De repente,
rolou, neste complicado momento político brasileiro, um coronel do qual calculam
ser o homem que vai definir o futuro do presidente Michel Temer, após este livrar-se da marcação cerrada do Tribunal Superior Eleitoral-TSE, com o jogo passando pelo segundo tempo, prorrogação e cobranças de
pênaltis, no tocante a gastanças.
Reprodução da foto oficial de JK, da Presidência da República |
Pois bão, sô! Juscelino Kubitscheck de Oliveira, após ter trabalhado como telegrafista e médico, um dia, foi abraçado pela política e tornou-se prefeito de Belo Horizonte. Fez uma boa administração e saiu da municipalidade sem um tostão a mais do que havia juntado em seus tempos de empregado público.
Com bons serviços prestados à comunidade “bêagárizontina”,
JK saiu candidato ao governo estadual. Lá pelas tantas, foi ao Triângulo
Mineiro, em campanha. Passando por Araguari, já estava com a burra limpa, naquela de
arrumar mais grana para prosseguir catando
votos, ou voltar pra casa. Quem mandou não roubar quando era prefeito? Se
tivesse roubado os cofres públicos, não passaria aquele por aperto.
Juscelino queria tentar o governo mineiro, já
de “butuca” mirada na Presidência da República. Trabalhava quieto, o mineirinho.
Comia belas beiradas. Em Araguari, ele usara os microfones da emissora
de rádio local, para falar aos munícipes, mas na hora de pagar a conta não
havia “tutu”. E só um jeito de não sair da cidade correndo, escondido: o
coronel Gervásio Batista de Mello, correligionário do Partido Social-PSD segurar a barra.
Matreiro, o homem ouvia o choro de JK e até chorava mais do que ele, que se dizia um candidato pobre e teimoso. Para comover ainda mais ao seu anfitrião, JK garantia-lhe não ver outra saída a não ser parar com a campanha e deixar que a UDN-União Democrática Nacional fizesse o próximo governador de Minas. Um olhava “pro outro, o outro olhava pro um” e o Coronel Gervásio não ameaçava, de jeito nenhum, enfiar uma mão em dos seus bolsos – da calça, ou do paletó, ambos de linho branco.
Matreiro, o homem ouvia o choro de JK e até chorava mais do que ele, que se dizia um candidato pobre e teimoso. Para comover ainda mais ao seu anfitrião, JK garantia-lhe não ver outra saída a não ser parar com a campanha e deixar que a UDN-União Democrática Nacional fizesse o próximo governador de Minas. Um olhava “pro outro, o outro olhava pro um” e o Coronel Gervásio não ameaçava, de jeito nenhum, enfiar uma mão em dos seus bolsos – da calça, ou do paletó, ambos de linho branco.
JK em campanha pelo Triângulo Mineiro, em foto reproduzida de www.gazetadotriangulo.com.br. Agradecimento |
JK sacou, logo, que não adiantava chorar mais,
pois, daquela mata, não sairia coelho. E foi, então, que o Coronel
Gervásio fez-lhe sorrir. Avisou-lhe de que iria pagar as despesas com a rádio local.
Pena que nem deu tempo para JK comemorar. O Coronel providenciou, rapidamente, uma nota promissória para ele assinar, no valor de Cr$ 24 mil cruzeiros.
Pena que nem deu tempo para JK comemorar. O Coronel providenciou, rapidamente, uma nota promissória para ele assinar, no valor de Cr$ 24 mil cruzeiros.
O Coronel Gervásio não contribuía com gastos
de campanha e, muito menos, emprestava dinheiro ao partido, pois sabia que
nunca o teria de volta. O café que ele plantava e a boiada que criava não lhe
saiam baratos, costumava bradar. Os votos que entregava ao PSD "já tava bão demais, sô!" – gargulejava. Coitgado do JK! Não teve outro jeito para manter o seu nome limpo em
Araguari, a não ser assinar a nota promissória.
Tecnicamente,
rolara um empréstimo não declarado à Justiça Eleitoral. Já imaginaram se o
homem fosse preso por pegar a grana do Coronel Gervásio? Ainda bem que não se
falava em propina e nem em Operação Lava Jato – se já rolasse, seguramente,
não teríamos Brasília e nem Lava Jato.
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