Vasco

Vasco

sábado, 2 de maio de 2020

O VENENO DO ESCOPIÃO - O HOMEM QUE MAIS PLANTOU CHUCU NA MESOPOTÂMIA

Reprodução de capa de livro
Dizer que o mundo anda repleto de anacronismos é o mesmo que comer farofa com farinha. Confere?
 Há, no entanto, anacronias absurdas, como considerar Abraão, o iniciador da nação judaica, um exilado iraquiano em Israel. Vá lá que ele nasceu em Ur, no hoje Iraque, mas a sua carteira de identidade não viajou no tempo e ele segue sendo um caldeu.
O pior dos anacronismos, porém, é considerar Wiston Churchill responsável por todos as bagunças ocorridas em território iraquiano, de 1921 para cá. História complicada.
 Vamos ao túnel do tempo. George Frederick Ernest Albert; o Jorge V, herdara o trono britânico, em um 1910, politicamente, muito turbulento. Seguiram-se mudanças radicais pelo planeta, como crescimentos de socialismo, comunismo, fascismo e, também, de republicanismo na Irlanda e movimento por independência na Índia.
ansão do colonialismo britânico fazia o Reino Unido comprar a maior burra (apelido do cofre) do mundo para guardar tanta grana.
 Pois bom! Veio 1921 e a rainha Vitória Maria Augusta Luísa Olga Paulina Claudina Inês, a May, para os chegados, vendo o marido muito preocupado com a situação, chamou o seu Ministro das Colônias  no canto e apontou para o cofre:
- Está  vendo? Vazio. Não tenho mais dinheiro pra gastar com súditos
Dias depois, May voltou a chamar o seu ministro no canto, apontou para um  mapa estendido sobre uma mesa no mesmo ambiente onde se encontrava a burra, e sapecou-lhe nos oritimbós, secamente:
Rainha "May" reproduzida de Wikipedia
- Você que já defendeu o uso de gás venenoso contras curdos e afegãos, de gás mostarda contra os otomanas e tribos não civilizadas, e acha os indianos seres inferiores, dê um jeito na situação dali – e voltou a apontar para o mapa.
Tonto, o ministro não sabia o que falar. Então, a May voltou a falar:
 - Você nunca me enganou, Chuchu. Se vire. Estamos conversados?
 Meio-grogue, o Chuchu, Isto é Winston Leonard Spencer-Churchill, futuro cavaleiro do Império Britânico e futuro primeiro ministro, não tinha alternativa. Ou atendia à Rainha Consorte, ou não teria como pagar as suas contas no final do mês. Perderia o emprego, se não batesse na cara do sapo.
 Churchill queria agir rápido. Malmente falou com o Rei Jorge Quinto, se mandou para o Egito. Armou conferência por lá, tendo por consultores os amiguinhos Lawrence das Arábias e arqueóloga Gertrude Belll e inventou de fazer, na  Mesopotâmia - berço das nossa civilização pós-moderna -,  uma coroa para colocar no Rei Façal I ibne Huceine ibne Ali Hachemi, que já era o cara na  
As intenções até foram boas. Faiçal passou a trabalhar por um nacionalismo pan-arábico, entregando postos importantes do governo a diferentes grupos étnicos e religiosos. Mas esqueceu de alguns, que terminaram isolados, politicamente. Resultado: morreram com ele, que estava bem de saúde, sem nenhum problema mesmo.
Talvez, não independir os curdos teria sido o grande chute pra fora do glorioso Chucu naquele rolo todo de 1921. Que horror!
Reprpdução de capa de livro
Rola o tempo e chega-se à metade da décda-1950.  A partir de 1858, golpes militares se sucederam, estreando como puxadores de tapete os generais Abdel Salam Aref, Abdul Karim Qassim e Ahmad Hasan Al-Bakr. Da antiga família real criada por Churchil, só sobrara a  princesa Hiyam, autorizada a  exilar-se na Arábia Saudita.
 Iraque republicado, os novos donos diziam estar libertando o país da influência britânica, seguindo o exemplo do que fizera, quatro temporadas antes, Gamal Abdel Nasser, no Egito. Para eles, Churchill criara um reino em que os amigos do Rei controlavam 67% do território nacional, sobrando 15% para pequenos agricultores.
 Não dava mais pra segurar. Mas eles, também, não seguraram. Em 1979, Saddam Hussein chegou ao topo da montanha.
Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti chegou para ser 100% no Iraque – sempre reeleito presidente com total votação. Governando com sunitas nos principais cargos, embora estes fossem um quinto da população, ele foi um exemplo para os ditadores. Quando nada, fez a economia iraquiana progredir com os lucros do petróleo que os mesopotâmios nem desconfiavam do que seria.
Sadan foi, também, um exemplo de megalomania. Considerava-se a reencarnação de Nabucodonosor (viveu até 562 AC e foi o mais poderoso rei da Babilônia), chegando a torrar o dinheiro do contribuinte para reconstruir uma cidade e colocar o seu nome em todos os palácios. Se o que está no Velho Testamento está correto, ele foi tão sanguinário quanto o monarca assírio Tiglat-Pileser III, que submeteu a Babilônia a um banho de sangue para domina-la, no Século 8 AC.
 Sadan, matou curdos com gás venenoso e secou as veias do povo iraquiano com três guerras. Terminou com o pescoço na forca, caçado pelos Estados Unidos e seus aliados. Até lá, aprontou muito. Culpa de Chuchill? Muito mais da rai May, ao dizer pro Chucu: 
- Burra limpa, mora?

Nenhum comentário:

Postar um comentário