Vasco

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domingo, 10 de maio de 2020

HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRASILENSE- CEUB MARCA GOL E SÓ O JUIZ NÃO VÊ

 Em 1973, o presidente da Confederação Brasileira de Deporto (atual CBFutebol) – João Havelange -, inscreveu o Ceub Esporte Clube no então chamado Campeonato Nacional – atual Brasileirão -, mesmo sem o time candango (não era clube) participar de nenhum certame regional.

Como o grande programa dos torcedores brasilienses era assistir aos  jogos cariocas, pela TV, aos domingos, o Ceub passou a ocupar, por aqui, o espaço nas tardes dos sábado, no já demolido Estádio Pelezão e, as vezes, jogava nas noites das quartas-feira.

O Ceub estreou lotando o estádio que teve até portões arrombados por quem não conseguiu ingresso para entrar. Empatou, por 0 x 0, com o Botafogo (25.08.1973), e se entusiasmou, mesmo sabendo que não tinha time para ir muito longe – terminou em 33º lugar, entre 40 participantes, com oito vitórias, seis empates, 14 escorregadas, 23 gols pró e 33 contra. Quando nada, à frente de clubes tradicionais em seus estados, com vários títulos em seu currículos, casos de Náutico-PE; Figueirense-SC; CR Brasil-AL; América-RJ;Paysandu-PA; Moto Clube-MA e Sergipe-SE.

Em seus  jogos seguintes, o Ceub ficou por 1 x 2 Coritiba (29.08); 2 x 1 Figueirense (31.08); o zebrático 2 x 0 Cruzeiro tricampeão mineiro (05.09) e  1 x 3 Guarani de Campinas-SP (08.09). Por ali, o seu presidente, Adílson Peres, se reuniu com o treinador João Avelino e concluiu qu a campanha era “aceitável”, com quatro pontos em quatro jogos, quando, na época, vitória só contava dois pontos. E convocou a imprensa candanga para badalar a próxima partida, contra o Bahia, para ver a rapaziada subindo na tabela classificatória.

Reprodução do Jornal de Brasília

Veio a noite de uma quarta-feira (12.09) e o Ceub adentrou ao tapete verde do Pelezão, com João Avelino mandando a campo poucos jovens – o goleiro paranense Rogério Bahr; o zagueiro Emerson Braga; o meia-armador Péricles Carvalho; o atacante Marco Antônio (estes crias do futebol candango)  e ponteiro-esquerdo Xisté, ex-Palmeiras -  e muitos veteranos - Oldair Barchi (ex-Fluminense, Vasco e Atlético-MG); Paulo Lumumba (ex-Flamengo e Fluminense); Rildo (ex-Botafogo e Santos);  Jadir Rodrigues (ex-Grêmio-RS) e Cláudio Garcia (ex-Fluminense)    

Rolou a bola e a moçada não decepcionou quem saiu de casa pra ir ao longínquo Pelezão, onde ônibus coletivos, dificilmente, passavam, razão de só ser visitado por quem tivesse carro. Foram vários os lances em que a torcida da chamada “Acadêmcia da Asa Norte” (como radialistas apelidaram o time azul-laranja) fez a sua torcida se levantar das arquibancadas, com ataques animadores. Mas o gol não tinha jeito der sair. Parecia que o time do Bahia havia trazido, de Salvador, em sus delegação, uma macumba forte. 

E já que a bola não entrava, veio, então, o penúltima lance do primeiro tempo. O meia Cláudio Garcia pegou forte na pelota, vencendo o  goleiro Buttice, fazendo a “maricota”  adentrar mais de meio metro na baliza, quando o zagueiro baiano Ubaldo chegou para manda-la de volta ao gramado. A galera que havia se levantado, logo recolocou o “bum-bum” de volta no assento, pois o jogo prosseguiu como se nada tivesse acontecido. Só o árbitro Hélio Cosso-MG, não vira o gol. Até dorminhoco fotógrafo Ronaldo Gravatinha, do Jornal de Brasília, viu e clicou e a foto que você vê aí.

Além do 0 x 0 que “roubou” o Ceub, o pior foi que os seus dirigentes amadores não enviaram nem mesmo um protesto à Comissão de Arbitragens do Campeonato Nacional. Nem sabiam que aquilo existia.    

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