Maria Rita de Souza Brito Lopes
Pontes, a Irmã Dulce, que viveu por 77 temporadas neste planeta - até 1992 -, desde 14 deste
maio, terça-feira, é a primeira santa nascida no Brasil. O anúncio, pelo site
oficial do Vaticano, diz que a declaração de sua santidade, pela Igreja
Católica Apostólica Romana, vem do reconhecimento de um segundo milagre, como exige o processo de
canonização – além de falta de explicação científica para o fato e acontecimento
imediatamente após oração.
Reprodução de Wikipedia |
O primeiro milagre atribuído à Irmã Dulce foi a cura repentina e sem explicação
médica de Claudia Cristina do Santos. Esta teve forte hemorragia, por 18 horas,
após dar à luz a um filho. Passou por três cirurgia, até que o médico
disse à família que só "uma ajuda divina" poderia salva-la.
Chamado
a dar a extrema unção, o padre José Almi fez uma corrente de oração, pedindo a
ajuda da Irmã Dulce, e a hemorragia parou. Dez peritos médicos
brasileiros e seis italianos disseram não haver explicação científica para tal
caso. A Igreja reconheceu o milagre em 2010.
Filha do dentista/professor
universitário, em Salvador, Augusto Lopes Pontes, ela adotou o nome Dulce em homenagem
à mãe que só tivera por 7 temporadas.
Folheto distribuído no hospital da Irmã Dulce |
O seu trabalho assistencial aos
pobres começou, em 1935, pela favela de
Alagados, onde vivia-se em palafitas, e pelo bairro operário de
Itapagipe, ambos em Salvador. Em 1937, ela criou o Círculo Operário da Bahia e, tempos depois, escola para operários e filhos.
Decepcionadas com as autoridades
baianas, que mantinham prisões em condições desumanas, a religiosa passou a visitar prisioneiros e criou um serviço de alimentação barato, na
décda-1950. Para ela, era pouco. Certa vez, usou o galinheiro do Convento
Santo Antônio, onde vivia, para abrigar 70 pessoas com problemas de saúde.
Com Madre Teresa de Calcutá. Duas santas. Reprodução Jornal de Brasília |
Embora não seja brasileira, a Santa
Paulina é considerada a nossa primeira santa. Ela nasceu na Itália e veio
criancinha para cá. Já tivemos, também, canonizados o Frei Galvão, de
Guaratinguetá-SP, e o Padre Anchieta, espanhol nascido nas Ilhas Canárias,
mas tendo passado a maior parte de sua vida por aqui. Em 2018, o Papa Francisco
canonizou 30 mártires perseguidos por
protestantes holandeses no Rio Grande do Norte, no século 17.
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