Nos primeiros tempos de domínio português por estas
bandas de Vera Cruz,, todo terreno da “paróquia” ganhava o nome de possessões portuguesas - ordem do Rei. Seguramente,
não o sabe a maioria dos moradores do bairro de Gamboa, da zona portuária do
Rio de Janeiro, bem como os de locais homônimos em Cabo Frio-RJ, de uma praia
de Santa Catarina e da ilha de Tinharé, na fervilhante Bahia.
Gamboa não é o feminino de gambá, substantivo
de dois gêneros. É concebido como uma pequena área de rio, ou de mar, usada
para a pesca ao natural. Aliás, quem estiver em terras lusitanas próximas, ou na espanhola Badajoz,
encontrará cardápios deliciosos na região praieira de Gamboa.
Reprodução de capa de livro |
Mas,
como nem só de roubos nominais geográficos viviam e vivem os brasileiros, estes
estenderam a curtição larápia a outros itens. Por exemplo, temos clube de futebol chamado Vasco da Gama
(almirante português); torneio intitulado Primeira Liga (disputa ludopédica
inglesa) e conjunto musical denominado The
Brazilian Bitles (banda inglesa, com grafia modificada), usando ternos e cabeleiras iguais - só para citar poucos.
A maior das caras-de-pau das xerocagem brasileiras,
no entanto, é a imitação nominal de “Estado
Novo”, pelo presidente Getúlio Vargas, para o seu ditatorial regime político que
rolou entre 1937 a 1945. Em Portugal, os
militares que tomaram o poder, em 28 de maio de 1926, admiravam o fascismo de
Bento Mussolini e sonhavam com um clone político do italiano. Então, descobriram
um professor de finanças públicas da Universidade de Coimbra, Antonio de
Oliveira Salazar, de 37 de idade e que arrumou a "burra" lusitana.
Reprodução de capa de livro |
Esperto, Salazar viu, rápido, que os militares
que o patrocinavam eram muito burros e armou para ser o dono de Portugal, bem
depressa, o que conseguiu com o apoio, inclusive, da Santa
Madre Igreja Católica Apostólica Romana. Emplacou 40 temporadas de ditadura com
o seu “Estado Novo”. Quem não estivesse com ele estaria contra a pátria. Por sinal,
Fernando Pessoa, considerado maior cérebro literário de sua época, rendeu-olhe
homenagem, escrevendo “Defesa e
Justificação da Ditadura Militar em Portugal”.
Se “roubar” uma denominação ditatorial
política era pouco, então, os brasileiros criaram uma nova modalidade: quase roubar.
Se, em 1945, a oposição a Salazar fora às eleições legislativas pelo Movimento de
Unidade Democrática, por aqui, os “brasucas” criaram a União Democrática
Nacional, que não deixou de ser um movimento contra a ditadura de Vargas - pôijz, pôijz, imitou legal, ó pá!
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