O Vasco havia conquistado o Torneio Internacional do
IV Centenário, em janeiro de 1965, e o treinador Zezé Moreira queria muito mais
na temporada. Logo, teria pela frente o Torneio Rio-São Paulo e a I Taça
Guanabara. O “Seu Zezé” escalava Joel Felício e Barbosinha pelas laterais, e
Maranhão e Lorico segurando o meio-de-campo. Intuía, porém, precisar de um
homem que entrasse bem, indistintamente, em um dos dois setores. E o cara
estava ali bem pertinho dos seus olhos.
Enquanto os cartolas de São Januário negociavam,
Zezé Moreira saía com a rapaziada para um giro de seis amistosos, por Minas
Gerais e Pernambuco, entre 24 de janeiro e 2 de fevereiro. Frequentemente,
telefonava, indagando: “Contrataram o homem?” E ouvia dos cartolas: “Estamos
perto”.
Finalmente, no dia 7 de março, o “coringa”
Oldair Barchi desembarcava em São Januário. Ele vinha sendo lateral-esquerdo,
mas estreou na “Turma da Colina” como meio-campista. E aconteceu em uma tarde
domingueira trágica para o Vasco. Além de goleado (1 x 4), pelo Palmeiras, no
Maracanã, ainda sofreu o gol mais rápido do Torneio Rio-São Paulo e, por muito
tempo, do planeta bola, aos 9 segundos – Leves;
Joel Felício, Brito, Barbosinha e Ari; Maranhão e Lorico (Saulzinho); Luizinho
Goiano, Célio, Oldair e Zezinho foi o time da estreia vascaína.
Depois daquilo, Oldair só voltou a jogar no decorrer de
Vasco 3 x 0 Santos, em 4 de abril, quando o adversário não teve cinco titulares
– Gilmar, Mauro, Zito, Coutinho e Pepe, mas teve o “Rei Pelé”. Mais uma vez, entrou
pela “meiúca”, substituindo Lorico – Gainete; Joel
Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho
Goiano, Célio, Saulzinho (Mário ‘Tilico’) e Zezinho foi a rapaziada do dia.
Em 14 de abril,
Oldair fez a sua terceira apresentação vascaína, nos 4 x 0 América. Seguiu
entrando na vaga de Lorico. Passados 10 dias,
enfrentou, pela primeira vez, o seu ex-clube, em Vasco 1 x 1 Fluminense.
Daquela vez, substituiu o volante Maranhão.
Em 2 de maio, o Vasco voltou a perder do Palmeiras (2 x 3), e ele substituiu Luisinho Goiano, para recompor o meio-de- campo, devido a expulsão de Maranhão. Uma semana depois, substituiu o maranhense, pela segunda vez, em Vasco 1 x 4 São Paulo. Em 16 de maio, mais uma entrada na vaga de Maranhão, em nova escorregada vascaína: 0 x 1 Portuguesa de Desportos.
Oldair é o penúltimo, em pé, à direita de sua tela, ao lado do goleiro |
Em 2 de maio, o Vasco voltou a perder do Palmeiras (2 x 3), e ele substituiu Luisinho Goiano, para recompor o meio-de- campo, devido a expulsão de Maranhão. Uma semana depois, substituiu o maranhense, pela segunda vez, em Vasco 1 x 4 São Paulo. Em 16 de maio, mais uma entrada na vaga de Maranhão, em nova escorregada vascaína: 0 x 1 Portuguesa de Desportos.
NA REDE - Após cinco jogos, Oldair marcou o seu primeiro gol vascaíno: em 23 de maio, no 1 x 1 Corinthians, no Maracanã, ante 14.705 “figuras”, aos 26 minutos. O time do primeiro Oldair na rede teve: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho, Benê, Mário e Zezinho (Araquém).
