Evaristo de Macedo Filho esteve por duas vezes no comando do time vascaíno. Durante a conturbada temporada-1969, quando quatro outros treinadores demoraram pouco no cargo – o ex-ponta-esquerda do clube Pinga; o ex-lateral-direito, também da casa, Paulinho de Almeida, e Célio de Sousa – e em 2002.
Primeiramente, Evaristo foi para São Januário como supervisor. Quando Pinga caiu, em abril, chamaram-no para a “boca do túnel”. Se quisesse levar em conta a possibilidade de ter um mesmo destino, o que ocorrera com o antecessor era um bom exemplo: dispensado após uma golada, por 6 x 0, ante o Madureira. Na verdade derrota (1 x 2) ante o Fluminense, na rodada anterior, além de empates com Bangu (1 x 1), Bonsucesso (0 x 0) e América (2 x 2) foram as caias, pois vitórias sobre São Cristóvão (4 x 1) e Olaria (2 x 1) foram desconsideradas.
Evaristo não resistiu mais do que quatro meses, entre 28 de abril e 28 de agosto, pois o time-base da temporada – Andrada (Valdir Apple), Fidélis, Brito (Moacir), Orlando Peçanha (Fernando/Renê) e Eberval (Dutra); Alcir e Buglê (Benetti/Valinhos); Luiz Carlos (Nado), Nei (Adílson), Valfrido (Bianchini) e Acelino (Silvinho/Raimundinho) – não conseguia render o que podia, mesmo com jogadores de bom nível técnico, alguns com passagens por seleções, como o Andrada (Argentina), Fidélis, Brito, Orlando, Nado, Nei e Bianchini.
Evaristo não conseguiu mudar a rotina de irregularidades da rapaziada. Em 10 jogos do Campeonato Carioca, só obteve uma vitória em clássicos: sobre o Botafogo (2 x 0), tendo, na primeira fase, caído ante este (0 x 1) – caíra, também, diante de Flamengo (0 x 3 e 1 x 1) e Fluminense ( 0 x 0). Derrapagens que prosseguiram por sete jogos da Taça Guanabara, uma disputa à parte, na época. Embora tivesse voltado a vencer o Botafogo (3 x 0), voltara a enganchar em Fla (1 x 2) e Flu (0 x 0) e pisado na bola diante dos “freguesões” América (0 x 1), Bonsucesso (0 x 1) e Bangu (0 x 0). Assim, vitórias (4 x 1) sobre o “pequeno” Campo Grande, além da já citada sobre os botafoguenses, não deram para emplacar.
Em 2002, Evaristo recebeu, para trabalhar, nomes de peso, como o goleiro Hélton, o lateral-direito Leonardo Moura, o meia Léo Lima e os atacantes Euller e Romário. Mas, na primeira disputa da temporada, só chegou ao sexto lugar do Torneio Rio-São Paulo, com três vitórias, seis empates e seis derrotas, entre 19 de janeiro e 14 de abril (para os vascaínos). Mesmo com a fraca campanha, ficou para o Estadual. E alargou o caminho para uma futura dispensa. Motivo: não conseguiu o título da Taça Guanabara, mesmo com Flamengo, Fluminense e Botafogo usando reservas e boicotando a etapa que valia pelo primeiro turno da temporada-RJ.
Se tivesse vencido o Americano, no dia 28 de abril, no Estádio Godofredo Cruz, em Campos, a história poderia ter sido outra. O Vasco abriu o placar – Romário, aos 41 minutos –, mas permitiu a virada (2 x 1) do anfitrião, que colocou três pontos sobre os cruzmaltinos (31 x 28) e carregou o caneco.
CRACAÇO – Carioca, nascido em 22 de junho de 1933, Evaristo foi cria do Madureira, pelo qual chegou ao selecionado olímpico brasileiro, em 1952. Em seguida, passou por Flamengo, Barcelona e Real Madrid, ambos da Espanha, e o Fla, novamente, para encerrar a carreira de atleta, em 1967.
Pela Seleção Brasileira principal, esteve em 14 convocações, entre 1955 e 1957, mantendo o recorde de cinco gols, em um só jogo, marcados no domingo 24 de março de 1957, pela primeira fase do Campeonato Sul-Americano, no Estádio Nacional de Lima, no Peru – totalizou oito tentos com a camisa canarinha. Ele poderia ter sido o parceiro de Pelé no ataque do time campeão mundo, em 1958, na Suécia. Recebeu um telefonema da Confederação Brasileira de Desportos, solicitando providenciar a sua liberação junto ao “Barça”. Mas este não o liberou. (fotos enviadas pelo "vasconauta" Pedro Mesquita, de Lauro de Freitas-Ba). Agradecimentos.
OBS: este foi o primeiro "post" enviado ao blog por meio de um telefone celular, às 00h30 de 12.11.2014.
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