Vasco

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domingo, 24 de maio de 2015

O VASCO PELOS VASCAÍNOS - FELHBERG

                    Mais um empate em São Januário. Onde o problema?
                                                               Carlos Fehlberg (*)

O Vasco está batendo um recorde em empates. E contra um Internacional misto o drama foi maior. Ainda conseguimos empatar, mas faltou criatividade. Está ficando claro que a equipe se acostumou em mudar o jogo sempre no segundo tempo e, às vezes, nos descontos. Chegou a hora de uma vitória para melhorar sua posição na tabela e para  tranquilizar a torcida. Uma solução será jogar desde  o início como o time jogou ontem na fase final. Claro que o recuo do adversário ajudou o Vasco, mas existem alternativas. Volto a insistir na armação de jogadas, um ponto que continua crítico. Ontem também tivemos contra nós a estratégia adversária que, jogando com um time reserva, recuou para garantir a vantagem. Vale acentuar que a equipe carioca não foi bem nos primeiros 45 minutos, do que se aproveitou o adversário.
O veteraníssimo Guiñazu tem que ter pulmões se aço pra segurar lá atrás
A esta altura cabe uma reflexão mais séria. Onde estão nossos maiores problemas, além da ausência de uma boa ligação entre ataque e defesa? É preciso que haja uma entrega desde o início. Claro que o adversário recuou para garantir a vitória, mas isso aconteceu principalmente quando sentiu que poderia fazê-lo dada a ineficácia do ataque adversário. Que tal experimentar o abafa desde o início, e não como reação? Esse, aliás, é um dado que está ficando claro, e que justifica o fato de empatarmos ou ganharmos sempre no segundo tempo e, às vezes, no fim do jogo. Esse dado está ficando muito evidente. Quem sabe jogamos os primeiros 45 minutos da mesma forma como estamos jogando os últimos 45 minutos? Basta fazer um retrospecto dos jogos do Vasco e vamos ver que as vitórias ou empates sempre ocorrem na etapa final. Qual a razão? Quem tiver dúvidas faça um retrospecto e se dê conta!
Equipe - Pode ser que a ausência de Rafael Silva tenha contribuído um pouco, mas as reações vascaínas, vale enfatizar, têm marca: no segundo tempo ou fim do jogo, quando todo o time sobe para salvar-se!!! Trata-se de uma constatação no mínimo curiosa e que deixa a equipe calma demais no primeiro! Será que Doriva e Eurico se deram conta disso? Mudando a cronologia, já estaremos a meio do caminho andado. Porque esperar pelo adversário? Outro dado importante diz respeito à ligação (vale repetir) entre defesa e ataque. A formação da equipe também deixa a desejar, como tem sido acentuado sempre. Salvo melhor juízo e, apesar da experiência e de algumas qualidades diferenciadas, Dagoberto não é o motor da equipe.
Hora de reagir - O jogo deste sábado deve servir como um marco. Ele comprovou os problemas existentes e já assinalados muitas vezes por este site. Empatar no fim com a equipe reserva (quase toda) do Inter, em São Januário, não é uma boa recomendação. Pelo contrário, confirma tudo o que se vem dizendo e gerando sustos para a torcida. Menos mal que a direção esteja  atenta e, tal como reagiu à sondagem do Grêmio envolvendo Doriva, deve  avaliar com profundidade o que está acontecendo e faltando. Fomos bem no Carioca, quando em alguns jogos esses problemas também se fizeram presentes, mas fomos campeões. Agora um novo desafio está presente e a hora de atuar é já, antes que a pontuação nos deixe, outra vez, muito mal. Há tempo para isso. Assim como Eurico reagiu às tentativas do Grêmio para levar Doriva, deve entrar logo em campo diante da irregularidade do padrão da equipe. E saber o que está faltando ou acontecendo, enquanto é tempo. Jogando em casa, contra um  adversário desfalcadíssimo, não faz sentido. E deixa a torcida infeliz, sofrendo até o fim.
Dagoberto jogou pouco e foi substituído no segundo tempo

Drama - O drama do Vasco continuou o mesmo, dominando o jogo. E após ser surpreendido custou a empatar e não conseguiu a vitória. Uma reprise? Pelo placar sim, mas o Vasco dominou a maior parte do jogo, ainda que o 1x0 tenha mexido nos brios do grupo. Solução? Buscar a vantagem no primeiro tempo. É uma proposta com um pouco de psicologia amadora, mas, de repente...  O fato é que algumas deficiências ainda existem e já são conhecidas. Acho que é melhor começar o jogo como se já estivéssemos perdendo. Palpites à parte, porém, vale rever tudo enquanto é tempo. Afinal, o ano de 2015 era para ser diferente. Mas o que ocorre, infelizmente, é que as situações se repetem, sem que haja uma reação capaz de solucionar definitivamente esse vício de correr atrás do empate, como se isso fosse o melhor para um clube da dimensão do Vasco.  Então é preciso descobrir um caminho que mude esse estado de coisas. Afinal, não temos um presidente com história conhecida, e um técnico que está sendo valorizado no mercado? Ainda assim,  pensar em reforços não é demais. Um bom armador e um artilheiro que  reveze com Gilberto, quando este não puder atuar, por exemplo, já seria alguma coisa.
Como foi - Mas, voltando ao jogo: ficou claro o que poderia acontecer, desde cedo. O Inter, visando não perder, poupou seus titulares para  a Libertadores e cuidou muito da defesa, pois o empate lhe servia, sobretudo por jogar no campo do adversário. Claro que, ao mesmo tempo, aproveitaria  para contra-atacar. Esse o quadro previsível e que acabou vingando. Seria um jogo de difícil previsão, mas tudo dependendo de quem abrisse o marcador. Isso, aliás, a chave de tudo. O Inter conseguiu seu objetivo e, a partir daí, o cenário ficou mais difícil para o Vasco. Afinal, reservas também sabem jogar, e, além de tudo, estavam defendendo o peso da camisa. A maioria desses reservas pode jogar em qualquer bom time do país. E o Vasco viveu  o drama de deixar, outra vez, a salvação para o fim. Algo que já se viu várias vezes. Quem sabe a lição seja bem assimilada! Não é a primeira vez. Vamos entrar para ganhar no primeiro tempo, como se já estivéssemos no segundo tempo e perdendo!!!  Quem sabe?...
(*) – Carlos Fehlberg é jornalista. Foi, por anos, diretor de Zero Hora e do Diário Catarinense. Torce pelo Vasco desde os tempos do Expresso da Vitória.

OBS: O Kike pede desculpas aos fãs da coluna pelo atraso na publicação dos comentários do Carlos Felhberg, pois está com problemas no e-mail, e foi preciso usar a conta de uma outra pessoa para puxar o texto.



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