Em 1959, Tiriça era juvenil do time vascaíno. Disputava posição com Dominguinhos. Tempinho depois, foi mandado embora. Arrumou-se com o Bangu. Mas o Vasco não lhe saía da cabeça. Sonhava, um dia, voltar. Quando menos esperava, os cartolas cruzmaltinos ofereceram o meia Roberto Pinto e mais uma grana, por ele. Mais do que rápido, o coronel Luis Renato, diretor banguense, recomendou a troca: "Este Tiriça é um perna-de-pau. Não vai passar disso. Será um dos melhores negócios da história do Bangu", sentenciou.
Muito bem! Na rodada de 21 de julho do Campeonato Carioca, o adversário vascaíno seria o Bangu, no Maracanã. O treinador Jorge Vieira mandou a campo: Humberto, Joel, Brito e Dario; Nivaldo e Barbozinha; Joãozinho, Saul, Lorico, Vevé e Tiriça. Pelo lado banguense, o técnico Gradim escalou: Ubirajara, Ananias, Mário Tito e Nilton dos Santos; Hélcio Jacaré e, Zózimo; Correia, Bianchini, Vermelho, Roberto Pinto e Beto.
Então, pelas duas respectivas escalações, no Vasco, estava Tiriça, desprezado pelo Bangu; no Bangu, Roberto Pinto, desprezado pelo Vasco. E rola a bola. Jogo duro até o relógio marcar 15 minutos para o final. O garoto do placar iria ganhar sem trabalhar. Iria! Aos 75 minutos, Tiriça recebeu a bola e partiu para o fatal: Vasco 1 x 0. Era a terceira vitória do time na competição, além de recuperar-se de uma zebra, na rodada anterior, diante do Olaria, por este mesmo placar.
Duas semanas depois, Tiriça ajudava o Vasco a vencer o favorito ao título (e ao bi) Botafogo, com Nílton Santos, Garrincha, Amarildo e Zagalo, bicampeões mundiais na Copa do Chile-1962. Havia mostrado, então, que não era um "zé mané". Como constatara o lateral-direito Jair Marinho, na rodada de 2 de dezembro, quando o Vasco mandara 2 x 0 no Fluminense, diante de mais de 57,2 mil torcedores. Tiriça passava, como queria, pelo marcador. O que não surpreendia Gradim, que fizera o seu futebol crescer em Moça Bonita. Tiriça, no entanto, não demorou muito em São Januário. Foi negociado com o futebol equatoriano, na temporada seguinte, após oito jogos oficiais – 01.07.1962 – 3 x 0 Bonsucesso; 08.07 – 3 x 0 Portuguesa-RJ; 15.07 – 0 x 1 Olaria; 21.07 – 1 x 0 Bangu; 04.08 – 1 x 0 Botafogo; 12.08 – 0 x 0 Madureira; 19.08 – 4 x 0 Canto do Rio; 02.12 – 2 x 0 Fluminense – e um gol no Estadual-1962. Seu Vasco do sonho da volta teve: Humberto/Ita, Paulinho de Almeida, Brito e Dario/Coronel; Laerte/Maranhão/Nivaldo e Barbozinha/Lorico; Sabará/Joãozinho, Fagundes, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Quando ele não jogou, a posição ficou com Da Silva (14 jogos), Fagundes (1) e Ronaldo (1).
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