1 – O jurista baiano João
Mangabeira (1880 a 1964) afirmava ter o órgão que mais falhou à República,
entre 1892 e 1937, não sido o Congresso Nacional, mas o Supremo Tribunal
Federal. Constituinte, em 1934, ele lutou contra a ditadura do Estado
Novo, do presidente Getúlio Vargas, passou 15 meses na cadeia e, ao sair,
disse: “Prefiro ser preso por esta ditadura, do que estar livre, compactuando
com ela”. Recentemente, o ministro Luiz Fux propôs ao STF conceder
a todos os juízes brasileiros um auxílio-moradia no valor de R$ 4.300 reais.
Mesmo ao que atue em sua cidade e tenha casa própria – que legal!
2 – O governador Luiz Viana Filho,
eleito, indiretamente, para o cargo, pela Assembleia Legislativa do Estado da
Bahia, em 1966, nos moldes das eleições do regime militar para a presidência da
república, vendeu a Pelé, pelo preço simbólico de NCr$ 1,00 (um novo
cruzeiro, a moeda da época) , um terreno de 10 mil metros quadrados para
o “Rei do Futebol” instalar uma fábrica no Centro Industrial de Aratu, perto de
Salvador. A entrega do documento de compra ocorreu no Palácio de Ondina, onde
Pelé declarou: “Sempre esteve nos meus planos expandir a minha indústria até o
Nordeste” – se alguém souber onde foi instalada a fábrica de Pelé na Bahia, favor
informar. O povo baiano não sabe.
3 – Inícios da década-1970 - O
deputado federal Hélio Machado, do Partido Democrata Cristão foi nomeado
Secretário de Viação do Governo do Estado da Bahia, em lugar de Vieira de
Mello, que assumiu a vaga de deputado, em lugar de Hélio
Machado, de quem era suplente – trocou-se seis, por meia-dúzia.
4 – Fidel Castro, aos 67 anos de
idade, em 1994, viajando
para a posse do presidente Nelson Mandela, na África do Sul, fez uma escala em Salvador, onde passou 13
horas. Visitou o governador Antônio
Imbassahy e o ex-Antônio Carlos Magalhães. Adorou a comida baiana, disse ser a
melhor que já provara e convidou a cozinheira do palácio do governo baiano a ir
trabalhar em Cuba. Por fim, sacaneou: “Vocês aqui têm mania de eleições.
O ideal é pleito com um só candidato a presidente” – a Bahia não tinha
presidente, mas dois governadores. Imbassahy, de direito, e ACM, de fato.
5 - O presidente João Figueiredo
(1979 a 1985), em sua última visita no cargo à Bahia, recebeu os cumprimentos
de 62 líderes comunitários, entre eles a Irmã Dulce, que cobrou-lhe a promessa
de ajuda às suas obras de caridade. Queria antigos Cr$ 240 milhões de cruzeiros
para construir um hospital. Figueiredo respondeu que arrumaria a
grana, nem que fosse assaltando um banco, no que o religiosa garantiu-lhe: “Oxente!
Ajudo o senhor no assalto”. Não foi preciso. Assim que voltou a Brasília,
Figueiredo mandou o ministro da Fazenda, Delfim Neto, liberar um auxílio de Cr$
50 milhões para o hospital do “Anjo Bom da Bahia” – se tivesse assaltado um
banco, teria conseguido mais grana.
6 – O cantor baiano Anísio Silva,
quando começou a fazer sucesso nacional, usava um bigodinho fino, breguíssimo.
Para pesquisadores da música popular brasileira, foi o desembarque dele nas
paradas de sucesso, em 1957, que fez surgir o brega romântico, que tabelava com
o bolerão tipo Gregório Barrios. Anísio Silva era ralezão, bregão, mas já
cantava baixinho, o que a patota da Bossa Nova adotou, a partir de 1958. Quando
subia ao palco e cantava – “Alguém me disse/ Que tu amas/Novamente/Novo
amor/Nova paixão/Toda contente/Conheço bem/Suas promessas/Outras ouvi/Iguais a
essas/Esse seu jeito de enganar/Conheço bem – as empregadinhas domésticas iam
ao delírio – em 1990, a baiana Maria da Graça Costa Pena Burgos (Gal Costa, para
a rapaziada), regravou aquele sucessaço, mas não emplacou. Não tinha a breguice
do velho Anisão.
7 – Martha Rocha, Miss Bahia
e Miss Brasil-1954, disse que os concursos de beleza no país perderam o charme
porque surgiram títulos para tudo: Miss Bicicleta, Miss Outono, Miss Safra,
Miss Beterraba, o diabo! Segundo ela, se a Copa do Mundo fosse em todos os
anos, viraria um Miss Brasil – por isso, o Brasil levou 7 x 1 da
Alemanha.
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