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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

HISTÓRIAS DO KIKE - TAÇA LIBERTADORES TEVE CLÁSSICO DE 36 MINUTOS NO BRASIL

21 de agosto de 1981 – toda a galera estava ligada em Atlético-MG x Flamengo. Seria mais um dos tantos “Jogo do Ano” do futebol brasileiro e valia vaga às semifinais da Taça Libertadores. A catimba começara pela escolha do estádio, com o Galo sugerindo o paulistano Morumbi e os rubro-negros o Serra Dourada, em Goiânia, o que prevaleceu, por determinação da Confederação Sul-Americana de Futebol. Na escolha do árbitro, cada clube vetou um – José de Assis Aragão, pelos mineiros, e Arnaldo César Coelho, pelos cariocas. Aprovaram José Roberto Wright (foto).

Tudo decidido, foram vendidos 71,5 mil ingressos, com o povão esperando por um grandioso espetáculo. Mas saiu tudo ao contrário.  No minuto 33, quatro  atleticanos - Cerezo, Palhinha, Éder e Vaguinho - e um flamenguista – Mozer – há haviam recebido o cartão amarelos. Três minutos depois,  Reinaldo fez falta mais dura, por trás,  em Zico, em seu campo de defesa, mas considerada normal. Foi expulso de campo (foto abaixo)  e o rolo rolou (foto acima). Instantes depois, Wright expulsou Éder, por tentar tirar a bola de suas mãos, contestando marcação de falta. Por ali, o veterano Vaguinho pediu ao treinador Carlos Alberto Silva pra tirar o time de campo, os diretores atleticanos invadiram o gramado, partiram pra cima do árbitro, e a PM também entrou, pra segurar o rebu. Pra completar o furdunço, o atleticano Chicão disse ao Wright que ele estava comprado pelo Flamengo. E, também,  foi expulso de campo. Pouco depois, foi a vez de Palhinha, por reclamações.

 Balbúrdia instalada, Wright pediu à PM pra retirar todos os que estivesse, dentro do gramado e, momentos depois, voltou a ser cercado pelos jogadores atleticanos. Rolados 10 minutos de balbúrdia, Wright sinalizou que a partida seria prosseguida com 11 do Flamengo contra sete do Atlético-MG. Todo o banco atleticano havia sido expulso, mas ele permitia que Fernando Roberto e Marcus Vinícius entrassem em campo, como reservas.

O jogo recomeçou com Toninho Cerezo cobrando falta, tocando bola para o goleiro João Leite, que deu um chutão pra a lateral e desabou no chão. Rola a bola e, pouquinho depois, o massagista do Atlético-MG pede a maca para João Leite, mas seus colegas se recusam a entrar em campo. Diante do tamanho tumulto, Wright expulsa Osmar Guarnelli, que estava com a bola nas mãos e o jogo é encerrado, com cinco jogadores atleticanos excluídos do prélio.

O Atlético-MG tinha, então, duas opções, aceitar a “derrota” ou tentar reverter o quadro judicialmente. O presidente Elias Kalil, que não foi ao jogo e ficou em Belo Horizonte, entrou em contato com o Presidente do João Figueiredo e o Galo se preparou juridicamente para pedir a anulação da partida. Enquanto isso, a delegação alvinegra chegava ao aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, sendo recebida pelos torcedores, que carregaram Reinaldo nos ombros.

Mesmo com a tentativa do recurso, junto à Confederação, o comitê executivo da entidade, dirigido por Teófilo Salinas, marcou reunião para julgar o caso, que teve sentença em 4 de setembro: Atlético-MG eliminado da Libertadores. Já o Flamengo foi o campeão da Libertadores daquela temporada, vencendo dois jogos contra o Cobreloa, do Chile. Os cariocas ainda venceram o que se chamava por Mundial Interclubes (Copa Toyota), com  3 x 0 Liverpool, da Inglaterra.

   Flamengo do rolo em Goiânia foi: Raul; Carlos Alberto, Figueiredo, Mozer e Júnior; Adílio, Leandro e Zico; Tita, Nunes e Baroninho, comandados pelo treinador Paulo César CarpegianiO Atlético-MG teveJoão Leite; Orlando, Osmar, Alexandre e Jorge Valença; Cerezo, Chicão e Palhinha; Vaguinho, Reinaldo e Éder.

               PUBLICADO TAMBÉM NO JORNAL DE BRASÍLIA DE 20.03.24 

             FOTOS REPRODUZIDAS DE WWW.JORNALISTASLIVRES.ORG

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