Reprodução de www.netvascco |
Estava a rapaziada em pré-temporada, no início do ano,
em Atibaia-SP, com salários atrasados, o que deixava a vida do Sávio
complicada. Um dia, quando ele chorava no cangote de Alecsandro, este
jurou-lhe: “Pra você parar de reclamar, a cada rede que eu balançar, lhe rolo
uma grana na mão. Combinado? Então, torça por mim”.
Quando Alecsandro já contava nove bolas no filó, Sávio
fazia a contas do quanto iria receber, depois que o “Almirante” abrisse o
cofre. Torcia mais do que o estádio inteiro. E sofria quando o atacante perdia
um gol. Principalmente, porque o acordo previa “colaboração dobrada”, por tentos
nos clássicos
Ficou assim o "curículo golar" do
artilheirão-2012: Vasco 2 x 0 Americano (1); Vasco 1 x 3 Duque de Caxias (1);
Vasco 3 x 1 Bangu (1); Vasco 2 x 1 Fluminense (2); Vasco 3 x 0 Volta Redonda
(2); Vasco 2 x 1 Flamengo (1); Vasco 2 x 2 Bonsucesso (1); Vasco 1 x 1 Resende
(1); Vasco 3 x 1 Nova Iguaçu (2).
NO TAPETÃO - No meio desse rolo todo, Alecsandro
deixou um na caçapa do uruguaio Nacional (Vasco 1 x 2 Nacional), um outro
contra o paraguaio Libertad (Vasco 2 x 0), ambos pela Taça Libertadores, e mais
um no amistoso da despedida de Edmundo (Vasco 9 x 1), diante do equatoriano
Barcelona, de Guayaquil. Sávio queria incluí-los no pacote, mas o
“regulamento” era omisso quanto a tais balançadas de redes, ficando “sub
judice”, para ser decidido no “tapetão”.
Com o “Alecgol” pintando no filó, o Vasco quebrou um tabu de oito temporadas sem ter o principal artilheiro do Estadual. Veja quem foram os “matadores” cruzmaltinos dos Cariocas: 1929 – Russinho, 29 gols, empatado com Telê, do América; 1931 – Russinho, 17; 1937 – Niginho, 25; 1945 – Lelé, 13; 1947 – Dimas, 18; 1949 – Ademir Menezes – 31; 1950 – Ademir Menezes, 25; 1962 – Saulzinho, 18; 1978 – Roberto Dinamite, 19, empatado com os flamenguistas Zico e Cláudio Adão; 1981 – Roberto Dinamite, 31; 1985 - Roberto Dinamite, 12; 1986 – Romário, 20; 1987 – Romário, 16; 1994 – Valdir ‘Bigode” 19; 2000 – Romário, 19; 2004 – Valdir ‘Bigode”, 14; 2012 – Alecsandro, 12, empatado com Somália, do Boavista.
Caretas criadas pelo pai Lela, em reprodução de www.noticias.bol.uol |
FLAMENGANÇAS - Filho do atacante Lela (Reinaldo Felisbino, o "Mentira", apelido puxado pelas suas pernas curtas), Alecsandro não pegou um voo direto de São Januário para a Gávea. Antes, fez escala no Atlético-MG.
Ele chegou ao Fla pelos inícios de 2014, para disputar 73 pelejas e marcar 32 gols. Foi campeão carioca naquela temporada, quando o juiz da partida final, contra o Vasco, "roubou" escandalosamente, o "Time da Colina", validando um gol flamenguista, em completo impedimento, aos 48 minutos do segundo tempo. Na temporada, Alecsandro saiu vice-artilheiro do Estadual-RJ.
Jogador "cigano", Alecsandro teve no Vasco o seu oitavo clube. O Flamengo foi o 10º. Antes, havia passado por Vitória-BA, Sport-PE, Ponte Preta-SP, Cruzeiro-MG, Sporting-POR, Al-Wahda (EAU) e Internacional-RS. Atualmente, veste a sua 12ª camisa, a do Corirtiba, após passagem pelo Palmeiras – ciganérrimo!
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