1 - Artoff
Gomes da Costa Filho, jogador vascaíno com nome de vodka, mas carioquíssimo,
desde 8 de abril de 1935, saiu da Colina com uma bronca danada dos cartolas
João Silva e Antônio Calçada. Ele cobrava Cr$ 20 mil cruzeiros do Vasco, a
título de “luvas” (graninha por fora),
alegando que o “tutu” ficara acertado pela assinatura do seu contrato, de
Cr$ 10 mil mensais.
Artoff chorava. Dizia não ter arrumado nada
junto ao vice-presidente Calçada. E, pior, ainda, ao se queixar ao João, este
teria lhe dito que vetara a sua renovação de contrato e não lhe devia nada. Depois
do rolo, Artoff foi emprestado ao
Bonsucesso e, posteriormente, trocado por um outro atacante, a revelação
rubro-anil Cabrita. Assim, sentia-se ludibriado pelos cartolas da Colina.
Artoff
era artlheiro do time juvenil do São Cristóvão, pelo qual começara a jogar, aos
18 anos de idade. Corria 1953 e ele participara, como juvenil, de uma excursão,
ao Peru, do time do A do “Santo” . Na
volta, o goleiro Ernani e o coringa Alfredo fizeram-lhe a cabeça para mudar-se
para São Januário. Mudou e o São Cristóvão gritou. Queria prendê-lo, pela sua
assinatura na folha dos recebedores de “bichos”. Mas o Club de Regatas Vasco da Gama era tão
expert em crueldades quanto o Almirante Vasco da Gama. E o surrupiou do “Santo”.
Submetido
à apreciação do treinador Flávio Costa, Artoff foi enviado para o time de
aspirantes. Disputou os Campeonatos Cariocas da categoria, nas temporadas 1955/1956,
e ajudou a rapaziada a carregar taça e faixa, no último dos dois anos citados.
Com o sucesso em baixo, participou, com a turma de cima, de uma excursão à
Europa. Em 1958, estava na galera campeã do Torneio Rio-São Paulo, mesmo tendo
entrado só durante o segundo tempo de Vasco 1 x 0 América (19.03), substituindo
o ponta-esquerda Pinga. Mas, pelo Campeonato Carioca-1956, o técnico Martim
Francisco o havia lançado em três partidas. Em uma delas, marcou gol, em Vasco
6 x 0 Madureira, quando o time foi: Carlos Alberto, Paulinho e Bellini; Laerte,
Orlando e Coronel; Sabará, Livinho, Artoff, Válter e Pinga.
Artoff
esteve, também, em Vasco 1 x 0 São
Cristóvão (02.12), com a mesma defesa e o ataque sendo Lierte, Wilson Moreira,
ele, Roberto Pinto e Pinga, e em Vasco 1 x 0 América (08.12), mantendo-se a defensiva
e o ataque trocando Wilson Moreira e Roberto Pinto, por Livinho e Válter.
Artoff era um jogador útil ao Vasco da Gama. Na mesma
temporada-1956, entrou em amistosos, substituindo Ademir Menezes e Vavá, em
Vasco 2 x 0 e 1 x 1 Atlético-MG (11 e 13 de março) e marcou os dois gols
vascaínos dos 2 x 1 Nacional, de Rolândia-PR (21.03). Em seguida, durante um
giro pela Europa, participou de sete das 19 partidas disputadas, deixando seu
gol em Vasco 3 x 2 Espanyol, na Espanha (03.06), quando a escalação teve: Hélio (Wagner), Dario, Haroldo, Orlando e
Coronel; Djayr (demir Menezes), Laerte, Livinho e Sabará; Válter e Artoff.
O grande dia de glória de Artoff, no entanto, foi
mesmo o 20 de julho daquele
1956. Marcou um dos gols de Vasco 2 x 0 Real Madrid, o então melhor time
do planeta. Em jogo disputado no venezuelano Estádio Universitário, de Caracas,
entrou nesta formação: Wagner, Dario, Haroldo, Orlando (Cléver) e
Coronel (Beto); Laerte e Valter; Sabará, Livinho, Artoff e Pinga. (foto reproduzida da Revista do Esporte).
2 - ORLANDO - Mais de um ano depois da Copa do Mundo-1958, surgiram comentários,em São Januário , que o zagueiro Orlando “estava enrolado na Suécia”. Vinha sendo cobrado, por uma das garotas que viviam tietando os jogadores da Seleção Brasileira, de tê-la engravidado.
2 - ORLANDO - Mais de um ano depois da Copa do Mundo-1958, surgiram comentários,
Junto com os fuxicos, que espantou a torcida cruzmaltina, confirmou-se a notícia de que a sueca Anta Sigrid Sandstrom fora à justiça do seu país, cobrar pensão alimentícia do jogador, pela paternidade do filho Jan Peter. A moça pedia o equivalente a Cr$ 7 mil e 500 cruzeiros, para sustentar a criança, além de Cr$ 20 mil cruzeiros, por ressarcimento de despesas do parto. Uma boa grana para a época, o que muitos jogadores não ganhavam, facilmente.
Após ser informada da cegada de uma carta rogatória expedida pela justiça sueca, solicitando a fixação de uma pensão a título precário, até o julgamento do caso, a Confederação Brasileira de Desportos-CBD solicitou à embaixada do Brasil, em Estocolmo, levantamento da vida pregressa de Anita. Resposta: a polícia sueca informara que a moça tinha vida irregular, mentira ao dizer-se menor de idade.
Pelo relatório da participação brasileira no Mundial-1958, feito para o presidente da CBD, João Havelange, o chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, e o treinador Vicente Feola, citaram que Orlando tivera “conduta exemplar”. Comprovando o que dele fora dito, Orlando colocou-se à disposição das autoridades suecas, para ir ao país esclarecer a situação. Enfim, nada ficou provado. E Orlando casou-se, com Marlene, como leremos abaixo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário