Vasco

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

MOACIR BARBOSA NO SANTA CRUZ

 Moacir Barbosa chegou a São Januário, em 1945, e ficou até 1955. Desde 1916, quando o clube passou a jogar futebol, ele é considerado o maior camisa 1 que já passou pela Colina. Barrou Rodrigues, em 1946, e tornou-se o goleiro símbolo do “Expresso da Vitória”, a maravilhosa máquina de jogar bola. 
   Em 1953, Barbosa sofreu um grave acidente de jogo, que o deixou parado por toda a temporada seguinte. Em 1955, ele comunicou ao treinador Flávio Costa que encerraria a carreira e, praticamente, desligou-se da “Turma da Colina”. No entanto, o clube ficou sem goleiro, quando tinha agendado um amistoso, em Recife, com o Sport Recife (2 x 2, em 28.08.1955), e o jeito foi o técnico recorrer aos seus préstimos. E lá se foi ele para o jogo, desaposentando-se. De quebra, jogou um bolão, levando o Santa Cruz a desejá-lo com a sua camisa 1.   
 Para não jogar no futebol pernambucano, Barbosa pediu salário de Cr$ 20 mil cruzeiros e luvas (grana por fora) de Cr$ 200 mil. Uma exorbitância, na época. Surpreendentemente, a “Cobra Coral” topou, pois a sua torcida depositou Cr$ 175 mil em urnas colocadas em diversos pontos da capital pernambucana, e, ainda, pagou até para assistir treino coletivo.  Assim, garantiu o pagamento das luvas. Para cumprir a palavra, Barbosa passou 10 meses no gol do “Santa”.  O investimento foi bom, pois Barbosa ajudou o Santa Cruz a vencer o Torneio Pernambuco-Bahia, a maior disputa do futebol nordestino, equivalente a um Rio-São Paulo.   
 Encerrado o contrato com o time tricolor de Recife, o veterano Barbosa voltou ao Rio e, em 1956,  passou a treinar com a turma do Olaria, para manter a forma. Em 1957, o Bonsucesso chamou-o para defendê-lo durante o Campeonato Carioca. Em 1958, estava de volta a São Januário, veteraníssimo, mas, ainda, fazendo grandes partidas. De quebra, conquistou os três últimos títulos de sua carreira: Torneio Início, SuperSuperCampeonato Carioca e Torneio Rio-São Paulo.
   Assim como ocorreu no caso do Santa Cruz, veteraníssimo, Barbosa voltou a defender um clube, para atender um compadre. Em 1962, ele voltou a comunicar ao Vasco que não jogaria mais. No entanto, para atender a um compadre, disputou o Campeonato Carioca da temporada, pelo Campo Grande, aos 41 anos de idade. Viveu por 79, entre 27 de março de 1921 e 7 de abril de 2000. O seu nome na certidão de nascimento era Moacyr, mas a imprensa trocava o “y” pelo “i”. Assim como fazia com Gylmar (dos Santos Neves), que era escrito Gilmar.  


 

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