Em 1958, os norte-americanos Paul Anka, Little Richard, Jerry Lee Lewes e
Chuck Berry enchiam os oritimbós dos jovens brasileiros de rock´n´roll. A
turma vibrava e começou a formar conjuntos, como The Snack, que ensaiava no
Snack Bar, na esquina das ruas Raul Pompeia e Francisco Sá, no Posto 6 da carioquíssima
Copacabana, ponde a “puliça” sempre pintava, chamada pelos moradores do
prédio, incomodados com a zueira da rapaziada.
"Chega de Saudade" derrubou as breguices da liderança da música popular brasileira |
Como o som que subia do bar não permitia
audição alguma na casa do visitado, e os “home” não chegavam, o anfitrião
pegou aquelas bombinhas chamadas por “cabeça-de-negro” e convocou o
visitante a ajuda-lo explodi-las na cuca dos roqueiros. Proposta aceita, eles iniciaram o
bombardeio expulsaram os zuadentos do pedaço – estava liberada a audição para o surgimento
da Bossa Nova.
Disco na vitrola, o anfitrião e sofisticado cantor de elite
Lúcio Alves ficou impressionado com o
que ouvira. Lá embaixo, entre os expulsos da calçada, estavam os futuros “cobras” Tim Maia e Roberto
Carlos, que ensaiavam com o The Snack. Lá em cima, o visitante chamava-se João
Gllberto, que deixou o visitado embasbacado, ouvindo “Chega de Saudade” (de Tom
Jobim e Vinícius de Morais) e “Bim-bom” (dele).
Antes
do João gravar o 78 rpm mostrado ao Lúcio, um carinha “durango kid” da
turma, chamado Tom Jobim, procurara Ivon Cury para oferecer-lhe “Desafinado”,
mas este não topou, e a música foi parar no vocal do vascaíno “João de Juazeiro”,
que mandou uma “vocalada” que mais
parecia um sussurro. Terrível desencontro com a sua “violonada”.
Também antes, no mesmo 1958, Elizeth Cardoso gravara o LP (tempos do vinilzão) “Canção de Amor Maior”, com 12 composições do Tom e do diplomata Vinícius de Morais, a quem Itamaraty vivia pegando no pé, por cuidar mais de sambistas do que das relações exteriores do país. Na faixa “Chega de Saudade”, Elizeth era acompanhada pelo "João Baiano". Como o disco não vendera nada, três meses depois, em outubro, ele gravou a mesma composição, mas com o seu seito estranho de cantar. Resultado: pelo final do ano, já disputava o primeiro lugar das paradas de sucesso, com as breguices do seu conterrâneo Anísio Silva – Bossa Nova na calçada.
Raridade , dificílima de ser encontrada em vinil |
Também antes, no mesmo 1958, Elizeth Cardoso gravara o LP (tempos do vinilzão) “Canção de Amor Maior”, com 12 composições do Tom e do diplomata Vinícius de Morais, a quem Itamaraty vivia pegando no pé, por cuidar mais de sambistas do que das relações exteriores do país. Na faixa “Chega de Saudade”, Elizeth era acompanhada pelo "João Baiano". Como o disco não vendera nada, três meses depois, em outubro, ele gravou a mesma composição, mas com o seu seito estranho de cantar. Resultado: pelo final do ano, já disputava o primeiro lugar das paradas de sucesso, com as breguices do seu conterrâneo Anísio Silva – Bossa Nova na calçada.
Pois
bom, meu rei! Como o samba havia nascido carioca, no quintal da casa da baiana Tia Ciata – vai
fazer 177 temporadas –, a Bosa Nova, também, nasceu carioca. Mas parida por um
baiano – entre bombas e rock.
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