Vasco

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sábado, 6 de dezembro de 2014

O ELEGANTE SEU ZEZÉ MOREIRA


A “Revista do Esporte”, que circulou entre 1959 e 1970, publicava seções – Bate-Bola, Ficha do Craque; Raio X de Corpo Inteiro; Gosto Não Se Discute; Como vive... e Confissões de... – que eram um festival de revelações pessoais do focalizado.  Tudo para satisfazer a curiosidade dos leitores, que escreviam à redação indagando sobre preferências dos seus ídolos.
Entre 1965/1966, quando dirigiu o time vascaíno e ganhou três títulos – I Torneio Internacional de Verão do IVCentenário do Rio de Janeiro; Taça Guanabara e Torneio Rio-São Paulo (dividido com Botafogo, Santos e Corinthians, por falta de datas para uma decisão) – o treinador Zezé Moreira entrou, também, para o rol dos que mereciam a curiosidade dos leitores. E foi chamado ao “confessionário”.
 Alfredo Moreira Júnior, filho de Alfredo Moreira da Silva e de Antonieta Fêrmo da Silva, nascido em 16 de outubro de 1908, em Miracema-RJ, confessou ser marido de Maria Helana Faria Moreira e pai de Wilson Faria Moreira (centroavante do Vasco, na década-1950). E que o apelido de Zezé surgiu nos tempos de garoto das peladas.
Ele não escondeu do repórter ser portador de muitos defeitos, de ficar, quase sempre, de mau humor, devido o andar de sua profissão, mas reconhendo os erros. Certo só estava de jamais ter bebido cachaça ou uísque, e de que nunca tivera a ilusão de tornar-se um homem rico. Preferia continuar como estaava, feliz como vivia, embora não soubesse a receita da felicidade, “se ela existe”, ressaltava.
Sujeito muito elegante no trajar, Zezé Moreira revelou ter o cinema por uma de suas diversões prediletas, de gostar de ouvir o antigo samba-canção e da tonalidade azul. Não gostava de falar sobre politica partidária.
Desde 1943 no ofício (começou como auxiliar técnico, no Botafogo, imediatamente após encerrar a careira de atleta), Zezé não via distinção entre a mulher do passado e a do seu tempo. Para ele, “será sempre a mesma, em qualquer época”. Preferia encontrá-la, sempre, perfumadas e nunca sofisticada, impura e desleal. 
O então treinador cruzmaltino disse ter sido, sempre, combativo, e prometia seguir assim. Que procurava ser sensato; costumava dar esmolas e visitar amigos enfermos, em hospitais. Não se considerava uma pessoa famosa; não acreditava em mabumba e mau olhado; não carregava amuletos; jamais se decepcionaras com amigos e jamais fora procurado por colegas pedindo conselhos.
 Zezé Moreira confefssou, ainda, ter perdido a conta dos prêmios e troféus recebidos ao longo da vida futebolística e disse ter “provas claras” de que as transmissões dos jogos de futebol pela TV afastava o público dos estádios. Disse, ainda, não ter manias, e afastava a possibilidade de escrever um livro sobre a sua trejetória, por entende que “nada tenho de interessante, em minha vida” – nos gramados, tinha, e muito!                     

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