Vasco

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sexta-feira, 25 de julho de 2014

VASCO DAS PÁGINAS - PARREIRA

“Tenho muita fé no Vasco, porque ele será uma força no campeonato (estadual)”. Quem disse isso foi o então preparador físico Carlos Alberto Parreira, pela “Revista do Esporte” Nº 520, de 22 de fevereiro de 1969. Na época, ele fora contratado pela diretoria do presidente Reinaldo Reis, para substituir Paulo Baltar. Prometia: “...daremos muito trabalho a todos.  Vasco terá fôlego para correr os 90 minutos e mais alguns, se for preciso”.
Parreira chegou à Colina errando no palpite. Naquele 1969, o time vascaíno fez uma temporada fraca, de saída,  naufragando durante a travessia da Taça Guanabara. Escorregou até diante do Bonsucesso (0 x 1, em 26.07). Afundo, também, contra o América (0x1, em 17.07) e o Flamengo (1 x 2, em 05.08). Pra minorar os prejuízos, empatou com o Bangu (0 x 0, em 12.07) e o Fluminense (0 x 0, em 20.07). Terminou em sexto lugar, só conquistando duas vitórias, em sete jogos: sobre o fraco Campo Grande (1 x 0, em 29.06) e contra o Botafogo (3 x 0, em 06.07).
PRIMEIRO TURNO -  Rolava o Campeonato Carioca e a promessa de Parreira seguia “inchegável”. O time vascaíno colocou-se em quinto lugar, com 13 pontos, em 11 jogos, inclusive, apanhando feio do maior rival, o Flamengo, por 0 x 3 (11.05) – perdeu, ainda, para o Fluminense (1 x 2, em 21.04) e o Botafogo(0 x1, em 04.05). E, como durante a Taça GB, seguiu sem conseguir dobrar o Bonsucesso (0 x 0, em 06.04) e o Bangu (1 x 1, em 16.03). Diante do América, empatou (2 x 2. em 13.04). Das vitórias, duas foram apertadas: contra a Portuguesa-RJ (1 x 0, em 29.03) e o Olaria (2 x 1, em 23.03). Só contra o São Cristóvão (4 x 1, em 08.03), Madureira (6 x 0, em 26.04) e o Campo Grande (4 x 0, em 01.05), a torcida não reclamou.    
Carlos Alberto Parreira foi preparador físico do Vasco na temporada-1969 
 RETURNO - Com apenas oito clubes, o Vasco ficou em terceiro lugar, somando nove pontos em sete jogos, o que não deixou de ser uma melhora. Afinal, empatou com Fla (1 x 1, em 08.06) e Flu (0 x 0, em 25.05) e venceu o Botafogo (2 x 0, em 04.06). Também, na conta, enfim, vitória sobre o América (1 x 0, em 21.06) – e sobre a Portuguesa (3 x 1, em 31.05). Mas seguiu enganchando em Bonsucesso (0 x 0, em 14.06) e Bangu (1 x 217.05). No somatório dos dois turnos, ficou em quarto lugar, totalizando pontos, atrás de Flu, Fla e Bota. O pior momento vascaíno na temporada-1969, no entanto, foi o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, a chamada Taça de Prata: nono e último colocado do seu grupo (B), vencendo apenas duas partidas (3 x 1 Atlético-MG , em 13.09,  e 3 x 0 Santa Cruz-PE, em 27.09).
 O restante foi pisadas na bola – quatro empates e 10 derrotas, incluindo uma série de 12 jogos sem vitórias – 1 x 1 Bahia (01.10); 1 x 3 Flamengo (05.10); 0 x 2 Botafogo (11.10); 0 x 0 América-RJ (19.10); 1 x 2 Corinthians (25.10); 0 x 2 Internacional-RS (01.11); 0 x 0 Grêmio (05.11); 0 x 1 Cruzeiro (09.11); 0 x 1 Palmeiras (12.11); 0 x 3 São Paulo (16.11); 1 x 2 Santos 19.11) e 0 x 1 Portuguesa de Desportos (22.111).       
CARIOCA - Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 1943. Chegava Carlos Alberto Parreira, para diplomar-se, pela Escola Nacional de Educação Física e Desportos-ENEFD, em 1966. No futebol, começou como preparador físico do São Cristóvão, que tinha seu time principal dirigido por Zé do Rio. No “Santo”, ocupou, também, o cargo de treinador dos aspirantes, que, as vezes, não reuniam um time completo para jogar, como mostra a foto. 
 Parreira contou à “Revista do Esporte” que, ao chegar ao Vasco, viu a necessidade de mudar a mentalidade da rapaziada, com relação aos treinos físicos. Então, passou a mesclar recreação com a parte científica. Por aquela época, ele via o futebolista brasileiro muito mais  “jogador” do que “atleta”. E explicava: “Na Europa, todo jogador, antes de tudo, é um atleta. Treina pela manhã e à tarde, sem reclamar”. Admirava, sobretudo, o trabalho desenvolvido na então Alemanha Ocidental, onde fez estágio, às suas custas, e aprendeu os métodos do treinador do selecionado nacional, Helmut Schoen.
 Antes de ser contratado pelo Vasco, Parreira decidiu pesquisar os trabalhos físicos de várias equipes brasileiras. E ficou decepcionado com o que viu. “Jogadores que não se interessavam pelo treino, que não demonstravam animação pelo que estavam fazendo”, contou à “RE”, acrescentando que a constatação lhe dera a noção do que fazer em São Januário. 
 BANGUENSE - Nascido no bairro de Bangu e criado em Padre Miguel, Carlos Alberto Parreira partiu para a carreira de treinador quando inscreveu-se no Ministério das Relações Exteriores, para disputar uma vaga de trabalho no futebol de Gana. Ganhou a parada e foi viver a sua aventura africana. Na volta, a convite de Admildo Chirol, assumiu a preparação física do Vasco e da Seleção Brasileira.
 

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