Vasco

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domingo, 5 de janeiro de 2020

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - A 1ª EDITORA CHEFE DO CORREIO BRAZILIENSE

Esta pernambucana arretada...
  FOTOS: ÁLBUM DE RECORDAÇÕES  

 Por volta de 1986/7, um colega do jornal Correio do Brasil, que agente chamava por Ricardinho Meia-Lauda, vivia pedindo-me uma vaga para uma amiga dele, de Recife. 
Eu era o Editor de Esportes e o carinha dizia ser a tal uma fera na reportagem. Um dia, pintou vaga e a moça começou a trabalhar conosco. 
Em pouco tempo, vi que aquele jornal era pequeno para ela e prometi-lhe falar com o meu amigo Editor de Cidade do Correio Braziliense, Sylvio Guedes, para leva-la. 
 A repórter pernambucana não só fez sucesso no mais antigo diário brasiliense, como casou-se com o cara, é mãe de Gabriel e de Helena, e avó de Liz. E tornou-se a primeira mulher Editora Chefe de um jornal diário em Brasília – parecia que o carago fora criado, exclusivamente, para os marmanjos.
 Respeitável público: com vocês, Ana Dubeux! Claro que a moça não tinha nada contra os homens, mas, aos poucos, foi entrando na área deles e mandando-os buscar a bola no fundo da rede. Distinções que só eles ganhavam, começaram a mudar de endereço, rumando para a estante de sua casa. 
Entre as que me lembro estão: Prêmio Ayrton Senna - Editor-2006; Prêmio Esso de Jornalismo-Primeira Página: 2005, 2011 e 2012; Prêmio CNT de Jornalismo-2012, com a série de reportagens "Órfãos do Asfalto"; Troféu Mulher Imprensa-Editora-2005/2006 e Troféu Mulher Imprensa-a Diretora de Redação/Editora-2013.
...só não fica careca de tanto ganhar prêmios
 porque usa capa amarela e é...
 Ana começou a sua história na lauda como estagiária na Universidade Católica de Pernambuco, terra que dizem produzir, também, as mais lindas morenas desses rincões. Depois, atacou de setorista no recifense Jornal do Comércio, que curtiu muito a sua sempre presente alegria, entre abril de 1974 e dezembro de 1987. 
Ana adorava fazer pautas e cobrir futebol, o que era raro, então, para as formosas donzelas, principalmente nordestinas. 
No Correio do Brasil, ela ficou por pouco tempo. Pulou para a cobertura da capital do país e as suas cidades satélites, para o Correio Braziliense.
...fácil de ser encontrada pela The Net...
 Dado o seu recado naquela douta casa, Ana foi expandir o seu currículo no BSB-Brasília, que nascia com pretensões de mandar ver mais do que os outros. Tempinho depois, o Jornal de Brasília estava ali na equina de olho em suas canetadas. Mas este não sacou que o Correio Braziliense estava na porta do elevador do apartamento dela, para repatria-la.
 Pronto! Abriram o meio-de-campo para Ana mostrar que a mulher jornalista merecia melhores passarelas para desfilar o seu talento. Tornou-se colunista da Editoria de Cidade, Subeditora, Editora-Executiva, Chefe de Reportagem e, enfim, a poderosa chefona. Mais? Primeira mulher a integrar o Condomínio do Diários Associados.
Tá bom, ou quer mais? Se quer mais, anote: a avó de Liz segue fã intransferível e intransponível dos Beatles, evidentemente, sem deixar de, de vez em sempre, dar um tapinha nos gloriosos ritmos musicais de sua animada terrinha.   
 Ana é Editora Chefe do Correio Braziliense desde dezembro de 1997. No Jornal de Brasília esteve entre janeiro de 1992 e dezembro de 1976. Como a profissão de jornalista é muito dinâmica, ela trabalhou, ainda, para uma assessoria parlamentar da Câmara dos Deputados e para a Agência Brasileira de Comunicação
 Pois bom, meu rei! Como você viu, este baiano aqui é o maior puxa-saco da gloriosa Ana Dubeux. Tanto que, certa vez, exercendo o meu ofício de escritor inédito e esgotado, bolei um conto com a Ana sendo heroína de expulsão de piratas de Pernambuco. No final, ao ser indagada pelo Imperador sobre o que ela desejaria, por recompensa, respondia ao Pedro II: 
...onde tem muitos artigos da hora à sua disposição.
 - Quero ser a correspondente, em Fernambuck, do Jornal do Império.
- Onde? - o Imperador desconhecia o pedaço.
-  Em Fernambuck! – ela repetia, ante a ignorância do homem.
- Onde mesmo? - seguia burrão.
- Muito bem, Imperador. Se o piratão inglês James Lancaster sabia onde ficava Fernambuck, e o senhor, o chefe brazuca, desconhece a história das minhas plagas, a partir deste momento serei republicana -  foi à vizinha Alagoas fuxicar nos oritimbós do Marechal Deodoro da Fonseca, que mandou os Orleans e Bragança  pra tonga da mironga do cabuletê.    

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