O Macumbeiro do Bahia tinha, também, um time de futebol em seu terreiro. Mas os caras eram tão ruins de bola, tão pernas-de-pau, que o homem achava não existir mocorongos piores em nenhum plano espiritual. Para tentar amenizar o pobrema ténico, ele convidou o Profexô para apresentar a bola par a rapaziada. E o Profexô pintou no pedaço e mandou este recado:
“Em seus primeiros tempos, a bola não era totalmente redonda. Hoje, ela tem circunferência de 0,71 a 0,68cm e pesa 396 gramas. A bola já era conhecida dos xineiz, egipos e babilônios, muitos séculos antes do Home Lá de Riba. Era simbo pra espantar maus espíritos. Mais tarde, passou a ser lazer de nobres e militares. Os romanos enchiam bexigas de boi pra bater sua bolinha. Os haitianos e os aztecas usavam bolas de borracha. No Chile, os índios araucanos faziam bolas com resinas. O mesmo rolava na Patagônia. A primeira bola de couro teria surgido em Chester, na Inglaterra, feita por um sapateiro para comemorar uma espécie de terça-feira de Carnaval. No Brasil, chegou com marinheiros ingreiz do navio Crimeia, em 1872. Em São Paulo, um tal de Mister Huyg levou uma bola de couro pros ferroviaros das firma da SP Railway e Jundiaí, mas quem levou a fama foi Charles Miller, em 1894. E o resto da histora é a bola que rola”.
O Profexô foi muito aplaudido. Quando as palmas terminaram, ele acrescentou:
“Agora, o seguinte é o seguinte: quando eu fui jogador, nunca me entendi com esta tal de bola. Pisava nela, maltratava, dava bicudos. Coitada da gorduchinha! Xinxeramente, se eu fosse o meu Profexô, eu não me deixava nem no banco de reserva”.
Ehhh! Realmente, a gente bebe, mas Profexô é quem fica tonto.
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