“Tenho muita fé no Vasco, porque ele será uma força no campeonato
(estadual)”. Quem disse isso foi o então preparador físico Carlos Alberto
Parreira, pela “Revista do Esporte” Nº 520, de 22 de fevereiro de 1969. Na
época, ele fora contratado pela diretoria do presidente Reinaldo Reis, para
substituir Paulo Baltar. Prometia: “...daremos muito trabalho a todos. Vasco terá fôlego para correr os 90 minutos e
mais alguns, se for preciso”.
Parreira chegou à Colina errando no palpite. Naquele 1969, o time vascaíno
fez uma temporada fraca, de saída,
naufragando durante a travessia da Taça Guanabara. Escorregou até diante
do Bonsucesso (0 x 1, em 26.07). Afundo, também, contra o América (0x1, em
17.07) e o Flamengo (1 x 2, em 05.08). Pra minorar os prejuízos, empatou com o
Bangu (0 x 0, em 12.07) e o Fluminense (0 x 0, em 20.07). Terminou em sexto
lugar, só conquistando duas vitórias, em sete jogos: sobre o fraco Campo Grande
(1 x 0, em 29.06) e contra o Botafogo (3 x 0, em 06.07).
PRIMEIRO TURNO - Rolava o Campeonato Carioca e a promessa de Parreira
seguia “inchegável”. O time vascaíno colocou-se em quinto lugar, com 13 pontos,
em 11 jogos, inclusive, apanhando feio do maior rival, o Flamengo, por 0 x 3
(11.05) – perdeu, ainda, para o Fluminense (1 x 2, em 21.04) e o Botafogo(0 x1,
em 04.05). E, como durante a Taça GB, seguiu sem conseguir dobrar o Bonsucesso
(0 x 0, em 06.04) e o Bangu (1 x 1, em 16.03). Diante do América, empatou (2 x
2. em 13.04). Das vitórias, duas foram apertadas: contra a Portuguesa-RJ (1 x
0, em 29.03) e o Olaria (2 x 1, em 23.03). Só contra o São Cristóvão (4 x 1, em
08.03), Madureira (6 x 0, em 26.04) e o Campo Grande (4 x 0, em 01.05), a
torcida não reclamou.
Carlos Alberto Parreira foi preparador físico do Vasco na temporada-1969 |
O restante foi pisadas na bola –
quatro empates e 10 derrotas, incluindo uma série de 12 jogos sem vitórias – 1
x 1 Bahia (01.10); 1 x 3 Flamengo (05.10); 0 x 2 Botafogo (11.10); 0 x 0
América-RJ (19.10); 1 x 2 Corinthians (25.10); 0 x 2 Internacional-RS (01.11);
0 x 0 Grêmio (05.11); 0 x 1 Cruzeiro (09.11); 0 x 1 Palmeiras (12.11); 0 x 3
São Paulo (16.11); 1 x 2 Santos 19.11) e 0 x 1 Portuguesa de Desportos
(22.111).
CARIOCA - Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 1943. Chegava Carlos Alberto
Parreira, para diplomar-se, pela Escola Nacional de Educação Física e Desportos-ENEFD,
em 1966. No futebol, começou como preparador físico do São Cristóvão, que tinha
seu time principal dirigido por Zé do Rio. No “Santo”, ocupou, também, o cargo
de treinador dos aspirantes, que, as vezes, não reuniam um time completo para
jogar, como mostra a foto.
Parreira contou à “Revista do
Esporte” que, ao chegar ao Vasco, viu a necessidade de mudar a mentalidade da
rapaziada, com relação aos treinos físicos. Então, passou a mesclar recreação
com a parte científica. Por aquela época, ele via o futebolista brasileiro
muito mais “jogador” do que “atleta”. E
explicava: “Na Europa, todo jogador, antes de tudo, é um atleta. Treina pela
manhã e à tarde, sem reclamar”. Admirava, sobretudo, o trabalho desenvolvido na
então Alemanha Ocidental, onde fez estágio, às suas custas, e aprendeu os
métodos do treinador do selecionado nacional, Helmut Schoen.
Antes de ser contratado pelo
Vasco, Parreira decidiu pesquisar os trabalhos físicos de várias equipes
brasileiras. E ficou decepcionado com o que viu. “Jogadores que não se
interessavam pelo treino, que não demonstravam animação pelo que estavam
fazendo”, contou à “RE”, acrescentando que a constatação lhe dera a noção do
que fazer em São
Januário.
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