Reprodução de www.wilipedia |
1 –
O Itamaraty enviara convites aos chegados para o banquete em homenagem à visita
a Brasilia, do Rei Olavo, da Noruega, em 1967, informando que era obrigatório o
uso de “smoking”. Dias antes, muitos convidados haviam comparecido ao almoço
oferecido ao legado do Papa, o cardeal Amleto Cicognani (foto), com os mais diferentes
ternos. O cerimonial esquecera de passar a informação sobre a idumentária para
a gráfica que imprimira os convites. E, para justificar a gafe, dissera ter
feito uma “concessão de protocolo”. Duas
décadas depois, em papos “revival” na sala de imprensas da casa, o repórter
Octávio Bonfim disse que homenagearia a pisada itamaratiana, inesquecível para
os contadores de história, e cumpriu: dias depois, distribuiu na sala de
imprensa do Ministério das Relações Exteriores o sanduíche “Concessão de Protocolo”,
contendo uma azeitona solitária dentro de um pão francês.
2 –
“Não precisa ser adivinho para saber quem será o próximo presidente da
República: o penúltimo ministro do Exército, pois o último (o então atual
presidente) será inelegível”. Autor da frase: Octávio Bonfim, que estava certo,
pois não ocorriam reeleições durante o regime militar dos generais-presidentes,
e os “caras” abençoados pela espada saíam sempre daquele mesmo posto.
3 –
Comentário de Octávio Bonfim sobre o ex-presidente da República e marechal Costa
e Silva: “Andava mais atrasado do que a Segunda Guerra Mundial. Nunca deixou de
usar relógio de pulso com o mostrador do ponteiro para baixo”. Explica-se:
mandava o figurino dos oficiais de Infantaria ser preciso proteger o relógio de
eventuais choques durante combates.
Reprodução de www.wikipedia |
5
- O Itamaraty só marcava entrevista
coletiva do chanceler, do secretário geral e dos embaixadores para os inícios
de noite. Nunca jamais antes das 18h. Só era bom para os correspondentes
estrangeiros, que estavam cinco horas atrasados em relação à Europa e grande
parte dos Estados Unidos. Tinham tempo bastante de sobre para enviar material
às suas sedes. Certa
vez, antes de uma coletiva do embaixador Flecha de Lima, que era o
secretário-geral do ministro Abreu Sodré, foi distribuído, pelo inicio da
tarde, um documento para a imprensa. Antes de começar a coletiva, o homem
indagou aos repórteres se todos haviam lido e o que acharam. Octávio Bonfim mandou:
“Eu gostei por um detalhe: até que enfim o governo brasileiro publicou um texto
em português. Eu já andava com o complexo de ter nascido em Nova York, ou em
Londres. Lia tudo desta casa só em inglês”.
6 –
Perto das eleições estaduais de 1986, falava-se muito em acordos entre PMDB e
ARENA, em várias regiões do país. Na sala de imprensa do Itamaraty, o
correspondente de um a agência noticiosa italiano, Américo René Gianini,
indagou ao Octávio Bonfim o que ele pensava sobre o tema. Resposta: “Está sendo
dado um grande passo para a formação de partido único no Brasil” –
tecnicamente, poderia estar certo.
7 -
Octávio Bonfim encontrou-se com o deputado gaúcho Clóvis Stenzel, na Comissão
de Relações Exteriors da Câmara, papearam e terminaram indo à sala do
famosíssimo “cafezinho do Congresso’, do lado do Salão Verde. Entre um gole e
outro, o Bonfa disse: “Deputado, com este seu jeitão de alemão, só falta um
“Von” em seu sobrenome para ficar tudo em cima”. Resposta: “Dissestes bem,
tchê! Um “vonzinho” aí me garantiria uns votinhos a mais com os amigos do Seu
Hermann; da professora Ulda; do doutor Briegel e até do pão duro-do Seu
Zimmer”.
8 -
Em viagem pelo Nordeste, Octávio Bonfim reencontrou um velho amigo dos tempos
das cavernas. Não se viam desde o período paleozóico. Papo vai, papo vem, o
homem contou-lhe terem empresários do setor de moínhos colocado à sua
disposição um carro de luxo para as suas andanças, e ele não topado. Comentário
do Bonfa: “Fez muito bem o amigo em não aceitar. Diretor da SUNAB-
Superintendência Nacional de Abastecimento tem de andar em em um “Jeep” véi, de
preferência, só pegando no saculejo”.
9 - O deputado federal Adauto Bezerra (foto) sofria grandes pressões, dentro do PMDB do Ceará, para a candidatura de Mauro Benevides ao Senado, em troca de posições no futuro governo estadual. Vinha por ali o pleito de 1982 e o homem rechaçava, inteiramente, a proposta. Comentário do "Bonfa": Bezerra não é jegue, mas está amuado".
10 - Escreveu o glorioso Bonfim em sua coluna do Jornal de Brasília: "Eu estava à entrada do plenário da Câmara, quando se cruzaram os deputados Flávio Marcílio-CE e Miro Teixeira-RJ. O primeiro virou-se para o segundo e disse: "Miro! Você está mais magro. Acho que este seu terno nem é seu, mas do Chagas Freitas (então governador do RJ)". Comentário sacaninha do Bonfa: "Gordo quer ser magro e magro parece que não gosta de magro".
Reproduzido do blogdoeliomar.com.br |
9 - O deputado federal Adauto Bezerra (foto) sofria grandes pressões, dentro do PMDB do Ceará, para a candidatura de Mauro Benevides ao Senado, em troca de posições no futuro governo estadual. Vinha por ali o pleito de 1982 e o homem rechaçava, inteiramente, a proposta. Comentário do "Bonfa": Bezerra não é jegue, mas está amuado".
10 - Escreveu o glorioso Bonfim em sua coluna do Jornal de Brasília: "Eu estava à entrada do plenário da Câmara, quando se cruzaram os deputados Flávio Marcílio-CE e Miro Teixeira-RJ. O primeiro virou-se para o segundo e disse: "Miro! Você está mais magro. Acho que este seu terno nem é seu, mas do Chagas Freitas (então governador do RJ)". Comentário sacaninha do Bonfa: "Gordo quer ser magro e magro parece que não gosta de magro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário