25 DE NOVEMBRO
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A manchete do Jornal dos Sports lançou o apelido que marcou Roberto |
A data não é de conquista de títulos, mas de grande relevância para os vascaínos. Tem vitória sobre um dos maiores "demônios" do futebol brasileiro, o endiabrado Mané Garrincha, e o surgimento do maior ídolo da história do futebol de São Januário, o goleador Roberto Dinamite. Mas tem muito mais para se conferir. Vejamos:
VASCO 3 X 2 BOTAFOGO - Vitória mais do que sensacional, pois o adversário tinha um time de feras, feríssimas . Rolou no Maracanã, apitado por Frederico Lopes, com Pinga, Livinho e Válter Marciano apagando os estrelados alvinegros, em dia, para a época, de "rendaço": Cr$ 995 mil, 898 cruzeiros e 50 centavos. Anote os dois timaços que foram a campo: VASCO: Carlos Alberto Cavalheiro; Paulinho de Almeida e Belline; Laerte, Orlando e Coronel; Lierte, Livinho, Vavá, Válter e Pinga. Técnico: Martim Francisco. BOTAFOGO: Amauri; Rubéns e Orlando; Bob,Bauer e Nilton Santos; Garrincha, Didi, Paulinho, Alarcon e Cañete. Técnico: Geninho.
VASCO 2 x 0 SÃO CRISTÓVÃO - Paulo Amaral, que fora o preparador físico da Seleção Brasileira campeã mundial na Suécias-1958, estava como treinador cruzmaltino. O jogo valia pelo Campeonato Carioca-1961, em São Januário, e o time jogou o chamado "pro gasto". Frederico Lopes apitou e os gols foram marcados por Sabará, aos 15 e aos 75 minutos. Time do dia: Ita; Paulinho de Almeida e Bellini; Nivaldo, Barbosinha e Coronel; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho, Viladoniga e Da Silva.
VASCO 2 X 0 AMÉRICA-RJ - O treinador já havia mudado. Jorge Vieira substituíra Paulo Amaral e vencera o "Diabo", pelo Campeonato Carioca-1962. Mas no estádio de Moça Bonita. O árbitro foi José Gomes Sobrinho e os gols marcados por Sabará e Fagundes, para esta formação: Ita, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha, Coronel, Maranhão, Lorico, Sabará, Fagundes, Saulzinho e Da Silva.
VASCO 1 x 0 JUVENTUS-SC - Os vascaínos são tradicionais “Reis de Convites”. Viram e mexem, estão sendo chamados para os manjados "amistosos bregas" pelo país a fora, os famosos caça-níqueis. Nessas navegações, o "Almirante" rolou pelos mares de Santa Catarina, atrás de uma graninha. Caso do 25 do novembro de 1970, quando foi dar uma mordidinha no cofre juventino, em Rio do Sul. Era uma quinta-feira e só o "Batuta” Silva bateu na rede. Depois daquilo, o time catarinense voltou a convidar o vascaíno, em 1985. Levou de 4 x 0, com Roberto Dinamite (2), Vítor e Cláudio Adão “tirando a costela da Eva”.
VASCO 2 x 0 INTERNACIONAL-RS - Aparício Pires procurava uma manchete para a capa do “Jornal dos Sports” de 25 de novembro de 1971, quando o "Almirante" enfrentaria os colorados gaúchos, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro de Futebol. O setorista em São Januário, Eliomário Valente, informou-lhe que um atacante novato tinha "dinamite nos pés". Não deu outra: “Vasco escala o Garoto- dinamite”, foi para as bancas.
Na noite seguinte, o carinha fez por merecer a promoção na capa do jornal carioca. Mandou uma pancada para o gol e deu no jornal. “Garoto-Dinamite explodiu!”, foi a nova manchete. Nascia por ali o Roberto Dinamite, que viria a ser o maior ídolo e maior artilheiro da história do Club de Regatas Vasco das Gama – e do Campeonato Brasileiro, com 190 gols. Aparício Pires, o autor da manchete que valeu ao antigo atleta incorporar o apelido ao seu nome, foi um carioca que viveu por 82 anos, entre 1925 a 5 de abril de 2008. Teve ótimos texto e criatividade. Cria da “Revista do Rádio”, em 1950, passou por Pasquim, Última Hora, Jornal do Brasil e O Globo, onde aposentou-se, em 1989. Deixou seis filhos, uma das quais jornalista, e seis netos.
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o então deputado Roberto Dinamite declarou: “Ele foi uma pessoa de suma importância no início da minha carreira, porque, quando eu comecei a jogar futebol, era conhecido como Zé Roberto (criado pelo treinador Célio de Souza) e outros jogadores já tinham esse nome”.
