A data 21 de abril de 1927 marca a inauguração do Estádio Vasco da Gama, chamado de São Januário, porque o torcedor acostumou-se a localizá-lo pela rua que passa pelo fundo da casa cruzmaltina, onde parava o bonde.
O futebol entrou na vida da colônia lusitana do Rio de Janeiro, em 1913, quando um combinado formado pelos portugueses Benfica, Lisboa e Tiro & Sport visitou a cidade e animou os patrícios a fundarem três clubes – Lusitânia Esporte Clube, Lusitano Futebol Clube e Centro Esportivo Português. Ambiente criado, em 26 de novembro de 1915, o Vasco ficou com todo o material ludopédico do Lusitânia e, da fusão que pintou, rolou a pelota no relvado. Bola rolando, em 1916, os vascaínos filiaram-se à Liga Metropolitana de Esportes Athléticos, pela Terceiria Divisão e, de cara, levaram 10 x 1, do Paladino Futebol Clube, em 3 de maio, em General Severiano, a primeira plaga indicada pela Turma da Colina, para mandar as suas refregas. Foram cinco meses de pugnas, até pintar a primeira vitória, em 29 de outubro. A vítima, por 2 x 1, foi a Associação Atlética River São Bento. Deu pra animar.
Em 1917, o Vasco já estava na Segundona. E foi crescendo, até ser campeão, em 1920. Três temporadas depois, já frequentava a elite do futebol carioca. Até carregou o caneco. Bem! Aí já era demais. Onde já se viu um time recheado de negros, mulatos, operários e demais representantes da “pobrada” ousar daquele jeito! Pera´i! Futebol era para gente fina. Nada de ralé. E tome perseguição ao Vasco, cujos ‘gajos’ tinham um preparo físico espantoso, e viravam qualquer placar no segundo tempo. Mas já que não dava para segurar o “Time da Virada” no balão esférico, o jeito era pegá-lo de outro jeito: “decretá-lo um sem estádio” e outras cositas mais. Também, não deu. Em pouco tempo, a galera construiu o maior do continente. Não adiantou nem a problemática criada pelo presidente da república, Washington Luís, não permitindo a importação de cimento. Os engenheiros encontraram a solucionática, misturando areia com brita.
PEDRA FUNDAMENTAL - Lançada em 6 de junho de 1926, pelo prefeito do então Distrito Federal, Alaor Prata, o Vasco saiu para a venda de títulos, de 100 mil-réis, em 20 prestações. O estádio - o terreno custara 665 contos e 895 mil-réis e ficava em uma chácara, de 65.445 metros quadrados, que pertencera à marquesa de Santos, amante do Imperador - estava orçado em 2 mil contos de reis. Para arranjar a grana, pelos finais de 1925, lançou-se a Campanha dos Dez Mil, uma coleta de recursos que rolou entre 6 de janeiro a 29 de dezembro de 1926 e teve como grandes doadores o Moinho da Luz e a Brahma. O entusiasmo era tanto eu o clube inscreveu 7.189 novos associados.
O Vasco gastou 1.200 contos de reis para inaugurar um estádio com capacidade inicial de 30 mil pessoas, em área construída de 11 mil metros quadrados. Fora do orçamento, comprou 252 toneladas de ferro e 6.600 barris de cimento. Por sinal, o sacanão do Washington Luís, que negara a importação do produto, fora um dos convidados para a inauguração, juntamente como presidente da Confederação Brasileira de Desportos, Oscar Costa, que dera o ‘kick-off’ (pontapé inicial) e o aviador português Sarmento de Beires, que cortara a fita inaugural.
O Vasco só não seu de bem no primeiro jogo em sua cancha. Perdeu, numa quinta-feira, por 5 x 3 Santos, amistosamente. Mas, 50 anos depois, o clube devolveu tudo, com três gols de diferença, em nova refrega amistosa, no mesmo ‘field’. Confira as duas fichas:
21.04.1927 – Vasco 3 x 5 Santos. Estádio: São Januário. Gols: Negrito, Galego e Pascoal (Vas) e Evangelista (2), Omar, Feitiço e Araquém (San). VASCO: Nélson, Espanhol e Itália; Nesi, Claudionor e Badu; Pascoal, Torterolli, Galego, Russinho e Negrito. SANTOS: Tufy, Bilu e Davi; Alfredo, Júlio e Hugo; Omar, Camarão, Feitiço, Araquém e Evangelista.
20.04.1977 – Vasco 3 x 0 Santos. Estádio:de São Januário. Público: 5.215. Gols: Abel Braga, aos 23 min do 1º tempo; Roberto Dinamite, aos 2, e Wilsinho, aos 40 min do 2 tempo. VASCO: Mazaropi, Orlando (Fernando), Abel (Marcelo), Geraldo (Gaúcho) e Marco Antônio; Zé Mário, Helinho e Dirceu Guimarães; Luís Fumanchu (João Paulo), Roberto Dinamite e Ramon (Wilsinho). Técnico: Orlando Fantoni. SANTOS: Ricardo; Terezo, Renato, Fausto (Marçal) e Fernando; Carlos Roberto, Bianchi e Toinzinho (Calu); Nilton Batata, Juari e Bozó (Rodrigues
IMAGENS REPRODUZIDAS DE WWW.CRVASCODAGAMA.COM.BR. Agradecimento.
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Queria neste dia fazer uma homenagem ao presidente Castro Filho que em 1945 abriu o estádio para Luiz Carlos Prestes. Mais de 100 mil pessoas compareceram ao estádio (recorde de público até hoje). Dirigentes reacionários do Vasco fizeram uma pressão para a sua saída. Entristecido com estas pessoas, Castro renunciou para não deixar o clube dividido e passou toda sua vida colaborando com o clube e demonstrando o que é um vascaíno de verdade.
ResponderExcluirNa mesma semana depois do jogo com o Santos (1977) o Vasco vence o Flamengo por 3 a 0 numa partida espetacular do nosso elenco. Que fase gloriosa atravessávamos
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