O zagueiro Bellini capeou a edição Nº 866, de 11.11.1954, da revista carioca “Esporte Ilustrado”, que lhe presenteou com um autêntico mino à pagina 4. Por aquele tempo, a imprensa ainda escrevia o nome dele com um “l” só. Além disso, no título da matéria “Beline, o zagueiro “gentleman”, o redator trocou a última letra da graça do rapaz, o “i” pelo “e”. No entanto, quando cita o nome completo do homenageado, a semanário o faz corretamente: Hideraldo Luiz Bellini. Na reportagem de Leunam Leite, acompanhada por cinco fotos, sem créditos, Bellini é apresentado em “folha corrida”. Após informar local (Itapira-SP) e data de nascimento (21.06193), o escriba conta que o “player bandeirante” começara a ser boleiro pelo time juvenil do Paulistano, de sua terra, passando a amador do Esportivo Itapirense, o principal da cidade, em 1946, para chegar à Esportiva Sanjoanense, em 1949, pela qual profissionalizou-se e disputou a “Segundona” do Estadual paulista. Leunam revela que Bellini foi buscado, pelo Vasco, ao custo de CR$ 500 mil cruzeiros (moeda da época), incluído, inicialmente, entre aspirantes, e já tendo três títulos: campeão carioca e de um triangular no Chile, em 1952, e de um octogonal, em 1953. Tudo indica que o mimo a Bellini fora troca de favores, pois a semanário cita que o zagueiro “desde a semana passada (Nº 865) tornou-se colaborador desta Revista” – no primeiro artigo, contou que jogava com virilidade porque era grande o desejo de vencer. Adicionando mais mimos, Leunam escreve: “A própria história dêsse dedicado profissional poderá mostrar-lhes que somente um craque de reais qualidades seria capaz de alcanças os progressos por êle obtidos”. Na verdade, Bellini nunca foi craque. Jogava duro, sem classe, rebatendo bolas fortemente para a frente, recurso às vezes providenciais, do becão que tornou-se um dos grandes líderes do futebol brasileiro.
De acordo com o texto, o Vasco pagava Cr$ 12 mil cruzeiros mensais a Bellini, pelo contato que ia até janeiro de 1956. Os jogadores que lhe encantavam eram Ademir Menezes, Zizinho, os Santos Djalma e Nílton, e o colega Danilo Alvim. A sua Seleção Carioca de 1954 seria metade vascaína: Barbosa, Paulinho e Pavão (Fla) de estilo semelhante ao dele; Mirim, Dequinha (Fla) e Nilton Santos (Botafogo); Sabará, Zizinho (Bangu), Vavá e Escuinho (Flu).
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