A
decisão do Campeonato Brasiliense de Futebol 2000, entre Gama e Bandeirante,
foi a mais conturbada da história da bola candanga. No primeiro jogo – 25 de
junho -, rolou 1 x 1, diante de 6.104 torcedores que pagaram R$ 8.5365,00 nas
bilheterias do velho e demolido estádio Mané Garrincha. Para os gamenses
– Fernando; Paulo Henrique, Gerson, Nen e Mika; Deda, Washington (Kabila),
Lindomar e Romualdo (Rodrigão); Abimael e Marcelo França (Mário Zan), dirigidos
por Walter Ferreira -, marcou Abimael, aos 21, enquanto o auxiliar de pedreiro
Alessandro ‘Bocaõ” (foto acima) fez o do Bandeirante – André, Viana
(Toni), Junior, Flávio e Rômulo (Roberto); Bira, Evilásio (Duílio), Marquinhos
Brazlândia e Júlio César; Jackson e Alessandro Bocão, comandados por Eurípedes
Bueno -, em prélio apitado por Jamir Carlos Garcez.
O segundo jogo estava marcado para o 29 de junho, no Bezerrão, mas, antes disso, por manobra da Confederação Brasileira de Futebol, para rebaixar o Gama e preservar o Botafogo na Séria A do Brasileirão, a FIFA suspendeu o time gamense, por ter usado um “laranja’” para recorrer à Justiça comum contra o seu rebaixamento. Com aquilo, qualquer clube filiado à CBF estava proibido de encarar o “Periquitão”, até setembro, quando haveria nova reunião para definir a pena que lhe caberia.
Rola a
bola! O juiz Jansen Fialho de Almeida, da Vara Cível de Planaltina-DF, acatou
ação do Partido Trabalhista Brasileiro-PTB e, por liminar, tornou ineficaz a
ação da FIFA contra os alviverdes gamenses. E determinou à então Federação
Metropolitana de Futebol-FMF (atual Federação Brasiliense de Futebol) manter os
jogos finais do Candangão. O Bandeirante, porém, não compareceu ao gramado,
para o primeiro jogo, em 2 de julho, alegando obediência à FIFA e
desconhecimento da decisão da Justiça do DF. O Gama fez a sua parte:
esperou-o em campo, pelos 30 minutos regulamentares, e ficou à espera de
vitória no Tribunal de Justiça Desportiva – evidentemente, o Bandeirante
recorreria.
No 9
de julho, data marcada para o segundo confronto, o Bandeirante repetiu a sua
postura, levando o Gama a querer o título de campeão candango-2000, mesmo com a
Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva da FMF tendo anulado o
primeiro WO. Pouco depois, o presidente da FMF, Weber Magalhães, propôs mudança
no regulamento da disputa, reduzindo-se a melhor de três decisiva para dois
jogos. Se não houvesse gols nas duas pugnas e nem em uma eventual prorrogação,
o Gama levaria o caneco, por melhor campanha geral.
Era,
então, 27 de julho, quando Gama x Bandeirante foram ao Bezerrão para o fim de
papo naquela pendenga. Aos 14 minutos, Evilásio abriu a conta para o visitante.
Aos 22, o zagueiro gamense Gerson (foto) empatou. No segundo tempo, Kabila, aos
15 minutos, em chute de fora das área, fez o Gama passar à frente do placar.
Dez minutos depois, Duílio reempatou o prélio, provocando prorrogação, que não
teve placar movimentado e valeu título aos alviverdes gamenses, pela melhor
campanha.
Imagem montada por torcedores do Gama e reproduzida pelo www.kikedabola do álbum do supervisor alviverde Edvan Aires
Gama 2 x 2 Bandeirante foi apitado por Paulo Renato Viana Coelho, teve1 6.203 pagantes e renda de R$ 16.503,00. O Gama, treinado por Vagner Benazzi, alinhou: Fernando; Paulo Henrique, Gerson, Nen e Rodriguinho; Deda, Kabila, Lindomar e Mário Zan (Ésio); Abimael (Marcelo França) e Romualdo. O Bandeirante, do treinador Eurípides Bueno teve: Alexandre, Viana (Duílio), Junior, Flávio e Ricardo (Roberto); Bira (foi expulso de campo), Evilásio, Marquinhos Brazlândia e Júlio César; Jackson e Toni (Washington).
O rolo
da decisão dos profissionais chegou, também, ao campeonato júnior. O
Clube de Regatas Guará não compareceu ao Bezerrão para disputar do segundo jogo
das finais, levando o árbitro José Caldas a esperar pela passagem dos 30
minutos regulamentares para considerar o “fim de papo”. Como os gamenses
haviam vencido o primeiro pega, por 3 x 2, saíram de campo comemorado o W x O
que lhes dava um tri, com troféu entregue pelo dirigente Paulo César Araújo, da
FMF. Mesmo sabendo que o “Lobo da Colina” não compareceria ao gramado, como
havia divulgado, 824 torcedores gamenses pagaram R$ 1 real pelo ingresso. De
sua parte, os batalhões de Polícia Militar-Gama, com 100 homens, e de Polícia
Especial, com mais 40, não tiveram trabalho, a não ser ficar escutando os
torcedores chingando a CBF, por “vergonha nacional”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário