Durante muito tempo da
década-1960, falou-se na criação de uma loteria esportiva, pelo governo
brasileiro. Além da Carta Patente 368 conseguida pelo Comitê Olímpico
Brasileiro-COB, junto ao Ministério da Fazenda, para amparar entidades
desportiva, o mais ficava só nos papos, enquanto mais de 30 países operavam o
sistema, há mais de duas décadas, dos quais o mais falado por aqui era a
Totocalcio, da Itália.
Já que o torcedor brazuca não
apostava em uma loteria oficial, rolavam os bolos esportivos e discussões se
eles eram, ou não, ilegais. Para a Lei de Contravenções Penais, eles eram, por
serem considerados “jogo de azar”.
Embora a lei desse os bolões por
ilegais, o Conselho Nacional de Desportos-CND (extinto em 1993) os consideravam
concurso de palpites – acerta e erra -, e via as loterias fora da curva, por
incluírem sorteios, consentido pelo mesmo Estado que proibia os “jogos de
azar”’.
No meio desse rolo, o presidente do Conselho Nacional de Desportos, o deputado paulista Rogê Ferreira, reuniu presidentes de conselhos regionais de desportos, em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Brasília, mas os papos ficaram só no ar. A Guanabara – fundiu-se com o Rio de Janeiro, em 1975 – nem tinha um conselho desportivo.
Pelos finais da década-1960,
depois de muito papo e nenhuma ação efetiva, o Brasil ficou mais perto da sua
loteria esportiva. Inicialmente, falou-se em Concurso de Prognósticos, regido
pela legislação penal, e previu-se que arrecadaria cerca de Cr$ 300 milhões de
cruzeiros anuais (cerca de 400 milhões de reais, hoje), com os apostadores
tendo à disposição 13 partidas de futebol para a escolha do vencedor, ou um
empate, em prélios de campeonatos estaduais ou de amistosos, com esta divisão
da grana, abaixo:
10% para agentes lotéricos; 45%
do que sobrara do primeiro iten para premiação; 40% para a Legião Brasileira de
Assistência e os desportos – grana esta dividida em 40% para a Confederação
Brasileira de Desportos (atual CBFutebol); 30% para o CND; 20% para as
confederações e 10% para o COB – e 15% para as despesas de administração, que
cairiam para 10%, após três temporadas.
A Loteria Esportiva foi
instituída pelo presidente da república, Arthur da Costa e Silva, 1969, mas o
primeiro teste só rolou em 19 de abril de 1970, apostado só na Guanabara.
Administrado pela Caixa Econômica Federal, vendeu 100 mil bilhetes, juntou
prêmio de Cr$ de 253 mil, 958 cruzeiros novos (valeriam, hoje, cerca de R$ 394
mil reais) e ninguém beliscou, principalmente, porque o Jogo 9 – Esportivo x
Grêmio – pela fase preliminar do Campeonato Gaúcho, registrou a primeira
“zebra”
Nenhum comentário:
Postar um comentário