Aquele fora o último dos 16 jogos do
Vasco naquele Torneio Rio-São Paulo. Com um tento em seis participações, Oldair
terminou vice-campeão, somado os mesmos 17 pontos de Botafogo, Flamengo e
Portuguesa, mas levando a melhor no critério técnico: saldo de 2 gols sobre os
botafoguenses e de uma vitória a mais do que os rubro-negros e a Lusa do
Canindé. Mas o grande momento de Oldair viria durante a I Taça
Guanabara. Saiu campeão, como lateral-esquerda, em todos jogos – Vasco 5 x 0
Fluminense (14.07); 1 x 1 Flamengo (22.07); 1 x 0
América (28.07); 3 x 1 Bangu (07.08); 0 x 3 Botafogo (11.08); 2 x 0 Fluminense
(21.08); 1 x 0 Flamengo (25.08) e 2 x 0 Botafogo (05.09). Nesta última, que
valeu o título da I Taça GB, ele viveu o seu maior dia de glória. Sumiu com
Mané Garrincha e marcou o gol de abertura do placar – Gainete; Joel Felício,
Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho
foi o seu Vasco campeão.
Vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo e campeão da Taça Guanabara, Oldair ia muito bem na Colina. Seguiu titular da lateral-canhota por todos os jogos do Campeonato Carioca-1965 e marcou o seu segundo gol cruzmaltino, em Vasco 5 x 1 Bonsucesso (12.12). Mas o time teve uma campanha fraca, deixando-o longe do título. Oldair, no entanto, seguiu jogando bem pela temporada seguinte, ainda dirigido por Zezé Moreira. Passados quase seis meses de quando fizera Garrincha de “João” (como o Mané chamava os marcadores), voltou a encontrá-lo. Daquela vez, com o “Torto” estrendo como corintiano. Deu Vasco 3 x 0 no Pacaembu, pelo Tornei Ro-São-Paulo-1966, e time sendo: Amauri; Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luisinho (Zezinho), Célio, Lorico e Tião ‘Cavadinha”.
Oldair saiu campeão daquela disputa, mas
empatado com Santos, Corinthians e Botafogo, pois não havia datas disponíveis
para a realização de um quadrangular decisivo, já que a Seleção Brasileira iria
iniciar os preparativos para a Copa do Mundo. Como prêmio pelo bom futebol que
vinha jogando, ganhou a convocação. Disputou somente um jogo como canarinho, em
8 de junho de 1966, no Maracanã, quando a defesa teve três vascaínos: Brito,
Fontana e Oldair – o goleiro foi Ubirajara e o lateral-direito Fidélis, ambos
do Bangu, completarem o setor. Roberto Dias e Denilson formaram o
meio-de-campo, com Paulo Borges, Tostão, Alcindo e Edu Américo completando a
escalação do treinador Vicente Feola em Brasil 3 x 1 Peru, amistosamente.
Oldair não chegou até a Copa do Mundo da
Inglaterra, mas manteve-se titular absoluto da lateral-esquerda da “Turma da
Colina”, em 1967. No início da temporada, ajudou o Vasco a ganhar a Taça
Rivadávia Corrêa Mayer, após uma vitória e uma derrota, pelos mesmos 2 x 0, contra
o Flamengo, o promotor da disputa e que ofereceu o troféu ao grande rival.
Aconteceu em 19 de janeiro, quando o Vasco já era
treinado por Thomaz Soares da Silva, o Zizinho. O jogo foi em General Severiano
e Oldair marcou o seu terceiro gol cruzmaltino, diante de 4.531 almas – Edson Borracha; Paquetá, Sérgio, Ananias
e Oldair; Maranhão (Salomão) e Danilo Menezes; Zezinho (Nado); Bianchini,
Adílson e Moraes, autor do outro gol, foi a equipe.
ROBERTÃO - Após mais dois amistosos vitoriosos, o Vasco foi para o Torneio Roberto Gomes Pedrosa-1967, fazer uma de suas piores campanhas: penúltimo colocado do Grupo B, com 12 pontos em 14 jogos. De sua parte, Oldair teve boas atuações e marcou mais três gols – 18.03.1967 - Vasco 3 x 3 Portuguesas de Desportos (1); 22.03 - Vasco 1 x 1 Cruzeiro (1); 01.04 - Vasco 2 x 2 Fluminense (1).
A próxima disputa foi a Taça Guanabara e ele
chegava com seis gols vascaínos na conta. Em 22 de julho, em Vasco 4 x 3
Flamengo, marcou o seu sétimo tento, aos 45 minutos do primeiro tempo, orientado
por um novo treinador, Gentil Cardoso, que escalou: Franz (Valdir Apple),
Paquetá, Brito, Fontana e Oldair; Jedir e Danilo Menezes; Zezinho, Nei, Paulo
Bim e Luizinho.
