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Nada mais correto do que o filosofal cada tempo é um tempo. Quem duvidar,
basta visitar os chamados livros
clássicos de antigamente que registram costumes, principalmente os das
aristocracias europeias. Caso de, entre ouros, de O Retrato de Dorian Greay, de Oscar Wilde (1854 a 1900).
Para os dias
atuais, o texto do escritor inglês é um deboche em cima da maioria do
trabalhador brasileiro que madruga e sofre, por conta do transporte para
chegar ao trabalho. Sem falar da pequena remuneração mensal.
Wilde retrata uma aristocracia improdutiva, inútil, antipática, que passa o dia comendo, bebendo e se divertindo. O mote principal do seu texto é criativo, interessante, pois ninguém jamais imaginou, em seu tempo, personagem que mantém-se jovem enquanto um retrato seu envelhece por ele.
No entanto, Wilde cria um Dorian Gray absurdamente cruel, chegando a levar namorada ao suicídio - atriz de 17 de idade -, torturando-a, psicologicamente, por não vê-la com talento para interpretar bem peça shakespeariana. Bem pior é um dos personagens mais próximos dele, sujeito insuportavelmente machista, inaceitável para estes tempos pós-modernos, imputando à mulher papel filosoficamente patético, como ela tivesse sido criada, meramente, para povoar o planeta de seres risíveis.
Wilde retrata uma aristocracia improdutiva, inútil, antipática, que passa o dia comendo, bebendo e se divertindo. O mote principal do seu texto é criativo, interessante, pois ninguém jamais imaginou, em seu tempo, personagem que mantém-se jovem enquanto um retrato seu envelhece por ele.
No entanto, Wilde cria um Dorian Gray absurdamente cruel, chegando a levar namorada ao suicídio - atriz de 17 de idade -, torturando-a, psicologicamente, por não vê-la com talento para interpretar bem peça shakespeariana. Bem pior é um dos personagens mais próximos dele, sujeito insuportavelmente machista, inaceitável para estes tempos pós-modernos, imputando à mulher papel filosoficamente patético, como ela tivesse sido criada, meramente, para povoar o planeta de seres risíveis.
Embora
apresente traços desatualizados para hoje, O
Retrato de Dorian Gray (lançado em 1890) é escrito com tremenda grandeza
literária, inclusive quando Wilde manda um show de viadagem (1) no relacionamento do pintor com o modelo da tela. Nesse
ponto, bate com a vida dele que, emboras fosse casado e pai de dois rebentos, chegou
a ser preso e condenado a trabalhos forçados, por conta do seu prazer de pegar
meninos para outro fins. Digamos
usa-los na horizontal.

De outra parte, em uma outra prateleira, a da
literatura religiosa, temos, igualmente, publicações que recomendam ao leitor
moderno: “não me compre”.
Quem tem tempo para ler sobre a conversão do impiedoso Saulo, que vira Paulo, em 654 páginas? Assim como em O Retrato de Dorian Grey, o texto é bem roteirizado, emocionante, narrando o destino do personagem. Só isso, pois vende um impressionante fanatismo.
Tal livro parece ter sido editado para analfabetos facilmente impressionáveis. Será que os cristãos dos tempos de Saulo/Paulo (5 a 67 DC), quando o cristianismo nem mesmo era chamado por cristianismo, eram tão fanáticos? A descrição da conversão do ex-homem impiedoso, cruel perseguidor de cristãos é do nível das melhores produções computadorizadas do cinema-emoção, tipo aventuras da Mulher Maravilha, com os seus sensacionais efeitos especiais.
Quem tem tempo para ler sobre a conversão do impiedoso Saulo, que vira Paulo, em 654 páginas? Assim como em O Retrato de Dorian Grey, o texto é bem roteirizado, emocionante, narrando o destino do personagem. Só isso, pois vende um impressionante fanatismo.
Tal livro parece ter sido editado para analfabetos facilmente impressionáveis. Será que os cristãos dos tempos de Saulo/Paulo (5 a 67 DC), quando o cristianismo nem mesmo era chamado por cristianismo, eram tão fanáticos? A descrição da conversão do ex-homem impiedoso, cruel perseguidor de cristãos é do nível das melhores produções computadorizadas do cinema-emoção, tipo aventuras da Mulher Maravilha, com os seus sensacionais efeitos especiais.
Para ser
lida, hoje, na descrição do espírito Emmanuel, a conversão de Saulo - tornou-se um dos grandes teólogos da Igreja
Católica – deveria ser reescrita e liberta do grande fanatismo religioso, em
não mais do que 80 páginas. Seriam suficientes e o Paulo agradeceria.

Mas, como cada
tempo é um tempo, quem visita, hoje,
livrarias brasileiras encontra os ultrapassados clássicos antigos substituídos
por inúteis livros de cantores bregas, apresentadores de TV e enroladores de
autoajuda – perdão só para menininhos e
menininhas de até 11 de idade.
OBS: 1 - o correto seria veadagem, mas o autor prefere o termo como o povo fala; 2 - inlível é neologismo do texto para não lido.
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