Vasco

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sábado, 19 de maio de 2018

74 - O VENENO DO ESCORPIÃO - UM NÃO ERA O OUTRO E O OUTRO NÃO ERA O UM

    Durante muito tempo, era comum aos brasileiros tornar mulheres e homens xarás. Assim  tivemos os e as Valmir, Valdecir, Coaraci, Juraci, etc. Também, Maria José e José Maria. Mas é sobre um  outro nome comum aos dois sexos que vai rolar uma história interessante. Vamos lá!
Reprodução da Revista do Rádio
 Corria 1955 e, pelos campos de futebol do Rio de Janeiro, havia um jogador chamado Nair José da Silva. Pelo mesmo momento, apresentava-se pelos palcos  da terra a cantora batizada e registrada por Nair José da Silva. Ao saber do fato, o radialista Paulo Roberto não perdeu tempo para turbinar o seu programa, “Nada além de dois minutos”, pela Rádio Nacional, a dona da maior audiência no país. 
 Neste seu programa, de meia-hora, patrocinado pelo Sabonete Gessy - no ar desde 1947 – Paulo Roberto (10.09.1903 a 13.12. 19730, na verdade, José Marques Gomes, mineiro, de Dom Silvério, médico obstetra e orientador de jovens colegas, abordava vários temas, a partir das 20h dos domingos, horário nobre da emissora, pouco antes de as rainhas do rádio, Emilinha Borba e Marlene, se apresentarem.
 Pois bem! Nair José da Silva não entendia nada quando lhe telefonavam perguntando pelo seu show de sábado. Da mesma forma que Nair José da Silva, quando ligavam para avisar que o treino da tarde mudara de local. Juntados por Paulo Roberto, divertiram bastante pela Nacional. Tanto que a Revista do Rádio – disputava com a revista O Cruzeiro e a própria Rádio Nacional a liderança do jornalismo de entretenimento e fofocas do meio artístico – tratou, correndo, de fazer duas páginas com os dois xarás, sob o título: “Jogador de futebol ou cantora?”.
Reprodução da Revista do Esporte
 Com Nair José da Silva vestida de jogador de futebol e Nair José da Silva  de cantor, ao pé do microfone, o ensaio fotográfico valeu sete “clics” para a edição N 303, de 2 de julho de 1955. Quando foram a um gramado, a Nair mulher surpreendeu, demonstrando conhecer futebol e revelando que, quando garota, jogava muita bola pelo meio da rua onde morava, sendo bamba nas peladas dos meninos e não levando desaforos para casa. Ninguém roubava o seu time.
 Nair mulher, um dia, resolveu usar o apelido da irmã Belinha (Isabel) e virou Belinha Silva. Começou a vida artística pela Rádio Guanabra, passou por várias outras emissoras até chegar à Rádio Nacional. Quanto ao Nair homem, as  suas últimas bolas rolaram pelo time amador do Esporte Clube Parames, de Jacarepaguá.
 Esta história, no entnto, não termina por aqui. Há, ainda, um outro Nair José da Silva no lance e que teve mais brilho do que o xará da bola, tendo sido considerado jogador de nível de Seleção Brasileira.
 Nascido, em Itaperauna-RJ, em 20 de maio de 1937, Nair passsou pelo Madureira, Botafogo de Ribeirão Preto-SP, Portuguesa de Desportos, Corinthnans e Atlético-PR. Embora tenha-se revelado muito bom de bola, é mais lembrado por um bola fora: em 17 de dezembro de 1966, aos 42 minutos do segundo tempo, perdeu o pênalti que poderia ter encerrado o tabu, de nove temporadas sem vitórias do Corinthian sobre o Santos de Pelé, por Campeonatos Paulistas – nessa, Nair não foi.  

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