Roberto, que presidiu o Vasco da Gama, entre 2008 a 2014, naquele dia na AL, fez um histórico dos seus inícios e do primeiro gol, lembrando que, a partir dali, passara a ser chamado de Roberto Dinamite. “Já incorporei isso ao meu nome oficial” o que ajudou-lhe na carreira política. "Hoje, o torcedor não consegue ver o Roberto sozinho, sem o Roberto Dinamite... O Aparício foi esse grande mentor que me batizou com essa marca”, agradeceu o atleta que vestiu a jaqueta cruzmaltina por 1.022 partidas, sendo 768 oficiais e 254 amistosos, tendo com ela marcado 754 gols.
Para a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol, Roberto Dinamite é o quarto goleador de competições oficiais do planeta, atrás só de Pelé, Josef Bican, da antiga Tchecoeslováquia, e do húngaro Puskas, que fez grande parte de sua carreira na Espana.
Assim, seguramente, o 25 de novembro de 1971 será, sempre, é uma das mais importantes do calendário cruzmaltino, porque naquela noite de uma quinta-feira, 10.449 pagantes viram nascer uma lenda. Carlos Roberto de Oliveira tornava-se “Roberto Dinamite”, ao marcar o seu primeiro gol com como atleta profissional.
Esta história, no entanto, começa em 1970, quando o olheiro Fernando Ramos, o "Gradim" (mesmo apelido de Francisco Ferreira de Sousa, ex-atacante e ex-treinador vascaíno) levou o garoto, de 16 anos, para treinar em São Januário. Aprovado, terminou o Campeonato Carioca Juvenil com 10 gols e sendo o principal “matador” do time. Em 1971, ainda juvenil, aumentou a cota, para 13, tornando-se o goleador máximo do Estadual e, ainda. campeão.
Recado dado, Roberto foi colocado no banco dos reservas do time A, em 14 de novembro, pelo treinador Admildo Chirol, em Vasco 0 x 1 Bahia, na Fonte Nova, em Salvador. Lançado em campo, no começo do segundo tempo, substituindo Pastoril, melhorou o rendimento da equipe, mas não mudou o placar, aberto na etapa inicial. Quando nada, ganhou a vaga de titular em Vasco 1 x 2 Atlético-MG, uma semana depois, no Mineirão, tendo sido substituído, pro Ferreti, no segundo tempo.
Veio, então, a noite do jogo contra o Inter. Chirol deixou o Roberto no banco, durante a etapa inicial. Aos 5 minutos do segundo tempo, o meia Buglê, abriu a porteira gaúcha: Vasco 1 x 0. E os colorados ferveram em cima. Parecia que o empate seria questão de tempo. Enquanto pressionavam, Chirol pensou em substituir o ponta-esquerda Gílson Nunes e mandou aquecer o garoto que já tivera duas chances de jogar pelo time principal, mas ainda não encontrara o caminho das redes.
Eram jogados 27 minutos (52) quando Roberto, na primeira bola que recebeu, partiu quase da intermediária, passando pelos quatro que encontrou pela frente. Na velocidade em que ia, soltou uma pancada impressionante, de fora da área, com o pé direito. O goleiro Carlos Gainete (campeão como Vasco na I Taça Guanabara-1965) não teve como deter aquele chute tão intenso que fez muito sucesso nos cinemas, quando o Canal 100 exibia o ‘jornal da tela’.
Depois do jogo, o repórter Eliomário Valente telefonou para a redação e contou a Aparício sobre a intensidade do chute que valeu a manchete famosa, já citada acima.
Naquele jogo, que rendeu Cr$ 49.675,00, o apito foi de Maurílio José Santiago-MG. O Vasco foi: Andrada; Haroldo, Miguel, René e Alfinete; Alcir e Buglê; Luís Carlos, Beneti (Jaílson), Ferreti e Gílson Nunes (Roberto Dinamite). O Inter teve: Gainete; Bira, Pontes, Flávio e Édson Madureira; Carbone e Paulo César Carpegiani; Valdomiro, Sérgio Galocha, Claudiomiro (Bráulio) e Dorinho (Arlem). (Fotos reproduzidas de www.netvasco.com.br) Agradecimentos).
VASCO 1 x 0 MARCÍLIO DIAS - Amistoso em uma noite das quartas-feiras de 1981, na casa do adversário. Silvinho marcou o gol para esta rapaziada: Mazaropi, Rosemiro, Ivan, Serginho, João Luis, Dudu, Amauri, Marquinho, Ticão, Roberto Dinamite e Silvinho. Foi o segundo dos quatro amistosos disputados com o clube catariennse, entre 1976 e 1987, com duas vitórias e dois empates.
