Em 1938, ingleses e franceses temiam a Alemanha nazista. Como as duas nações demonstravam fragilidade militar, o líder alemão Adolf Hitler achou que poderia tenta engolir quem quisesse. Já que o seu colega soviético Josef Stalin, também, tinha apetite expansionista, o vivo Adolf costurou, com o carinha, acordo de não agressão, em agosto de 1939.
Malandragem absoluta de Hitler. Tendo Stalin por amiguinho, os governos de Londres e de Paris não teriam aliado forte no Leste Europeu. Ficava pavimentava o caminho para ele sair na porrada com os seus grandes desafetos.
Era setembro daquele 1939, quando Adolf invadiu a Polônia, com o apoio de Josef que, em troca, mordeu parte do país invadido, como prova da amizade alemã. Literalmente, nesse jogo político e geopolítico, Hitler pegou França, Inglaterra e Estados Unidos, futuros aliados, no contrapé.
Foi por ali que a mulher mostrou o quanto o homem não deveria continuar considerando-a mão-de-obra não especializada, mera chefe de fogão. Uma delas, Clare Hollingworth, desafiando considerações machistas, tornou-se jornalista e convenceu o seu chefe a deixa-la a ser correspondente internacional.
Ainda em 1939, o cara a enviou à Polônia, para cobrir o que nada tinha a ver com guerra, e surpreendeu-se quando ela mandou contar que a II Guerra Mundial havia começado. Maior furo jornalístico do Século 20. Lição para o machismo que dominava o mercado noticioso de todo o planeta. Quem virava a cara, teve de engolir o pioneirismo de Clare na profissão, bem como assisti-la brilhar como correspondente de guerra, durante muitas décadas, em oito conflitos internacionais.
... e Mary Breckinridge de figurar na coleção de fotos Library of Congress |
Quem inventou tal história foi a britânica CBS–Columbia Broadcasting System, com o incentivo do jornalista Edward Murrow, o primeiro a admitir a capacidade da mulher de transmitir noticias radiofônicas.
Criado o CBS World News Roundup (notícias do mundo) , transmissão ao vivo, da zona de guerra, com repórteres informando o que ninguém ainda havia noticiado (grande novidade), o repórter passava a caçar a notícia, escrevê-la e transmiti-la de forma convincente.
Clare não foi a primeira correspondente feminina, pois Murrow contratou, antes dela, a sua amiga Mary Marvin Breckinridge, a quem pediu, quando ela iria fazer a sua primeira gravação, usar a voz em tom grave. Afinal, na época, havia um senso comum de que a voz feminina carecia de autoridade.
Assim que a guerra acabou foram poucas as mulheres mantidas nos empregos pelas emissoras de rádio e agências de notícias, pois as mulheres ainda não tinham a receptividade de todo o público. Quando nada, abriu-se um caminho para elas, desvirginando uma nova estrada.
De sua parte, Clare parou de viver, aos 105 anos, como heroína do jornalismo e da luta delas pelo respeito que a mulher merecia.
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