Vasco

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VASCO VASCONCELOS, O VASCAÍNO - 27

Vasco Vasconcelos estava em pé, na porta da sede da Rua General Almério de Moura, quando foi abordado por um garoto, com um caderno nas mãos. “Moço, o senhor sabe quem marcou o último gol do Vasco?”, indagou o guri. “No jogo passado?”, também indagou, sem necessidade, o ex-almirante, pois o último tento só poderia ter sido no jogo anterior, e não no próximo. E, antes que o menino abrisse a boca, ele respondeu: “Foi o Edmundo, aos 90 minutos de Vasco 1 x 0 Friburguense, no dia 22 de março de 2000, no Estádio Eduardo Guinle, em Nova Friburgo, pelo Estadual do ErreJota”.
O garoto acabava de anotar tudo de dizer “obrigado, moço!”, quando Odvan ia passando, e ouviu a conversa. E entrou nela, de sola: “Anote, também, garoto, que eu joguei naquela partida, apitad. O time foi: Helton; Paulo Miranda, Odvan, Alexandre Torres e Gilberto; Amaral, Nasa (Maricá), Juninho (Perdinho) e Alex oliveira (Viola); Edmundo e Romário” O garoto voltou a anotar e a agreceder: Valeu, cara!”
Assim que o menino foi embora, Odvan e Vasco Vasconcelos saíram caminhando no rumo do vestiário. Naquele dia, haveria treino físico. De repente, o “zagueiro-zagueiro” parou o ex-almirante e disse-lhe: “Vasco, mas como o ‘Animal’ marcou o hosso último gol, se quem fechou a conta da partida passada não foi ele?” Vasco encarou o becão e bateu, forte, indefensável: “O que diz as regras do futebol, meu cháplia? Uma partida tem 90 minutos. Como o Edmundo balançou a roseira aos 90, logo é o ‘derradeirão’ da Colina. Confere?”.
Odvan não se conformou e foi na dividida: “E gol nos acréscimos não vale?” Vasco encarou: “Primeiramente, eu ainda sou do tempo em que gol depois dos 90 minutos era chamadode ‘nos descontos’. Da que os malandros faziam. Pra mim, o que passar dos 90  tá fora das regras. Comigo, o que vale é o tempo regulamentar. Sou regulamentarista”.
Odvan deu uma rebanada, fez um gesto com a mão direita, exclamando “ah!”. Deixou o mamigo Vasco Vasconcelos sozinho, e se mandou. Quando voltava, indo para ogramado, encontrou o ex-almirante anotando alguma coisa em uma caderneta. “Tá escrevendo o quê, Vasco?”, indagou. “Tô anotando aqui a turma que está nas últimas”, respondeu. “Tem alguém por aqui, mais pra lá do que pra cá?, quis saber Odvan.  “Vá treinar, companheiro. Depois do treino lhe informo”, prometeu  o ex-comandante de esquadras de um país que não tinha nem mar.
Treino encerrado, Odvan chegou nervoso, apavorado, indagando quem estava nas últimas. Vasco mostrou-lhe a lista. Odvan leu, suspirou e exclamou: “Felizmente, não é nenhum dos nossos”.
Na lista de Vasco Vasconcelos estava anotado: Nélson, do Olaria (12.11.196) e Válter, do São Cristóvão, batendo pênalti (09.08.1964), aos 90 minutos; Dididi, do Botafogo (19.11.1961), aos 89 minutos;  Durval, do Bangu (06.12.1961), aos 88;e Oldair Barchi, do Fluminense (10.03.1962), aos 87, cobrando pênalti.
 “Estes, Odvan, para mim, são os caras eu estão nas últimas...bolas enviadas ao filó da Turma da Colina”, finalizou o papo, o ex-almirante. 

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