Carlos Fehlberg (*)
O Vasco
está batendo um recorde em empates. E contra um Internacional misto o drama foi
maior. Ainda conseguimos empatar, mas faltou criatividade. Está ficando claro
que a equipe se acostumou em mudar o jogo sempre no segundo tempo e, às vezes,
nos descontos. Chegou a hora de uma vitória para melhorar sua posição na
tabela e para tranquilizar a torcida. Uma solução será jogar
desde o início como o time jogou ontem na fase final. Claro que o
recuo do adversário ajudou o Vasco, mas existem alternativas. Volto a insistir
na armação de jogadas, um ponto que continua crítico. Ontem também tivemos
contra nós a estratégia adversária que, jogando com um time reserva, recuou
para garantir a vantagem. Vale acentuar que a equipe carioca não foi bem
nos primeiros 45 minutos, do que se aproveitou o adversário.
O veteraníssimo Guiñazu tem que ter pulmões se aço pra segurar lá atrás |
A esta
altura cabe uma reflexão mais séria. Onde estão nossos maiores problemas, além
da ausência de uma boa ligação entre ataque e defesa? É preciso que haja uma
entrega desde o início. Claro que o adversário recuou para garantir a vitória,
mas isso aconteceu principalmente quando sentiu que poderia fazê-lo dada a
ineficácia do ataque adversário. Que tal experimentar o abafa desde o início, e
não como reação? Esse, aliás, é um dado que está ficando claro, e que justifica
o fato de empatarmos ou ganharmos sempre no segundo tempo e, às vezes, no fim
do jogo. Esse dado está ficando muito evidente. Quem sabe jogamos os primeiros
45 minutos da mesma forma como estamos jogando os últimos 45 minutos? Basta
fazer um retrospecto dos jogos do Vasco e vamos ver que as vitórias ou empates
sempre ocorrem na etapa final. Qual a razão? Quem tiver dúvidas faça um
retrospecto e se dê conta!
Equipe - Pode ser
que a ausência de Rafael Silva tenha contribuído um pouco, mas as reações
vascaínas, vale enfatizar, têm marca: no segundo tempo ou fim do jogo,
quando todo o time sobe para salvar-se!!! Trata-se de uma constatação no mínimo
curiosa e que deixa a equipe calma demais no primeiro! Será que Doriva e Eurico
se deram conta disso? Mudando a cronologia, já estaremos a meio do caminho
andado. Porque esperar pelo adversário? Outro dado importante diz respeito à
ligação (vale repetir) entre defesa e ataque. A formação da equipe também deixa
a desejar, como tem sido acentuado sempre. Salvo melhor juízo e, apesar da
experiência e de algumas qualidades diferenciadas, Dagoberto não é o motor da
equipe.
Hora de reagir - O jogo deste sábado
deve servir como um marco. Ele comprovou os problemas existentes e já
assinalados muitas vezes por este site. Empatar no fim com a equipe reserva
(quase toda) do Inter, em São Januário, não é uma boa recomendação. Pelo
contrário, confirma tudo o que se vem dizendo e gerando sustos para a torcida.
Menos mal que a direção esteja atenta e, tal como reagiu à sondagem do
Grêmio envolvendo Doriva, deve avaliar com profundidade o que está
acontecendo e faltando. Fomos bem no Carioca, quando em alguns jogos esses
problemas também se fizeram presentes, mas fomos campeões. Agora um novo
desafio está presente e a hora de atuar é já, antes que a pontuação nos deixe,
outra vez, muito mal. Há tempo para isso. Assim como Eurico reagiu às
tentativas do Grêmio para levar Doriva, deve entrar logo em campo diante
da irregularidade do padrão da equipe. E saber o que está faltando ou
acontecendo, enquanto é tempo. Jogando em casa, contra um adversário
desfalcadíssimo, não faz sentido. E deixa a torcida infeliz, sofrendo até o
fim.
Dagoberto jogou pouco e foi substituído no segundo tempo |
Drama - O drama
do Vasco continuou o mesmo, dominando o jogo. E após ser surpreendido custou a
empatar e não conseguiu a vitória. Uma reprise? Pelo placar sim, mas o Vasco
dominou a maior parte do jogo, ainda que o 1x0 tenha mexido nos brios do grupo.
Solução? Buscar a vantagem no primeiro tempo. É uma proposta com um pouco de
psicologia amadora, mas, de repente... O fato é que algumas deficiências
ainda existem e já são conhecidas. Acho que é melhor começar o jogo como se já
estivéssemos perdendo. Palpites à parte, porém, vale rever tudo enquanto é
tempo. Afinal, o ano de 2015 era para ser diferente. Mas o que ocorre,
infelizmente, é que as situações se repetem, sem que haja uma reação capaz de
solucionar definitivamente esse vício de correr atrás do empate, como se isso
fosse o melhor para um clube da dimensão do Vasco. Então é preciso descobrir um caminho que
mude esse estado de coisas. Afinal, não temos um presidente com história
conhecida, e um técnico que está sendo valorizado no mercado? Ainda assim, pensar em reforços não é demais. Um bom
armador e um artilheiro que reveze com
Gilberto, quando este não puder atuar, por exemplo, já seria alguma coisa.
Como foi - Mas,
voltando ao jogo: ficou claro o que poderia acontecer, desde cedo. O Inter,
visando não perder, poupou seus titulares para a Libertadores e cuidou
muito da defesa, pois o empate lhe servia, sobretudo por jogar no campo do
adversário. Claro que, ao mesmo tempo, aproveitaria para contra-atacar.
Esse o quadro previsível e que acabou vingando. Seria um jogo de difícil
previsão, mas tudo dependendo de quem abrisse o marcador. Isso, aliás, a chave
de tudo. O Inter conseguiu seu objetivo e, a partir daí, o cenário ficou mais
difícil para o Vasco. Afinal, reservas também sabem jogar, e, além de tudo,
estavam defendendo o peso da camisa. A maioria desses reservas pode jogar em
qualquer bom time do país. E o Vasco viveu o drama de deixar, outra vez,
a salvação para o fim. Algo que já se viu várias vezes. Quem sabe a lição seja
bem assimilada! Não é a primeira vez. Vamos entrar para ganhar no primeiro
tempo, como se já estivéssemos no segundo tempo e perdendo!!! Quem
sabe?...
(*) –
Carlos Fehlberg é jornalista. Foi, por anos, diretor de Zero Hora e do Diário
Catarinense. Torce pelo Vasco desde os tempos do Expresso da Vitória.
OBS: O Kike pede desculpas aos fãs da coluna pelo atraso na publicação dos comentários do Carlos Felhberg, pois está com problemas no e-mail, e foi preciso usar a conta de uma outra pessoa para puxar o texto.
OBS: O Kike pede desculpas aos fãs da coluna pelo atraso na publicação dos comentários do Carlos Felhberg, pois está com problemas no e-mail, e foi preciso usar a conta de uma outra pessoa para puxar o texto.
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