Em 9 de junho de 1764, na Banda Oriental do Uruguai, nascia um garoto que passou a juventude entre gaúchos, índios e tropeiros. Rodou por todo o seu terreno e ganhou a amizade do povo rural. Aos 33 de idade, ingressou no Regimento de Lanceiros, como tenente. Entre 1774 e 1777, lutou na guerra hispano-portuguesa, contra estes, e iniciou-se o movimento de libertação das colônias espanholas.
Quando tenente-coronel, admirado pelos argentinos, Artigas venceu os espanhóis nas Batalhas de San José, em 1811, e de Las Piedras. Depois, desentendeu-se com os admiradores e afastou-se das guerras. Mas nem tanto. Tempinho depois,.e partiu para uma nova guerra: contra o exército luso-brasileiro que invadira a Banda Orientaldo Uruguai, sua terra e território que a Espanha tinha no Vice-Reinado do Prata, reunindo Argentina, Paraguai, Uruguai e partes de Santa Catarina, Paraná, Grande do Sul e da Bolívia.
Quando o exército luso-brasileiro invadiu a Banda Oriental do Uruguai, Artigas lutou bravamente, mas foi vencido na Batalha de Castalán, em 1817. Com aquilo, iniciou movimentos de guerrilha que duraram até 1820. Depois, voltou a perder, na Batalha de Tacuarembó. Então, viu que não dava pra encarar os lusos-brasileiros. Asilou-se no Paraguai e por lá viveu durante três décadas, sem voltar ao seu país, onde é herói nacional.
Artigas lutou contra os brasileiros, mas mereceu destes a colocação de busto de bronze pelas ruas do Brasil, como em Jaguarão, no Rio Grande do Sul (na Praça Doutor Alcides Marques), em Belo horizonte (na Praça Rotary Club) e no Rio de Janeiro. Nesta cidade, busto doado pelo governo do Uruguai foi colocado em canteiro ajardinado, em frente à Prefeitura Municipal, na Rua Afonso Cavalcanti.
Em 1996, o busto foi retirado de onde estava por conta das obras de construção do teleporto da Cidade Nova. Em 19 de junho de 2018, os cariocas prestaram homenagem à estátua do general Artigas, que já estava na Praça Chaim Weizmannem, em Botafogo.
O Brasil comemorou os 254º aniversário de nascimento do inimigo, com o Ministério das Relações Exteriores enviando o embaixador Eduardo Prisco para representá-lo durante as homenagens, que tiveram a participação de crianças de um colégio da capital carioca.
Viva o General Artigas, do ponto de vista da sua luta heróica pelo seu povo. Mas, de outra parte, com certeza, o Brasil é o único país do mundo que homenageia inimigo. Ou o general Artigas não pegou em armas e mandou a sua patota acertar a "cuca da brazucada"?
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