19 de julho de 1988 - Vasco da Gama e Flamengo iniciavam a decisão do Estadual-RJ. Aos nove minutos, Bebeto abriu o placar, para os rubro-negros, e foi tripudiar diante da torcida vascaína, mostrando a camisa 9 – grande erro!
A atitude do atacante baiano terminou sendo um 12º jogador da Turma da Colina. Injuriada, a rapaziada encheu-se de energias para responder do jeito que construiu a história do Almirante: com virada de placar. “Aquele gesto do Bebeto irritou a gente”, desabafou o lateral-direito vascaíno Paulo Roberto Gaúcho, enquanto o apoiador Geovani acrescentava: “Entramos com muita garra no segundo tempo, para mostrar que futebol se ganha jogando sem provocações”, falaram ambos, para a revista Placar - Nº 942, de 24.087.1988.
Segundo a semanária, da Editora Abril, “...o Flamengo não resistiu (ao Vasco) e o jeito foi abaixar a cabeça”. Passou a ver o Almirante precisando só de empate, na quarta-feira que viria, para ficar bi. “O eficiente Zinho (do Fla) não achou mais Geovani...”, conta Placar, enaltecendo o craque vascaíno que liderou a virada, no segundo tempo, quando Bismarck empatou, aos cinco minutos mandando um chutaço indefensável para o goleiro rubro-negro Zé Carlos, que veria o pior, aos 16, quando Leandro tentou recuar-lhe a bola. Romário surgiu, como um raio, na frente dele, dominou a pelota, aplicou-lhe um lençol e tocou-a, com a cabeça, para a rede. E atribuiu parte da sua glória à vizinha Maria Rosa do Nazaré Pereira. “Foram as suas rezas que ajudaram na recuperação do meu joelho (machucado)”, disse.
De todos os vascaínos vencedores daquela tarde de domingueira no Maracanã, o mais eufórico era o meia Henrique, afirmando que ganhara quem tivera mais determinação. Do lado do rival, o atacante Renato Gaúcho Portaluppi tentava esvaziar o ôba-ôba dos repórteres em cima de Geovani, dizendo: “O Geovani precisa falar menos e jogar mais. Se não tomara cuidado, ele vai ver o que o espera, na quarta-feira” – não viu, como veremos em um futuro post do Kike. Aguarde!
Daquela vez, a proeza do Vasco vira-vira – Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Donato, Fernando e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Mazinho; Vivinho, Bismarck e Romário, dirigidos por Sebastião Lazaroni – foi assistida por 24.790 pagantes, com arbitragem de Aluísio Viug.
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