Reprodução de capa de livro |
Há, no entanto, anacronias absurdas, como considerar Abraão, o iniciador da nação judaica, um exilado iraquiano em Israel. Vá lá que ele nasceu em Ur, no hoje Iraque, mas a sua carteira de identidade não viajou no tempo e ele segue sendo um caldeu.
O pior dos anacronismos, porém, é considerar Wiston Churchill responsável por todos as bagunças ocorridas em território iraquiano, de 1921 para cá. História complicada.
Vamos ao túnel do tempo. George Frederick Ernest Albert; o Jorge V, herdara o trono britânico, em um 1910, politicamente, muito turbulento. Seguiram-se mudanças radicais pelo planeta, como crescimentos de socialismo, comunismo, fascismo e, também, de republicanismo na Irlanda e movimento por independência na Índia.
ansão do colonialismo britânico fazia o Reino Unido comprar a maior burra (apelido do cofre) do mundo para guardar tanta grana.
ansão do colonialismo britânico fazia o Reino Unido comprar a maior burra (apelido do cofre) do mundo para guardar tanta grana.
Pois bom! Veio 1921 e a rainha Vitória Maria Augusta Luísa Olga Paulina Claudina Inês, a May, para os chegados, vendo o marido muito preocupado com a situação, chamou o seu Ministro das Colônias no canto e apontou para o cofre:
- Está vendo? Vazio. Não tenho mais dinheiro pra gastar com súditos
Dias depois, May voltou a chamar o seu ministro no canto, apontou para um mapa estendido sobre uma mesa no mesmo ambiente onde se encontrava a burra, e sapecou-lhe nos oritimbós, secamente:
Rainha "May" reproduzida de Wikipedia |
Tonto, o ministro não sabia o que falar. Então, a May voltou a falar:
- Você nunca me enganou, Chuchu. Se vire. Estamos conversados?
Meio-grogue, o Chuchu, Isto é Winston Leonard Spencer-Churchill, futuro cavaleiro do Império Britânico e futuro primeiro ministro, não tinha alternativa. Ou atendia à Rainha Consorte, ou não teria como pagar as suas contas no final do mês. Perderia o emprego, se não batesse na cara do sapo.
Churchill queria agir rápido. Malmente falou com o Rei Jorge Quinto, se mandou para o Egito. Armou conferência por lá, tendo por consultores os amiguinhos Lawrence das Arábias e arqueóloga Gertrude Belll e inventou de fazer, na Mesopotâmia - berço das nossa civilização pós-moderna -, uma coroa para colocar no Rei Façal I ibne Huceine ibne Ali Hachemi, que já era o cara na
As intenções até foram boas. Faiçal passou a trabalhar por um nacionalismo pan-arábico, entregando postos importantes do governo a diferentes grupos étnicos e religiosos. Mas esqueceu de alguns, que terminaram isolados, politicamente. Resultado: morreram com ele, que estava bem de saúde, sem nenhum problema mesmo.
Talvez, não independir os curdos teria sido o grande chute pra fora do glorioso Chucu naquele rolo todo de 1921. Que horror!
Reprpdução de capa de livro |
Iraque republicado, os novos donos diziam estar libertando o país da influência britânica, seguindo o exemplo do que fizera, quatro temporadas antes, Gamal Abdel Nasser, no Egito. Para eles, Churchill criara um reino em que os amigos do Rei controlavam 67% do território nacional, sobrando 15% para pequenos agricultores.
Não dava mais pra segurar. Mas eles, também, não seguraram. Em 1979, Saddam Hussein chegou ao topo da montanha.
Não dava mais pra segurar. Mas eles, também, não seguraram. Em 1979, Saddam Hussein chegou ao topo da montanha.
Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti chegou para ser 100% no Iraque – sempre reeleito presidente com total votação. Governando com sunitas nos principais cargos, embora estes fossem um quinto da população, ele foi um exemplo para os ditadores. Quando nada, fez a economia iraquiana progredir com os lucros do petróleo que os mesopotâmios nem desconfiavam do que seria.
Sadan foi, também, um exemplo de megalomania. Considerava-se a reencarnação de Nabucodonosor (viveu até 562 AC e foi o mais poderoso rei da Babilônia), chegando a torrar o dinheiro do contribuinte para reconstruir uma cidade e colocar o seu nome em todos os palácios. Se o que está no Velho Testamento está correto, ele foi tão sanguinário quanto o monarca assírio Tiglat-Pileser III, que submeteu a Babilônia a um banho de sangue para domina-la, no Século 8 AC.
Sadan, matou curdos com gás venenoso e secou as veias do povo iraquiano com três guerras. Terminou com o pescoço na forca, caçado pelos Estados Unidos e seus aliados. Até lá, aprontou muito. Culpa de Chuchill? Muito mais da rai May, ao dizer pro Chucu:
- Burra limpa, mora?
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