Neste
Natal, os mais de dois bilhões de cristãos espalhados por todo o planeta
comemoraram os 2.013 anos do nascimento de Jesus Cristo. No Brasil, eles
representam 74% da população, que já passa dos 200 milhões de almas. Embora
alguns sejam displicentes com as suas obrigações, carregam uma fé inabalável em
sua divindade.
O brasileiro aceita quase tudo, menos que o
sujeito seja um ateu. Pesquisas já mostraram que 84% dessa gente nada teria
contra um negro na presidência da república; 57% aceitam mulheres no mesmo
posto e 32% votariam em um homossexual. Mas, se o candidato for alguém que não
dá a mínima pra Deus, se muito, ele comoveria 13% do eleitorado.
Ele declarou-se ateu perto do final de sua vida |
DAS MAIS DE DUAS CENTENS de milhões de brasileiros, 97% responderam pesquisas dizendo acreditar em Deus. Desses, 93% botam fé na ressurreição de Cristo. Uma outra consulta ao povo mostrou que 86% não admite a ninguém duvidar da virgindade de Maria, a mãe de Jesus. Por mais que a ciência apresente provas de suas descobertas, como, por exemplo, a origem do nosso planeta e de quem o habita, os doutores podem rasgar os seus diplomas, pois o teísmo não será abandonado pela fé do brasileiro.
Há quem veja um sujeito sem religião como um
ateu. Mas não é a mesma coisa. Entre aqueles, há os céticos, agnósticos,
secularistas e até quem acredite em Deus. Só não vai à sua casa. Eles
representam 2% dos brasileiros, enquanto os ateus são só 1%. Em todo planeta,
não passam de 4%. Logo, são poucos, pegando pela frente o grande número de
cristãos, judeus e muçulmanos, os três
grandes grupos monoteístas.
Surpreendentemente,
as últimas pesquisas revelaram a Bahia, terra de todos os santos e onde foi
celebrada a primeira missa no Brasil – em 26 de abril de 1.500 –, o terceiro estado brasileiro com mais
sem-religião. Salvador, que a lenda diz ter 365 igrejas, lidera o ranking das
capitais nacionais, com 18% de quem jamais foi a algum culto. A liderança é do
Rio de Janeiro, onde, por sinal, a maioria dos católicos está se tornando
neopentescotal.
O
ATEU SÓ PASSOU A SER MAIS discutido a partir do iluminismo, no
século 18. Hoje, eles afirmam que moralidade não depende de religiões e que um
ateu pode ser bom e ético. Moralidade, porém, não é causa de religião. Josef
Stalin, considerado responsável por 20 milhões de execuções na Rússia, se dizia
ateu. Adolf Hitler, que planejou acabar com os judeus, afirmava ser religioso.
A própria fé religiosa já derramou muito sangue, como as Cruzadas cristãs, a
espada do islamismo, em busca da sua expansão, e a luta entre cristãos e
protestantes da Irlanda do Norte, só para citar poucos exemplos.
Adolf Hitler se dizia religioso, mas queria exterminar uma raça |
Seguramente,
o Brasil, país mais católico do mundo, tem muitos ateus e sem-religião devido a
modernidade, o aumento da escolarização e da profissionalização de camadas
sociais que antes ficavam estáticas. Nos Estados Unidos, há uma corrente
filosófica de ateus, segundo a qual só com o fim da fé se poderá criar uma
civilização global. Para estes, a fé divide. Pode ser boa no nível pessoal.
Coletivamente, torna-se um desastre absoluto quando governos a usam para fazer
politicas públicas. Realmente! Já vimos este filme. Onde mesmo?
OBS: fotos reproduzidas de capas de livros escritos pelos autores. Agradecimentos deste blog que não tem fins comerciais.
NOTE: photos reproduced from book covers written by the authors. Thanks for this blog that has no commercial purposes.OBS: fotos reproduzidas de capas de livros escritos pelos autores. Agradecimentos deste blog que não tem fins comerciais.
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