Oldair começou o
Campeonato Carioca-1967, novamente, pela lateral-esquerda. Em 14 de setembro,
nos 4 x 1 sobre o Madureira, Gentil Cardoso o levou para a cabeça-de-área, para
formar o meio-de-campo com Danilo Menezes. Voltou à lateral e, em 21 de
outubro, durante 1 x 2 Fluminense, ocorreu algo raro em sua carreira: foi
expulso de campo, aos 40 minutos, por ter cometido a segunda falta grave e
recebido uma advertência pela primeira (ainda não havia os cartões).
Da campanha vascaína no Carioca-1967, Oldair participou de todos jogos, dos quais o último
foi Vaco 0 x 0 América, em 17 de dezembro, em São Januário – o treinador já era
Ademir Menezes e a turma teve: Pedro Paulo; Jorge Luis, Sérgio, Major e Oldair; Paulo Dias e
Danilo Menezes; Nado, Valfrido, Nei e Averaldo. Em 1968, ele trocou a Colina de São
Januário pelo terreiro do ‘Galo’, isto é, do Atlético-MG.
CONTRA - Como ex-vascaíno, o primeiro jogo de Oldair contra o Vasco foi em 22 de setembro de 1968, pelo “Galo” e pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, embrião do atual Brasileirão. Naquela dia, ele foi expulso de campo e o ”Galo” teve o pescoço torcida: 2 x 0, no Maracanã, com gols de Buglê e de Adílson Albuquerque, diante de 35.661 almas. Os ex-companheiros que o venceram, a mando do treinador Paulinho de Almeida, foram: Pedro Paulo; Ferreira, Brito, Fontana e Eberval; Buglê e Danilo Menezes; Nado, Adílson, Valfrido (Bianchini) e Silvinho. O Atlético-MG, do técnico paraguaio Fleitas Soliche, teve: Mussula; Humberto Monteiro, Djalma Dias, Vander e Cincuneggui; Vanderlei (Hidalgo) e Oldair;
DEPOIS DA COLINA - Oldair foi galense entre 1968 e 1973 e o grande capitão do seu time, em Minas, durante a conquista do Campeonato Brasileiro-1971. Se, durante as suas três temporadas vascaínas – 1965/66/67 – só marcou sete gols, como alvinegro mineiro deixou 61 marcas nas redes, em 281 partidas. Para a torcida do “Galo”, o gol mais importante foi o do 1 x 0 São Paulo, de falta, na fase decisiva que levou o título para “Belô”. Ele levantou a taça, também, do primeiro Campeonato Mineiro conquistado pelo Atlético-MG, na “Era Mineirão”, em 1970, quebrando um tabu de seis anos sem o título estadual. Coincidentemente, naquela temporada, o Vasco quebrou, também, o mesmo tipo de tabu, só que com o dobro do tempo. E quem era o capitão vascaíno que levantou o caneco? Um mineiro revelado pelo “Galo”, o glorioso José Alberto Buglê.
Oldair Barchi nasceu em São Paulo, em 1º de julho de 1939. Viveu até 31 de outubro de 2014ente. O início da sua carreira foi pelo Palmeiras, em 1958. Mas só consegui jogar uma partida pelo time principal alviverde, pois o meio-de-campo Zequinha e Chinezinho era intocável. Então, foi tentar a sorte no Fluminense e sagrou-se campeão carioca, em 1964. Além do “Galo”, jogou, ainda, pelo Ceub e o ESAB, em 1977, este um time de vida curta no futebol profissional de sua terra.
Oldair Barchi nasceu em São Paulo, em 1º de julho de 1939. Viveu até 31 de outubro de 2014ente. O início da sua carreira foi pelo Palmeiras, em 1958. Mas só consegui jogar uma partida pelo time principal alviverde, pois o meio-de-campo Zequinha e Chinezinho era intocável. Então, foi tentar a sorte no Fluminense e sagrou-se campeão carioca, em 1964. Além do “Galo”, jogou, ainda, pelo Ceub e o ESAB, em 1977, este um time de vida curta no futebol profissional de sua terra.
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