Em
1938, Virginia Hall, filha de família rica de Baltimore, foi recusada pelo
serviço público dos Estados Unidos, porque o Departamento de Estado não
aceitava pessoas com algum membro amputado – ela não tinha a perna esquerda. Virginia, no
entanto, não desistiu. Em 1940, tentou trabalhar no atendimento por
ambulâncias. Fluente em francês, terminou contratada pelo setor de operações
especiais e enviada para a França ocupada pelos alemães. Em Lyon, organizou
movimentos de resistência e chamou a atenção de do temível nazista Klaus
Barbie, que passou a procura-la até por cartazes com fotos apregadas em postes
e paredes. Virginia escapou fugindo para a Espanha.
Livre dos alemães, Virginia Hall chegou à
Inglaterra e foi aceita pela turma de Donovan, que mandou-a de volta à França,
lançando-a de pára-quedas no sul do país. Ali, disfarçada de camponesa,
juntou-se às forças de resistência e ajudou a destruir pontes e descarrilar
trens de carga. Tudo isso com apenas uma perna e uma prótese na outra.
Virginia Hall, apelidada “Cuthbert”, pela
falta de um membro inferior, após a II Guerra Mundial voltou pra casa e viveu
por 78 anos. Foi condecorada com a
medalha da Ordem do Império Britânico,
por bravura, e jamais discutiu, nem mesmo com a família, a sua vida na
espionagem.
INQUIETANTE –
Uma outra mulher recrutada por William Donovan e que tornou-se grande espiã foi
Amy Thorpe Pack. Nascida nos Estados Unidos e casada com um diplomata
britânico, era uma linda mulher que gostava de viver grandes emoções, ainda que
as aventuras fossem perigosas. Por entediar-se com o marasmo na carreira do
marido, aprendeu a atirar com pistolas e entrou em contato com o serviço
secreto britânico, em 1937.
Quando passou a
trabalhar com a turma de Donovan, recebeu a missão de infiltrar-se na embaixada
de Vichy, em Washington, e levantar informações sobre a república francesa no
norte da África e que os Estados Unidos planejavam invadir. Disfarçada de
jornalista, ela seduziu um diplomata e foi nota 10 em sua pauta. A sua nudez
driblou até o vigia do prédio, certo de
que ela estava ali só para transar. E, enquanto ela e o diplomata se entregavam
ao sexo, os seus parceiros de missão fotografaram os documentos que permitiram
aos Estados Unidos, meses depois, invadirem o norte da África e dominar as forças
de segurança de Vichy em menos de uma hora.
EXPLOSIVA – O
presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt reservou para um advogado republicano que o
ajudava a desenvolver ações políticas um importante papel em suas ações de
inteligência, em 1940, quando a Alemanha já tinha pronto um plano para invadir
a Inglaterra. William Donovan era o nome do homem, que fora herói durante a I
Guerra Mundial.
Durante visita de Donovan aos ingleses,
Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill costuraram um
acordo que tornou Estados Unidos e Grã-Bretanha aliados militares e na
inteligência, sobrando para o enviado de Washington o título de Coordenador de
Informações, o que desagradou as agências militares norte-americanas e o FBI.
Diante de
rusgas rolando, Roosevelt passou dois anos enrolando a inteligência do FBI, até
torna-la responsável por espiar a América Latina, e manteve os “milicos” com as mesmas funções. E aplicou-lhe um
golpe, criando, para Donovan comandar, a
Organização de Serviços Estratégicos (OSS). Entre os milhares de recrutados
para a nova organização estava Julia Child, enviada para atuar na China, a fim
de ajudar submarinos norte-americanos a sabotar navios inimigos. Como a área
era repleta de tubarões e estes muito curiosos, terminavam explodindo o que não
deveriam.
Diante de um problema insolúvel, Júlia
experimentou várias misturas, cozinhando-as com repelentes a tubarões. Uma deu
certo e ela marcou a sua passagem pela OAS ficando com o apelido de “Chef
Francesa”, sem nunca antes ter sido estrela no fogão e nem em receitas culinárias.
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