BRINCARAM COMO SE ESTIVESSEM NO ÚLTIMO DIA DO MUNDO
Jorginho, Cauby e Kim Novak no Municipal |
Mas
o Rio de Janeiro não perderia o charme que, para lá, carregava almas de todo o
planeta. Como durante o seu último Carnaval como capital do país. Por sinal,
uma folia bissexta.
A festa começou no sábado 27 de fevereiro, passou pelo domingo 28, a segunda-feira 29 e soltou o seu último grito carnavalesco na terça 1 de maio. Aliás, na mais do que já raiada quarta-feira de cinzas, 2. Sem falar do baile da noite da sexta-feira 26, no Quintandinha, em Petrópolis.
A festa começou no sábado 27 de fevereiro, passou pelo domingo 28, a segunda-feira 29 e soltou o seu último grito carnavalesco na terça 1 de maio. Aliás, na mais do que já raiada quarta-feira de cinzas, 2. Sem falar do baile da noite da sexta-feira 26, no Quintandinha, em Petrópolis.
O malandro carioca não deixou as tilápias da gata por menos |
O baile da noite da segunda-feira, do Municipal, por exemplo, só parou às oito da matina da terça, quando a orquestra mandou o seu derradeiro tom. Uma loucura vivida por oito mil carnavalescos, dos quais 300 turistas estrangeiros, que pagaram Cr$ 2 mil e 400 cruzeiros pelo ingresso simples e Cr$ 48 mil pelo camarote. Valia a pena.
Os bacanas – ricos, socialites e artistas - estariam e dançando (e dançaram) no mesmo salão em que brilharam estrelas do cinema norte-americano, como as atrizes Kim Novak (convidada do playboy Jorginho Guinle), Linda Darnelle (fantasiou-se de baiana), Julie London e Zza Zza Gabor, que se esbaldava quando tocavam a marchinha “Cadê Zazá?” - um dos maiores clássicos dos carnavais brasileiros, composta por Ari Monteiro/Roberto Martins.
Aquela
fora uma noite incomum. Tanto que Kim e Zza Zza, que se detestavam, foram para
o camarim do prefeito Sá de Freitas Alvim. Evidentemente, mantendo distâncias.
E tudo saiu nos conformes, com o salão de baile foi vigiado por 110 policiais,
que não registraram nenhuma rusga.
Diferente! A rainha trocou a coroa por um chapéu |
Pelo Carnaval-1960, como nos anteriores, o Rio
voltou a ser monarquista. Além do Rei Momo, quatro rainhas foram coroadas: Rosângela Maldonado, do
Cinema; Araci Costa, do Carnaval; Elizabeth Belair, das Vedetes (de teatro), e
Fernanda Montenegro, das Atrizes. Esta, por sinal, não aceitou a coroa.
Na
época, os desfiles das escolas de samba não eram tão prestigiados pelos
“bacanas”, embora existissem desde 1932
– e não pararam mais, até tornarem-se, hoje, o “maior espetáculo da Terra”, quando as celebridades aparecem, ou
tentam ser notícia. Naquele último desfile dos sambistas do Rio capital do
país, quem venceu foi o Salgueiro, com o enredo ‘Quilombo dos Palmares”,
produzido pelos carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues.
FOTOS REPRODUZIDAS DA 'REVISTA DO RÁDIO' - N 550, de 02.06.1960
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