A
tradicional malhação do judas, pelo sábado de aleluia, já precisa ser revista.
Se a intenção é tripudiar sobre o “homenageado às avessas”, temos gente
com currículo mais do que suficiente para adentar a esta seleta galeria de
escroques.
Políticos
brasileiros à parte, um novo “hall da fama” da escrocagem poderia começar por
Judas Aristóbulo II, filho de Alexandre Janeu, Cruel matador de rivais
políticos. O “sujeitim” não engoliu ver o irmão mais velho, Hircano II, apoiado
por Antípatro, pai de Herodes, O Grande, herdando o posto de sumo sacerdote e,
após a mãe deles bater as caçuletas, foi a guerra contra o desafeto que saíra
do mesmo bucho. No rolo, provocou o fim da independência política de Jerusalém
– estávamos em 63 Antes de Cristo.
Reprodução do cartaz de divulgação do filme. |
Lançada
a candidatura de Judas Aristóbul II, os segundo e terceiro candidatos a
malhados no sabadao de aleluia seriam o ex-sumo sacerdote Anás (06 a 15 DC) e o
seu genro Caifás (no trono pontifício, de 18 e 36 DC). Um escalpelou Jesus
durante o interrogatório e o outro o entregou a Pôncio Pilatos, a quem alguns
historiadores deram o cargo de Procurador romano na Judeia (26 a 36 DC) –
novos achados arqueológicos comprovaram que, oficialmente, ele era apenas um
prefeitão (praefectus), um funcionário romano, rígido, insensivel e cruel,
tornado celebridade pelo Novo Testamento. Terminou demitido, a bem do serviço
público, pelo seu superior regional, Vitélio, o governador romano da Síria –
equivaleu a Globo lançar a nova novela das oito da noite, sem Jesus subindo-lhe
o Ibope. Pilatos já era desnecessário no papel de vilão da nova trama.
Com
a jaqueta quatro desse time de escroques, ninguém bararia o “serial
killer” Herodes, feito Rei da Judeia (40 DC) por Marco Antônio. O carinha era
tão mal caráter que chegou a pensar em seduzir e dar” umazinha” com Clópatra, a
gata egípcia que tinha furor uterino e levava o glorioso Marcão ao pé da
felicidade. Seu plano era tirá-la de cena e reaver o que quase corno Marco
(Cleopatra topava) lhe tirara, territorialmente, para presenteá-la.
Herodes
era mais vampiro do que um vampiro. Executou sem levar em conta a carteira de
identidade de ninguém. Tornou-se um fenomenal “family serial killer” que não
livrou a cara nem dos filhos Alexandre e Aristóbulo (07 AC), e do meio-irmão
deles, Antípatro; de sua mulher, princesa Mariamna, neta de Hircano II, e de
Aristóbulo III, de 17 anos, fiho da sogra Alexandra, a qual também condenou a
escafeder-se pela eternidade.
Pegaria,
também, uma vaguinha nesse time escroquial uma irmã de Herodes, a terrível
Salomé, que não deve ser ser confundida com a Salomé que fez João Batista
perder a cabeça. Ela armou e o irmãozão mandou matar dois dos seus maridos, um
deles José, tio deles. Aliás, foi ela, macomunda com a mãe, Cipro, quem
derrubou a princesa Mariamna, inventando que, na ausêncai de Herodes, a moça
traçava José e um guardião chamado Soemo. E armou muito mais.
Reproduzido do cartaz de divulgação do filme |
Isso
tudo acontecia porque Roma, durante muito tempo, nomeava os seus
representantes na Judeia e não tomava mais conhecimento de nada, a não ser de
receber os impostos cobrados. Herodes, sob o reinado de quem (já pelo final do
fime) Jesus nasceu, bem que poderia ter esperado um pouco mais para “sizpirulitar”
pelos confins da eternidade. Com ele ainda no pedaço, muito provavelmente, não
haveria Pôncio Pilatos, Anás, Caifás e, quem sabe, tanta importância para
pregações de Jesus. Herodes, que caou-se por 10 vezes, só queria saber de
chegar junto na caçapa, ver sangue jorrar e puxar o saco dos donos de
Roma, para manter-se no poder na Judeia.
Com
Herodes, O Grande – a história terminou com seu o filho Herodes Antipas –, durando mais do que pilhas “Raio-Vasco”,
possivelmente, não se teria o eterno duelo entre Evangelhos e documentos
arqueológicos pelos caminhos de Jesus, e nem se confundiria Jesus, filho de
Ananias; Jesus, filho de Damneu; Jesus, filho de Gamaliel; Jesus, Filho de
Fiabi e Jesus, filho de See, com Jesus, o mais famoso da série e que você cansou de ver, na TV, em cinemascope colorido, sem cortes, durante 120
minutos, sensacional produção do cinema norte-americano.
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