Vasco

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sábado, 31 de agosto de 2019

O VENENO DO ESCORPIÃO - TRATADO DE VERSALHES-100; II GUERRONA OITENTÃO

O jornalismo brasileiro é muito atento às datas importantíssimas, chamadas, hoje, por pontuais. Neste ano, no entanto, a rapaziada esqueceu do Tratado de Versalhes, que assopra 100 velinhas.
www.setimistória.blogspot.com colocou na The Net esta charge que o Kike
reproduz, sobre o momento em que a conta chegou para o alemão pagar
 Aquele foi um pacto assinado, em 28 de junho de 1919, pelas potências militares europeias e + os Estados Unidos, com a Alemanha, culpando-a pela eclosão da I Guerra Mundial e punindo-a com reparação aos países prejudicados.
 O pacto vinha sendo negociado desde 18 de janeiro e foi a continuação do Armistício de Compiègne, que terminara com a guerra. Para os alemães, fora mais do que uma humilhante imposição. Custara-lhes perder parte de seu território,  todas as colônias e, ainda, ficar com a obrigação de reduzir o seu exército.
Pela Alemanha, assinou o documento o ministro do Exterior, Hermann Müller, enquanto do outro lado estiveram as canetas dos primeiros-ministros italiano, britânico e francês, respectivamente, Vitório Orlando, David Lloyd George e Georges Clemenceau, e a do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson.
O Japão, também considerado país vencedor da I Guerra Mundial, chegou a participar das negociações, mas terminou deixando tudo por conta dos quatro grandes, que não foram cinco porque a  soviética  Rússia negociara a paz, em separado, pelo Tratado de Brst-Litovsk, de  1918, cedendo à Alemanha uma grana firme e grandes faixas de terras.
Herman Müller - reproduzido do
Bundesarchiv Bild - deixou o jamegão
no documento
 Pelo mesmo motivo de negociar em separado, os Estados Unidos não ratificaram a decisão da Liga das Nações, por sinal, por duas ocasiões. Isso por conta de o seu Partido
Republicano ter assumido o controle do Senado e achado excessivas as penas impostas aos alemães. Os caras ficaram com peninha deles e, em 1921, negociaram com os tais o Tratado de Berlim  hoje, são amiguinhos, aliadíssimos. 
 O Tratado de Versalhes ganhou tal nome por alusão ao palácio xará, onde, a partir do janeiro citado acima, os 70 delegados representantes de 27 nações iniciaram discussões na Sala dos Relógios, do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Fança.
Documento fechado, a sua ratificação, pela Liga das Nações, só rolou no 10 de janeiro de 1920. Mas a conta das idenizações só chegou à  Alemanha em 1921: US$ 33 milhões de dólares, grana que, hoje, não paga uma rodada de cachaça.
 Para historiadores alemães,  la plata  teve desdobramentos trágicos. Eles asseguram que a saída da dita cuja do cofre de sua terra favoreceu a subida de Adolf  Hitler ao poder, como chanceler, em 30 de janeiro de 1933,  e, por tabela, fez pipocar a II Guerra Mundial, tempinho depois de os líderes mundiais terem deixado o seu jamegão no Tratado de Versalhes
Se estão certos, ou não, o certo é que, em 1938, a II Guerra Mundial poderia ter sido evitada, caso Adolf  Hitler não tivesse sido tão neto da puta – a avó dele fora passada no saco pelo patrão.
O seguinte é o seguinte: era 29 de setembro de 1938, quando Hitler convidou os chefes de Estado britânico (Neville Chamberlain), francês (Édouard Daladier) e o italiano Benito Mussolini, para darem um chego na alemã Munique. Levou apenas 20 minutos para passar a conversas nos três, prometendo não atacar países vizinhos da Alemanha, em troca de uma parte da antiga Tchecoeslováquia, onde viviam três milhões de almas.  Como ele já havia anexado a Áustria, com mais aquela terrinha, teria, então,  espaço legal para cuidar de sua raça germânica.
Os Estados Unidos, do presidente Wilson
 - reproduzido de capa de livro -
 não ratificaram documento da Liga das Nações
 O Acordo de Munique foi assinado sem que os visitantes dessem conta de que não havia na mesa nenhum representante da Tchecoeslováquia. Papel assinado, no dia seguinte, Hitler invadiu Praga a capital daquele país, deixando  perplexo quem soube da existência o documento, que passou a ser chamado por Traição de Munique. Mesmo assim, só depois de invadir a Polônia, em 1º de setembro de 1939, os caras resolveram encarar os alemães com os seus canhões.      
O caso fez Chamberlain virar bandido, ser considerado o pior primeiro-ministro britânico da história e perder o emprego para Winston Churchil, que tinha espírito beligerante. Assim, do ponto de vista de historiadores alemães, por US$ 33 milhões de dólares estipulados pelo Pacto de Versalhes, menos do que fatura, anualmente, um atual astro do futebol, o planeta redondo como uma bola foi, novamente, à guerra – que bola fora!  




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