LUIS CARLOS LEMOS - Rolava o Carnaval de 1969 e, no Rio de
Janeiro, por aqueles dias, ninguém pensava em futebol. Pelos programas de
rádio, TV e notícias de jornais, o Vasco não escondia o desejo de ter o
ponta-direita do Flamengo em seu time. Nem pensar, respondiam os dirigentes
rubro-negros. E a maioria dos homens da imprensa acreditava neles.
Luís Carlos é o primeiro à esquerda, em foto reproduzida da Revista do Esporte |
Rufavam tambores, batiam-se pandeiros,
desfraldavam estandartes de escolas de samba. Sabendo que a situação financeira
flamenguista era difícil, o presidente vascaíno, Reinaldo Reis, telefonou ao
seu colega Veiga Brito e fechou a contratação de Luís Carlos.
Com o Carnaval rolando, a imprensa cariocas
soltou uma bomba no meio da folia e estourou crise na Gávea. Os candidatos
a presidente, André Richer e Moreira Leite, revoltaram-se, insuflaram a torcida
rubro-negra e esta produziu abaixo-assinado pedindo a saída do presidente Veiga Brito.
O Carnaval passou e Luís Carlos seguiu para São Januário. Aos 21 anos, era uma das maiores revelações do futebol brasileiro. E o melhor: levou quase NCr$ 100 mil novos cruzeiros (moeda da época) dos 15% que lhe cabiam pelo valor da transferência, uma fortuna para um rapaz pobre.
Da primeira vez que vestiu a
jaqueta cruzmaltina, Luís Carlos já deixou uma bola na rede, no
jogo-treino Vasco 9 x 0 Combinado de Vassouras-RJ. Passou a ser a grande atração para o amistoso
marcado com a seleção da então União Soviética e o grande reforço para o
Campeonato Carioca-1969.
Apelidado por Luis Carlos "Tatu", ele foi um dos mais úteis aos
times vascaínos da década-1970, atuando em várias posições. Campeão brasileiro-1974 – Andrada; Fidélis, Moisés,
Miguel e Alfinete; Alcir e Zanatta; Jorginho Carvoeiro, Ademir, Roberto
Dinamite e Luís Carlos foi o time dos 2 x 1 da finalíssima, contra o Cruzeiro,
em 1º de agosto, no Maracanã – esteve na “Turma da Colina” até 1976. A sua
estatura – 1m74cm – estava dentro das
consideradas boas para o jogador ofensivo do futebol brasileiro da época.
Nascido, em 11 de agosto de 1947, em Três
Irmãos-RJ, ele foi descoberto para o futebol quando estudava em Santo Antônio
de Pádua-RJ.
Visto pelo lateral-esquerdo flamenguista Paulo Henrique, que o
levou e o entregou ao treinador dos juvenis, o paraguaio Modesto
Bria, quando foi lançado no time A, não
decolou e pensou em desistir. Mas Paulo Henrique o demoveu da ideia.
LC fez
sucesso na temporada-1967, no ataque do Flamengo, mas em 12 de julho de 1968
estreava como vascaíno, oficialmente, entrando no decorrer do 0 x 0
Bangu, pela Taça Guanabara, no Maracanã, substituindo Valfrido, diante de
22.919 pagantes. Quando o técnico Paulinho de Almeida o mandou a campo, o
ataque vinha sendo Nei Oliveira, Bianchini, Valfrido e Acelino.
Cinco dias depois, Luís Carlos entrou como titular, em Vasco 0 x 1 América, sendo substituído depois, por Silvinho. Passados mais três dias, voltou a ser trocado (por Valfrido), durante o 0 x 0 Fluminense. Em 26 de julho, finalmente jogou uma partida inteira, no 0 x 1 Bonsucesso, com a ofensiva sendo Luís Carlos, Nei Oliveira, Valfrido e Acelino. E enfrentou o seu ex-clube, pela primeira vez, em 5 de agosto, com derrota, por 1 x 2.
O
primeiro Luís Carlos vascaíno, pelo Campeonato Carioca, foi em 8 de março de
1969, quando o treinador Pinga (José Lázaro Robles)
o lançou pelo comando do ataque – Nado, Valfrido, Luis Carlos (Beneti) e
Silvinho – do time que mandou 4 x 1 São Cristóvão, no Maracanã.
A primeira furada de rede pelo "Tatu" vascaíno foi em
5 de outubro, em 1 x 3 Flamengo, no Maracanã, pelo Torneio Roberto Gomes
Pedrosa, o Robertão, ante 665. 289 pagantes. Paulinho de Almeida voltara a treinar
a rapaziada e escalou este ataque: Luís
Carlos, Adílson, Valfrido, Acelino (Nado). Antes, no 13 de setembro, Luís
Carlos teve a sua primeira expulsão de campo vascaína, nos 3 x 1 sobre o
Atlético-MG, no Maracanã.
Júlio César, ao lado de Adílio, é o da direita, em foto reproduzida do Facebook |
Reproduzido de Revistado Vasco Nº 4, de setembro de 1983 |
Júlio César esteve cruzmaltino, entre
1987 a 1989, já bem rodado, após ter passado por Flamengo, Clube do
Remo-PA, Tallers, de Córdoba, da
Argentina, e Fortaleza-CE.
Teve uma segundas passagem pelo futebol
argentino, defendendo o River Plate, antes de vestir as camisa do
Grêmio-RS e do Atlético-PR. Depois do
River Plate, encerrou a carreira defendendo o mexicano Cuz Azul.
Júlio César da Silva Gurjol é carioca,
nascido em 3 de março de 1956. De vez em quanto, ele aparece na TV,
participando de peladas de antigos atletas. O ex-atacante formou-se em Educação
Física e trabalha como professor, no Rio de Janeiro.
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