Vasco

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domingo, 16 de novembro de 2014

A SUCESSÃO DE BARBOSA - MIGUEL (4)

 Miguel via Ita voando, como uma fera, sobre a sua sombra. Jogara menos do que o concorrente, em 1960, e pouco mais, em 1961. Em 1962, enquanto o rival recuperava a vaga de titular, para o Torneio Rio-São Paulo, no Campeonato Carioca o dono da jaqueta 1 já era Humberto Torgado. O jeito era procurar novos rumos. E o seu destino foi a Colômbia.
 Depois que a Seleção Brasileira conquistou o bicampeonato mundial de futebol, no Chile-1962, a preferência dos colombianos por argentinos mudou. Eles passaram a contratar atletas e treinadores brasileiros, em grande escala. Queria assimilar a bola canarinha. E foi por ali que Miguel sai da briga pela titularidade no arco da Colina.
 Convidado pelo treinador brasileiro Gaudêncio Tiago de Melo, o goleiro cruzmaltino foi negociado juntamente com o ponta-esquerda Tiriça, custando, os dois, US$ 3 mil 500 dólares, o que equivalente a Cr$ 3 milhões de cruzeiros – Miguel foi ganhando US$ 1.500 dólares de luvas e mesmo número no ordenado, mas em pesos colombianos.
 Com o que juntaria do contrato colombiano, Miguel esperava fazer a sua independência financeira, para voltar ao Vasco e jogar, como amador, sem nada receber. Era a sua forma de retribuir o que o clube fizera por ele, que recebera uma carta de agradecimento, pelos serviços prestados durante oito anos na Colina.
 Miguel chegou a São Januário, em 1956, para jogar pelo time juvenil. Dois anos depois, ainda soldado do Corpo de Fuzileiros Navais, já estava no time titular ‘SuperSuperCampeão’ Carioca-1958.  Quando saiu, ainda levou o título de bicampeão estadual dos aspirantes. Travara uma briga, com Ita, pela sucessão de Barbosa. Este, pro sinal, só não gostava de uma coisa:  ter que falar, sempre, sobre o jogo em que o Brasil caíra, por 1 x 2, ante os uruguaios, encerrando o Mundial-1950, dentro do Maracanã.  
  No entanto, pela “Manchete Esportiva”, ele acusou o zagueiro Juvenal de ter-se perdido em campo, se descontrolado, deixando-o preocupado com a sua falta de cobertura. “Foi a causa da derrota”, bateu, acrescentando outros itens, como a subestimação do adversário e as transformação do futebol em caso de honra nacional. Do Vaco, não saiu  vencido, quando lhe dispensaram. Voltou, lutou e venceu. Como Ita e Miguel lutaram para vencer a briga pela sua sucessão  

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