Pelas décadas- 1950/1960, as coberturas de posses de presidentes da república, pelas magazines O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos eram verdadeiros, belos “espetáculos pirotécnicos”.
Privilegiava-se, tremendamente, a fotografia. Mas elas não estavam erradas, pois, em tais ocasiões, o povo queria muito mais ver do que ler, principalmente o leitor de cidades interioranas, que ouvia as notícias pelo rádio e ficava imaginando o festão distante de sua casa.
Pelas décadas- 1950/1960, as coberturas de posses de presidentes da república, pelas magazines O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos eram verdadeiros, belos “espetáculos pirotécnicos”.
Privilegiava-se, tremendamente, a fotografia. Mas elas não estavam erradas, pois, em tais ocasiões, o povo queria muito mais ver do que ler, principalmente o leitor de cidades interioranas, que ouvia as notícias pelo rádio e ficava imaginando o festão distante de sua casa.
Em manhã de sol aberto, o presidente subia a rampa do Congresso Nacional |
Na foto (à direita) em que o presidente sobe rampa do Congresso Nacional, para receber o
cargo, um título de matéria joga pra cima: “Todos elogiaram a beleza e perfeita
ordem da cerimônia de posse”.
Hoje, é impensável redator gastar espaço com
frases assim. Também, jamais escreveria algo como: “O povo de Brasília foi ver
de perto a troca de presidentes”. Neste caso, até compreende-se, pois não havia
a Internet e nem TV transmitindo ao
vivo.
Para Manchete, “todas as cerimônias” ficavam “mais bonitas
em Brasília”, como a da a posse do segundo presidente do ciclo militar
(iniciado, em 1964, pelo marechal Castello Branco).
Seu texto poetizava ter sido em uma “manhã de sol aberto....dia emocionante, que mobilizou todos os setores da capital brasileira” (informação sobre o óbvio, pois seria impensável tal mobilização não ocorrer) e ressaltava a pontualidade no cumprimento dos horários: “Os eleitos, em 3 de outubro, chegaram ao Congresso às 11 horas, em ponto”. E mais confetes: “... funcionários da Câmara (do Deputados) e do Senado concluíram unânimes: Assistimos a mais bela sessão do parlamento nacional”.
O presidente e Dona Iolanda (de branco) circularam entre os socialistas |
Seu texto poetizava ter sido em uma “manhã de sol aberto....dia emocionante, que mobilizou todos os setores da capital brasileira” (informação sobre o óbvio, pois seria impensável tal mobilização não ocorrer) e ressaltava a pontualidade no cumprimento dos horários: “Os eleitos, em 3 de outubro, chegaram ao Congresso às 11 horas, em ponto”. E mais confetes: “... funcionários da Câmara (do Deputados) e do Senado concluíram unânimes: Assistimos a mais bela sessão do parlamento nacional”.
No que diz respeito a informações que não
podiam faltar, Manchete foi breve,
registrando, por texto curto, ter a solenidade de posse constado de “dois
discursos curtos”, com presidente que saía resumindo as realizações do seu
governo e o chegante emprestando “à sua fala...as cores vivas de uma grande
mensagem de esperança que repercutiu intensamente no Brasil inteiro.”
Por um
outro texto pequeno, contava que... todas as dependências (do Congresso
Nacional) estavam superlotadas e que “houve um murmúrio sereno quando o senador
Áureo de Moura Andrade, logo após breve
cerimônia de juramento constitucional, declarava empossado o novo chefe do
governo...fisionomia sempre grave, o Marechal Costa e Silva agradeceu, enquanto
D. Iolanda chorava, emocionada. O senador Moura Andrade fez questão de
salientar: Neste momento, o Brasil se reencontra com o estado de direito e
volta à ordem constitucional”.
O embaixador Tuthill e o governador da Califórnia, Brown, trouxeram as saudações dos Estados Unidos |
o Rio, São Paulo e Brasília compareceu à festa...” – entre as socialites presentes estava a Miss Brasil 1954, Martha Rocha.
O show de fotos mostrava o presidente no palanque, já enfaixado, com a legenda dizendo que “o povo seguiu até o fim as solenidades de posse”; cumprimentando convidados, “sempre informal na noite de gala”, ao lado da primeira dama Iolanda, exibindo brincos, colar e vestido, tudo no branco, e recebendo os cumprimentos de representantes de delegações estrangeiras e de autoridades brasileiras.
O charme da 'Dama de Vermelho' |
Manchete, que nesta
reportagem jamais citou que o prenome do presidente era Artur, só se referindo
a ele por Costa e Silva, jogou confete, ainda, na legenda de foto em que dizia
ter o presidente sido aplaudido (bem como Castelo Branco) por “mais de mil
pessoas”, em frente ao Palácio do Planalto, quando rumava para o aeroporto, com
destino ao Reio de Janeiro.
Hoje, revista que fizesse edição assim de posse presidencial teria toda a sua redação demitida, pois os avanços dos meios de comunicação deixaram o povo muito mais politizado, cobrando mais informações que influam em sua vida. Fotos de vestidos longos de madames não impressionam mais nem às interioranos que não vivem a capital.
Hoje, revista que fizesse edição assim de posse presidencial teria toda a sua redação demitida, pois os avanços dos meios de comunicação deixaram o povo muito mais politizado, cobrando mais informações que influam em sua vida. Fotos de vestidos longos de madames não impressionam mais nem às interioranos que não vivem a capital.
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