Vasco

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domingo, 25 de agosto de 2019

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - MARIA ALCINA, CANTORA MARAVILHA

Disco que lançou a  voz rouca de contralto 
Até 1969, quando morava en Cataguases-MG, onde nascer (20.04.1949, Maria Alcina não sabia quem seria o atacante flamenguista Fio.  Garota de vida dura – criança, trabalhou como faxineira. Adolescente, foi servente de obras e  operária de fábrica.
 O seu destino, porém, estava marcado para as artes. Passou por grupo teatral e coral de igreja. Aos 20 de idade, foi para o Rio de Janeiro, participar de trilha sonora de filme cinematográfico. Ficou por lá, como secretária de uma produtora musical. Em 1971, pela Chantecler, gravou o seu primeiro disco, canando Azeitonas Verdes e Mamãe, coragem”.  Em 72, fez temporada de sucesso em boate de Copacabana e valeu convite par participar do 7º  Festival Internacional da Canção da TV Globo. Emplacou, com “Fio Maravilha”, de Jore Ben (atual Benjor).
Fio, de repente, Pelé,
 depois zé mané
 Mineiro, como Maria Alcina, mas nascido (19.01.1945) em Conselheiro Pena, o atacante Fio – João Batista Sales – encanatou o cantor/compositor Jorge Ben, marcando um gol de placa, (como conta a canção), em  (15.01.1972)  Flamengo 1 x 0 Benfica-POR,  no Maracanã. Todo desengonçado, com dentes esquisitos, Fio fazia lance de Pelé e, de repente, de zé mané, perdendo gols feitos. Estava em uma lista de dispensa do Flamengo, quando foi mandado pro jogo, pelo treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, substituindo um colega contundido. Marcou o golazaçaço, faltando 12 minutos para o final da partida, garantiu o emprego e sobrou sucesso para Maria Alcina, que incendiou a galera.
Além de Fio Maravilha, a mineirona Maria Alcina gavou outras músicas com temática futebol, entre elas Camisa 10 da Gávea”, também, de Jorge Benjor, homenageando Zico;  o hino Corinthians", de Lauro D’Avila;  a marcha “Transplante corintiano”, de Manoel Ferreira, Ruth Amaral e Gentil Júnior, e uma música de de Pelé, “Acredita no véio”.
Este visual apavorava a Ditadura brasileira
Pela década-1970, quando o Brasil vivia no regime político dos generais-presidentes da República. Trajada como odalisca, vibrando voz rouca de contralto, saída d visual andrógino, irreverente e  cheia de plumas e paetês. Fez gestos de jogadores comemorando gols e empolgou, principalmente, a torcida do Flamengo.
 Só a Ditadura não gostou. A viu com postura libertina, “ameaçando a moral e dos bons costumes brasileiros”. Em 1974, Maria Alcina foi proibida de apresentar-se em público e teve vetadas as suas gravações em rádio e TV. Mas ela sempre afirmou que à época não tinha politização e nem pensava em contestar nada.
Se ditador brasuca abominava Maria Alcina, os Estados Unidos a adoravam. Durante a década-1980, ela fez inúmeros shows para o Tio Sam, desbundando, sobretudo, com músicas carnavalescas e repertório de Carmem Miranda.  O seu visual  (veja foto abaixo) despertava a curiosidade do povão norte-americano, o que  chegou a valer pedido de casamento. Em 1995, o Tio Sam voltou a chama-la para cantar pra ele. Ela já gravou oito álbuns individuais, sendo os últimos é De Normal Bastam os Outro-(2013, e Espírito de tudo-2017 - maravilha de artista.   
     

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