0 Benfica-POR;
16.12.1934 - Vasco 5 x 0 Corinthians-SP; 01.07.1951 - Vasco 5 x 1 Sporting-POR;
08.04.1951 - Vasco 3 x 0 Peñarol-URU; 23.06.1957 - Vasco 7 x 2 Barcelona-ESP; 13.03.1958
- Vsco 6 x 1 Fluminense; 24.01.1999 - Vasco 5 x 1 Palmeiras-SP; 29.04.2001 -
Vasco 7 x 0 Botafogo e 13.02.2011 - Vasco 9 x 0 América.
Terminada a aprontação de 10 "terribilidades"
do "Almirante", o ex-almirante disse pra cartolada. "Mas o Basco
só venceu os originais. Não bateu nenhum um wisky paraguaio. Tem que ter isso,
também, na conta".
Os cartolas cruzmaltinos não entenderam bem aquele
lance. "Time falsificado paraguaio?" Seria um time com o nome de um
outro time famoso? Que lance era aquele? E encarregaram Vasco Vasconcelos de
pesquisar a parada. Rápido, ele solucionou a parada para a cartolada:
"Seguinte, o pá! O Basco não venceu o Racing Club de France, em 1957?
Então, precisamos bater, também, no Racing do Paraguai".
O ex-almirante Vasco Vasconcelos, comandante de esquadras de um país que nem tinha mar, foi à redação da revista “Manchete Esportiva" e pediu ao editor, Augusto Rodrigues, uma matéria com o folião, Sabará, mandando ver durante o Carnaval. No dia, o chefe escalou Gervário Batista para fazer um ensaio fotográfico, e rolou legal. Terminada a seção de fotos, Sabará chegou pra Gervásio e bateu, da marca do pênalti: "Porra, mermão! Quase me mata, hem? Vê, agora, se pinta um trem aí, pra molhar o pescoço por dentro. Preciso me recuperar, pra traçar o samba na avenida."
Gervário encarou o vascaíno e sugeriu que ele desse um chego onde fotógrafos e repórteres se concentraríamos, após a passagem da escola. E Sabará chegou. Gervásio chamou o colega Jader Neves, que chamou Ed Kefel, que chamou Jankiel Gongzarowski, que chamou mais gente, e mais gente foi chegando. De repente, alguém tinha um esquentador de pescoço (por dentro), e toda a rapazida foi no lance. Só que Sabará "foi fondo, foi fondo", até que esquentou o dele mais do que todos os pescoços juntos.
Na quarta-feira de cinzas, o Vasco já teve jogo. E um pênalti ao seu favor. Escalado para cobrar, Sabará acertou a rede. Pelo lado de fora. Ao final da partida, quando ele saía de campo, Gervásio Batista foi-lhe em cima, sacaneando. "Mermão! Este deve ter sido o primeiro pênalti da históra do futebol em que alguém consegue acertar a rede por fora". Ao ouvir aquilo, Vasco Vasconcelos, entrou firme na dividida, com Gervásio: "Colé, oh gajo! Você enche a cara do cara de pinga, e quer que ele acerte a rede por dentro? – Sabará pediu revanche, no próximo Carnaval.
Encarregado de fazer o Vasco vencer um clone falsificado, Vasco Vasconcelos entrou com o time vascaíno no túnel do tempo e baixou no Paraguai, em 6 de março de 1964. Mas a rapaziada não passou de 1 x 1, com o Racing paraguaio. Na volta, ele cobrou de Célio, o autor do gol. "Maijz não pudias fazer dois golos, o gajo?" Célio respondeu, de bate-pronto: "Fazer, eu fiz. Não mandei o juiz anular um". Então, o ex-almirante decidiu que Vasco 1 x 1 Racing do Paraguai era um placar falsificado.
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