VASCO 2 X 1 BOTAFOGO - No livro de registros dos Estaduais-RJ, o número é 141 nos clássicos entre os dois times. Foi disputado em um domingo, no Maracanã, com 88 895 pagantes conferindo a virada vascaína. Marcelo Vita, aos 32 e Rômulo, aos 39 minutos, foram os "viradores", com o "Almirante" afundando desde os quatro minutos. Arnaldo César Coelho apitou e Edu Coinbra escalou: Roberto Costa; Edevaldo, Daniel González, Ivã e Donato; Oliveira, Geovani e Marcelo; Mauricinho, Roberto Dinamite e Rômulo (Marquinho). Valeu pelo segundo turno e foi o 3.573 jogo da história cruzmaltina.
VASCO 1 X 0 DINAMARCA - Em 1988, os vascaínos eram bicampeões estaduais e faziam um bom Brasileirão. O selecionado dinamarquês já não era mais a "Dinamáquina" da Copa do Mundo-1986, mas contava com um dos melhores goleiros surgidos neste planeta, Peter Schimeichel, e o grande atacante Brian Laudrup. A "Turma da Colina" foi mais esperta no amistoso disputado no Maracanã. No segundo tempo, o apoiador pernambucano Zé do Carmo balançou a rede, pegando rebote de chute do lateral-esquerdo paraibano Mazinho. O juiz foi Luís Carlos Félix e o público pequeno, de apenas 14.104 almas. Carlos Alberto Zanata era o treinador e usou este time: Acácio; Paulo Roberto 'Gaúcho' (Cocada), Pedro Diniz, Leonardo Siqueira e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e França (Ernâni); Vivinho (Tiba), Sorato (Anderson) e Bismarck (William). A Dinamarca teve: Schmeichel, Lars Oslo, Jonnei Larsen, Kristersen, Freemann (Mosseby), Molby, Steffeson (Helf), Henry Larsen, Nilfort, Brian Laudrup (Orensen) e Strudel (Jorgessen). Técnico: Sepp Piontek
VASCO 2 x 0 FLAMENGO - Foi demais. O "Almirante" foi a campo com um time misto, chegando a escalar um dos piores goleiros que vestiram a sua camisa, Caetano. Mas zaga esteve soberba. De saída, Valdir ‘Bigode' já foi encaçapando: um minuto de bola rolando. Recado dado. O "Urubu", que não era bobo, viu que a barra iria pesar e nem se assanhou. Aos 16 minutos do segundo tempo, França trocou de papel com o bicho, virou ave de rapina e estraçalhou a segunda pipoca na chapa rubro-negra. Valeu pela Copa Rio-1993, em uma quinta-feira, no Maracanã, com duelo apitado por Léo Feldman. Treinado por Alcir Portela, o time alinhou: Caetano; Pimentel, Alexandre Torres, Jorge Luís e Ayupe; Leandro Ávila, França e Yan (Hernande); Valdir, Jardel e Gian.
VASCO 7 x 1 São PAULO - Esta segue sendo a maior goleada registrada nesse encontro que rola desde um amistoso em 4 de junho de 1940. A pancadaria brava valeu pela 26ª rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro-2001, em São Januário, com apito de Carlos Eugênio Simon-RS. No primeiro tempo, a “Turma da Colina” até pegou leve. Fez só dois gols: Gilberto, aos 18 e de Euller, “O Filho do Vento”, aos 37.
Na a segunda etapa, e foi um “deus-nos-acuda” para o goleiro Rogério Ceni. Com 3 minutos, Romário pipocou o terceiro na rede são-paulina. Voltou aos 22. Um minuto depois, foi a vez de Léo Lima. Guloso, Romário beliscou mais um, aos 26. E Dedé fechou a conta, aos 34. Paulo César Gusmão era o treinador vascaíno deste time que mandou o santo pro inferno: Hélton; Rafael Pereira (Ely Thadeui)(Botti), Geder, João Carlos e Gilberto; Donizete Oliveira, Jamir (Dedé), Fabiano Eller e Léo Lima; Euller e Romário (foto de 1985).
DETALHE: o São Paulo, que marcou o seu gol aos 45 minutos do segundo tempo e era treinado por Nelsinho Baptista, escalou o que tInha de melhor: Rogério Ceni, Belletti, Júlio Santos, Émerson, Gustavo Nery, Maldonado, Fábio Simplício (Leonardo), Adriano (Alencar), Kaká, Luís Fabiano (Dill), França. Desse grupo, só Dill e Alencar não chegaram à Seleção Brasileira, enquanto o volante Maldonado era da seleção chilena.
Acrescentar à VASCODATA 25 de novembro: Vasco 0 x 0 Fluminense, em 1972; Vasco 1 x 1 Santos, em 1975; Vasco 0 x 0 Goiás, em 1979; Vasco 3 x 3 Bahia