Vasco

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sábado, 7 de março de 2020

O VENENO DO ESCORPIÃO - ZEBRA MORDEU VINIL E PASTOU LADO B

The Secrerte, no Lado A, ficou pequeno...
Entre 1895 e 1948, rolavam no mercado musical os discos com 78 rotações por minuto (rpm), com invenção atribuída a Emil Berliner. Foram fabricados em vários materiais, como celuloide (tipo de plástico) ebonite (borracha vulcanizada) e de derivados da mistura de cera de carnaúba com a goma-laca.
 A partir de 1948 - 21 de junho, nos Estados Unidos, pela Columbia Records, e de 31 de agosto, na Europa, via a alemã, pela Deutche Grammophon -, os chamados bolachões começaram a ser substituídos pelo disco de vinil, que tem paternidade atribuída ao norte-americano Peter Carl Goldmark.
Inicialmente, com 25 centímetros de diâmetro, aumentados, depois,  para 30 cm, pesavam de 120 a 180 gramas e rodavam músicas  por até 30 minutos, na ponta de uma agulha.
 O vinil ainda rola por aí, por conta de colecionadores e e dos DJ animadores de festa, que produzem efeitos sonoros nas músicas. Os mais famosos, são caríssimos, em relação ao CD (compact disc), que ocupou o seu espço a partir de 1º de outubro de 1982, no Japão, lançado pela parceira  Philips e a Sony.
 Nos tempos do vinil, surgiram os LP (Long Play) e os compactos duplos (quatro músicas) e  simples (duas), este a base das paradas de sucesso radiofônicos, por serem  os mais vendidos. Por eles, as gravadoras divulgavam a chamada música de trabalho, projetada para ser o gande sucesso  de quem, quase sempre, lançaria um LP, com 12 músicas, na maioria das vezes.
...diante do sucesso de Estúpido Cupido, do Lado B.
 Vinil na praça, o cjamado Lado B era um iten sem muita pretensão, meramente, complemento de pacote. Um dia, porém, pastou uma zebra. O bezinho estorou e ninguém deu bolas para a faixa principal. Aconteceu, em março de 1959, quando Celly Campello gravou Estúpido Cupido, sucessaço de Neil Sedaka, nos Estados Unidos, vertido para o português, por Fred Jorge.
  A gravadora Odeon, ainda usando o formato 78 rpm , prensou o rockabilly The Secret como lado nobre, e nem teve tempo de arrumar o erro. Celly aconteceu por todo o Brasil, virou rainha da juventude e ganhou programa na TV Record-SP (a Globo da época), grande março de divulgação do rock no país. 
  Por aquele tempo de 1959, estava surgindo Renato e Seus Blue Caps, no Rio de Janeiro. Em 1964, quando o grupo se apresentavam no programa roqueiro de TV, do apresentador Carlos Imperial, este chegou pra Renato Barros, mostrou um compacto dos Beatles, com uma música marcada, e pediu pra ser feita uma versão que abriria os trabalhos do dia seguinte.
 Renato não sabia inglês e nunca ouvira falar dos Beatles. Como a música jovem brasileira corria muito atrás do broto a conquistar, ou com quem o namorado brigara, ele fez Menina Linda, ouvindo a beatlmaníaca I should have known  better.
Menina Linda entrou como segunda música deste LP
 Renato jamais revelou se usara alguma musa na composição, mas, como namorava a Lilian Knapp – da futura dupla Leno e Lilian -, pode ser que uma possível rusguinha tenha contribuído para a letra. A música arrasou, incendiou a brotolândia. Em maio, saiu no Lado B do compacto simples que tinha por Lado A a choradeira  Canto pra fingir. Vendeu 24 mil cópias, rendeu dois compactos duplos, com versões dos Beatles e + Negro Gato, de Getúlio Cortes, e colou nos sucessos dos hits de Roberto Carlos, quem mais vendia música jovem. Em 1965, chegou ao topo.
Menina Linda, que não etava prevista para o primeiro LP da rapaziada pelo selo CBS - Viva a Juventude - teve de entraró entrar. E puxou as vendas. Tornou-se um verdadeiro hino da música jovem brasileira. 
Até hoje, Renato e Seus Blue são obrigados a toca-la nos finais de todos os seus shows – sim, eles ainda estão na estrada e já são o grupo instrumental-vocal  mais antigo do planeta – com a ajuda de uma Menina Linda do Lado B.
  
  

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