Vasco

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quinta-feira, 28 de maio de 2020

HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRASILIENSE. GAMA ESCORREGA NO 13 DA LOTERIA

O Gama tinha seis vitórias, três empates e quatro quedas na Loteria Esportiva, quando fora incluído na Coluna 1, do Jogo 4, do Teste 470 – Gama x Grêmio-RS, pelo Campeonato Brasilero. Embora o adversário fosse muito superior e vindo de três vitórias, era, amplamente, o favorito dos apostadores de todo o país, mesmo tendo sofrido duas derrotas recentes. Por ter torcida apaixonadíssima, só dava o Periquitão nos volante apostados na cidade do Gama, com os supersticiosos considerando que o time alviverde estava saindo do seu 13º concurso (com 13 palpites por volante) da Loteca (o apelido da Loteria Esportiva, antes de se tornar nome oficial).

  O que, além da superstição de alguns, dava tanta fé na vitória do time candango? Só a raça gamense, pois a rapaziada vinha do que se poderia chamar de duas “derrotas honrosas”, impressionando pelo tremendo espírito de luta.

Era o 15 de novembro de 1979 e o Gama, que apagava quatro velinhas, ganhara, da Confederação Brasileira de Desportos o presente de enfrentar o Flamengo (dono da maior torcida no país), no Bezerrão. Não precisa dizer que o estádio lotou – renda (incrível) de Cr$ 1 milhão e 700 mil cruzeiros (moeda da época), que seria bem maior se não fossem os tantos moleques que pularam o muro do estádio. Nunca o futebol candango sonhara com tanto dinheiro.

Na bola, Zico abriu o placar, aos 22 minutos, não perdoando furada da defesa gamense, igual a time amador. O Gama, no entanto, lutou, bravamente, e Manoel Ferreira empatou, aos 45 minutos. No segundo tempo, o Periquitão seguiu duro. Aos 19 minutos, no entanto, Cláudio Adão aproveitou nova falha grotesca da defesa alviverde: Fla 2 x 1, mas com o Gama  - Daniel; Carlão, Décio, Maurício Pradera e Odair Galetti; Santana, Péricles e Manoel Ferreira (Lino); Roldão, Fantato e Robertinho - saindo de campo aplaudido, pela sua impressionante raça. Afinal, o Flamengo tinha Paulo César Carpegiani e Zico no meio-de-campo; Toninho Baiano e Leovegildo Júnior, na defesa, todos de Seleção Brasileira, além de Cláudio Adão, de seleção olímpica, e Rondinelli, Adílio e Andrade, futuros convocados. Mais? O goleiro Cantarele, um dos melhores do país; o vigoroso zagueiro Manguito e os ariscos ponteiros Reinaldo Gueldini e Júlio César “Uri Geller”, este assim chamado por entortar marcadores.

 Por causa da raça gamense naquela partida, vários torcedores do Periquitão acompanharam o seu time ao Aeroporto JK, acreditado em jogo duro contra o Bahia, em Salvador - Fonte Nova, em 18.11.1979. Que pena! Mais uma vez, o Gama levou 2 x 1, cometendo os mesmos “erros de time amador”. Foi, no entanto, elogiado pelos locutores radiofônicos baianos, pela sua raça, principalmente quando o zagueiro Quidão marcou o gol alviverde, aos 45 minutos do segundo tempo – Daniel; Carlão, Quidão, Mauricio Pradera e Odair; Santana, Péricles e Zu; Roldão (Lino), Fantato e Robertinho foi o time.

Chegamos, então, 24 de novembro daquele 1979. Chovia sobre o Bezerrão, o Gama – Lúcio; Carlão, Décio, Quidão e Odair; Hani, Péricles e Zu (Zé Afonso); Roldão, Fantato e Robertinho - recebia o Grêmio, com toda a sua torcida cravando nele na Loteria Esportiva. Mas levou 3 x 0, sobretudo porque o seu goleiro - um dos rapazes considerados mais bonitos do DF, autêntico galã de cinema, grande cavaleiro que fazia muito sucesso entre as amazonas que disputavam os torneios da Sociedade Hípica de Brasília – fora escalado, sem nunca ter entrado no time. Aquela, o treinador Martim Francisco (foto) nunca explicou.  

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