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sábado, 9 de maio de 2020

O VENENO DO ESCORPIÃO - TV GOVERNO FAZ DE SANTOS-DUMONT O ZÉ NINGUÉM

Reprodução de logotipo disponível pela Internet
 A TV Brasil, que sintonizo, pelo Canal 23 da Sky, em minha casa, em Brasília, colocou no ar, durante a noite de ontem, - sexta-feira,  8 de maio de 2020 -, programa sobre a história da aviação, sem nenhuma referência a Santos Dumont. 
Pasmem! Além de desprezar quem é o verdadeiro pai da aviação, o filme faz tremenda apologia dos irmãos norte-americanos Orville e Wilbert Wright, exibindo desenhos, maquetes e até reproduzindo um voo de aeroplano trazido para o tempo atual.
Se os Wright fossem o que a TV do Governo pretendeu vender aos brasileiros, o presidente dos Estados Unidos (país deles), em 1982 – Ronald Reagan – não teria reconhecido, durante jantar no Itamaraty, aqui em Brasília, que Alberto Santos-Dumont era o verdadeiro inventor do que conhecemos, hoje, por avião.
 No chamado berço da moderna civilização ocidental, a glória – fotografada, filmada e testemunhada a olhos nus por cerca de mil pessoas – cabe ao cidadão mineiro – nasceu em Palmira, atual Santos-Dumont, vivendo entre 20.07 a 23.07.1932 - que preencheu as normas da mais respeitada entidade aeronáutica da época, a Comissão Aviadora do Aeroclube da França: sua máquina decolou de forma autônoma, controlado pelo piloto, ele.
Santos-Dumont reproduzido do acervo
 da Assembleia Legislativa de São Paulo
Os Wright alegavam terem obtido sucesso em seu projeto voador, em 2003. Mas, para sair do chão, o invento precisava de trilhos para impulsiona-lo. Depois, de uma torre para lançar um peso de 700 quilos. Comunicaram à imprensas, mas não foram levados a sério, por terem o que alegavam ser completamente desconhecido.
O 14-Bis, de Santos-Dumont, pesava 205 quilos, tinha 10 metros de comprimento por quatro de altura e 12 de envergadura. Atingia 30 quilômetros horários, com motor de 24 cavalos de potência. Voou no dia 23 de outubro de 1906, no parisiense campo de Bagatelle, percorrendo 60 metros, em sete segundos, a uma altura de três metros. Emocionou até os juízes da Comissão Oficial do Aeroclube da França e valeu ao construtor, mais tarde, estátua no local – glória que não tiveram os norte-americanos, quando não emocionaram Paris, em 1908, exibindo um sistema de três eixos para realização de manobras na forma de um oito. O 14 Bis o fazia em círculos.
 A divulgação do filme exibido pela emissora estatal brasileira, ontem à noite, pode ser classificada por autêntico atentado ao patrimônio cultural do país. Se o Governo gasta R$ um bilhão de reais anuais para manter no ar a TV Brasil, “que ninguém assiste”, como disse, por entrevista à imprensa, o presidente (da República) Jair Bolsonaro, logo, o contribuinte está tendo os seus tributos em pagamento de impostos dilapidados pela irresponsabilidade de quem comprou (e, também, programou) a atração do horário – começou entre 20h30 e 21 h. No mínimo, isso mereceria uma investigação e punição.
Voo do 14Bis reproduzido de www.wikipedia - agradecimento
 Mas nem só a TV Brasil desonra Alberto Santos-Dumont. Da mesma forma,em 2009, procedeu a Editora LeYa, ao lançar o livro Guia Incorreto da História do Brasil, assinado pelo jornalista Leandro Narloch, também, repassando glórias e reconhecimentos para os Wright. Desconstrói um herói brasileiro e o exibe como tendo sido um sujeito antipático, antissocial.
Pior fez a TV Globo, por uma de suas chamadas novelas das sete. Usou e ridicularizou Santos-Dumont, como o Mêssiê Santôz, no palavreado dos personagens que conviviam com um sujeito que comportava-se como uma autêntica libélula desvairada. Que fosse! Vá à França e fale mal da Mariane, o símbolo da república nacional, representada por uma mulher que tem os seios desnudos, ou vá aqui do lado, no vizinho Paraguai,  e esculhambe com o megalomaníaco Solano Lopez, que destruiu o país e a sua população masculina, levando-o à guerra contra Brasil, Argentina e Uruguai. No mínimo, você será execrado, por atacar símbolos nacionais. Mas o Brasil jamais ligou para o seu patrimônio cultural. Atualmente, temos um Governo que vê a nosssa proposta de incentivo à cultura (Lei Rouanet) como dinheiro atirado ao fogaréu. 
Reprodução de cpa de livro
 Enquanto isso, vemos as nossas cidades repletas de estátuas de heróis estrangeiros e nome de logradouros públicos homenageando figuras que o povo nem imagina quem foi e do que fez para merecer honraria. Por exemplo, no campus da Universidade de Brasília há uma estátua do beatle John Lenon. Simplesmente, um cantor/compositor guitarrista de banda inglesa, de potencial musical igual a milhares existentes por estas bandas.
 Será que ele é mais importante do que Beaurepaire Rohan? Este, quando nada, mereceu nome de rua no centro de João Pessoa, a capital paraibana.                    

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