De tanto a imprensa carioca falar do excesso
de raça do becão do Americano, chegada a temporada 1983, rapidão, o Almirante foi busca-lo para a sua zaga,
pois, quando os titulares Ivan e Rondinelli não atuavam, os reservas Chagas e
Nei davam arrepios na torcida.
Orlando,
quando desembarcou e São Januário levava a fama de marcador implacável, parente
daquele dragão que soltava fogo pelas
ventas. Mas o apelido de “Fumaça” não teve nada a ver com a virilidade de suas
marações. Foi porque ele tinha uma moto que espalhava muita fumaça. Precisava
de uma acerto no motor, ms ele nunca providenciava o barato. Os colegas de
Vasco cobravam e ele dava uma de entendido em mecânica: “É defeito nos retentores de válvulas. O lubrificante
está descendo pela haste da válvula quando o motor fica desligado. O óleo frita
quando pega alta temperatura na câmara de combustão”.
Orlando Orlando Monteiro do Nascimento Filho
passou uma temporada em São Januário prometendo, a cada dia, arrumar o problema
da moto. Mas, como ele soltava muita fumaça combatendo na zaga e não
demonstrava tantas intimidades com a pelota, foi despachado, em 1983, para emplacar
no América, de Rio Preto-SP, no qual o Cruzeiro foi busá-lo, com as mesmas
intenções do Vasco da Gama, que tinha, também, o trepidante Marajó em sua zaga.
Mesmo sem chamar a bola por “você”, mas por “excelência, certa vez, Orlando Fumaça teve um dia de “mais glórias”. Em 19 de dezembro de 1982, no Maracanã, jogou pela Seleção Carioca, contra a Paulista (2 x 2), ao lado dos astros Zico e Roberto Dinamite, que ele arrepiava - Paulo Sérgio (Gasperin); Perivaldo, Zedilson, Heraldo (Orlando Fumaça) e Pedrinho; Junior (Pires), Elói e Zico (Ernâni); Geraldo, Rberto Dinamite e Gilson Gênio (Luizinho das Arábias) fp8 o time, coandado pelos técnicos: Edu Coibras e Zé Mário, ambos jogadores do Vasco da Gama.
Nascido em Miracema-RJ, no dia 30 de outubro
de 1957, Orlando Fumaça, que foi o danadinho
garoto Neguinho, em seus tempos de moleque, foi descoberto para o futebol de
uma forma esquisita: o Goytacaz, de
Campos, foi fazer um amistoso em Miracema, mandou 6 x 0, mas o seu treinador,
Paulo Henrique, antigo lateral-esquerdo do Flamengo e da Seleção Brasileira,
achou que não mandou 12 por causa do zagueirão do time a terra. E o convidou a
fazer testes no “Goyta”, em 1976.
Orlando
Fumaça foi, também, um cigano da bola. Além dos times citados acima,
passou por Mixto-MT; Ponte Preta-SP; Atlético-PR;
Novorizontino-SP; Boavista e Amarantes, os dois de Portugal; Ceará; Matonense-SP;
Bandeirante, de Birigui-SP, e pendurou as chuteiras, em 1992, em sua segunda
passagem pelo América, de São José do Rio Preto, devido lesão no ligamento
cruzado posterior do joelho direito. A última notícia dele é a de que, casado,
com Neuza, tem cinco filhos – Marcele, Orlando Neto, Natália, Ulisses e Mariana
– e segue residido em São José do Rio Preto, onde trabalha como coretor de
imóveis.
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário