Vasco

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domingo, 25 de dezembro de 2016

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - MARIA, SÍMBOLO DO CRISTIANISMO

 A tradição cristã tem Maria como a virgem que gerou Jesus (Yeshua), em parceria com o Espírito Santo. Esposa de José (Yosef), ela seria filha de Joaquim com Ana, conforme Tiago, cujos textos não constam da Bíblia. Para compreender bem os seus passos da jovem judia é preciso passear bastante pelos evangelhos. Vamos lá?  
 Primeiramente, Maria é Mariam na tradução do aramaico, a língua dos judeus de antes da era cristã. Também, o seu nome nos evangelhos, originalmente, escritos em grego.  No Velho Testamento, em hebraico, é Miriam, xará da irmã de Moisés. Os pesquisadoras jamais conseguiram determinar, com exatidão, a data do seu nascimento, mas tomando por base o Novo Testamento e o que este conta sobre o nascimento de Yeshua, dão um desconto em um erro de cálculo no surgimento do nosso calendário, no ano 4 Antes de Cristo, e lavram a sua certidão de nascimento por volta do ano 20 AC.     
 Pesquisas arqueológicas mais modernas quebram o mito de que Maria teria sido a mulher de um carpinteiro pobretão, e promovem Yosef a construtor. Os atuais analistas evangélicos o consideram assim, deixando a interpretação tradicional por conta de tradução imprecisa nos evangelhos do termo grego "tekton", que poderia definir tanto o trabalhador da madeira, como o do ferro ou da pedra. Há, inclusive, relatos de que Yosef teria uma oficina mais voltada para a produção de peças para arados e carroças.
O retrato falado de Maria de Nazaré, informado
 por Emmanuel a Chico Xavier, em 1983, e
pintado por Francisco Avela.
 Antes de Mariam conhecer Yosef, a sua família deixou Jerusalém, o grande centro econômico e políticos judeus, e rumou para o norte. Passou pela Samaria e parou pela Galileia, região mais fértil, mais chuvosa e mais verde, onde surgiu a vila de Nazaré,  ponto muito afeito aos colonos, entre os quais ao achados computam os bisavós, ou avós da virgem que passou a maior parte de sua vida por ali.
 Muito provavelmente, também, Mariam pode ter se casado com Yosef quando ela tinha entre 13 e 14 anos de idade, comum entre as mocinhas do pedaço, inclusive com homens mais velhos, caso do marido dela, que era um bom partido, sem falar que as famílias costumavam fazer tais acertos. Para Joaquim e Ana, um bom negócio, pois Mariam não deveria ter estudos. As escrituras relatam que o ensino dos judeus só contemplavam os garotos.

VIRGEM - Há teólogos mais modernos que não chegam a ser tão fanáticos quanto a Igreja Católico em torno da virgindade de Maria. Estes vão a 740 AC e dizem que os tradutores eraram ao lerem as profecias de Isaías, em Jerusalém, quando este previu o nascimento de um menino diferente de todos os existentes. Seria Emmanuel, o que significava "Deus entre a gente", em hebraico. Quando diz que a mãe da criança está grávida, o profeta usa o termo "almah", isto é, jovem em idade casadoira, o que poderia, também, valer para as que não fossem virgens. Traduzido para o grego, "almah" ganhou por correspondente "parthenos", que significava virgem. E foi por ali que Mateus levou a Virgem Maria para o seu evangelho,    
 Por sinal, apenas Mateus e Lucas escreveram sobre a gravidez de Maria. Marcos, o evangelista  pioneiro, e João, o derradeiro, não tocam no tema. Mas o segundo menciona o enviado Anjo Gabriel à casa de Maria, para anunciar-lhe a vinda de Jesus, em Nazaré. Fala, também, da viagem a Belém, com José, a fim de se recensearem junto aos romanos. Nesse ponto, Mateus diverge de Lucas, fazendo crer a dupla residia em Belém e só pinta em Nazaré após voltarem do Egito, rota de fuga para salvar a criança das garras do Rei Herodes.
 Afinal, Maria deu a luz a Jesus em Nazaré, ou em Belém? Esta era a terra de Davi, o fundador do velho reino de Israel, destruído pelos assírios, oito mil anos antes de Cristo. Interpretações teológicas mais moderna apostam em Belém como mera simbologia, por convir mais divulgar Jesus como nascido na terra de quem representaria. Além do mais, Nazaré era uma vila insignificante.
Maria o menino, na imagem da diocese paulista de de São João da Boa Vista

FILHOS -  O evangelho de Marcos dá a impressão de que Maria não teve só Jesus por filho, mas Tiago, Joset, Judas e Simão, além de mais duas meninas, pelo menos. No entanto, teólogos do início do cristianismo apostavam em filhos de um casamento anterior de José.
De sua parte, São Jerônimo entendia que fossem primos e que esta deveria ser a tradução correta da palavra "irmão", que em hebraico e aramaico toca a parentescos como sobrinhos, ou primos. Mas, Paulo, em suas cartas, chama Tiago de irmão de Jesus.
  Depois de perder o marido, Maria passou a ser uma mulher sozinha, porque Jesus, a partir dos 30 anos de idade, mais ou menos, saiu a pregar a sua palavra. Ela seria parente de Isabel, mãe de João, o padrinho do filho. Quando Jesus deixa Nazaré,  praticamente, Maria desaparece dos evangelhos. Os indicativos, de acordo com os "Atos dos Apóstolos", de Lucas, são os de que ela passa a velhice morando com Tiago, em Jerusalém. Teria vivido mais de 80 anos de idade, embora os evangelhos não demarquem o seu fim.
Seja como for, Mariam, a mãe de Yeshua, entrou para a tradição cristã como a divindade do amor materno, embora não tenha sido a primeira. O "homo sapiente" ainda nem havia atingido o estágio em que nos encontramos, e já pensava nas deusas da fertilidade.             
 

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