Vasco

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terça-feira, 27 de junho de 2017

FERA DAS COLINA - ONDINO VIERA


   Lembra o pesquisador da história cruzmaltina Jorge Medeiros que, na data de hoje, há 20 temporadas, o treinador uruguaio Ondino Viera viajou para o infinito, tornando-se uma pessoa espiritual, após 96 viradas do calendário nesta vida planetária. Ele foi o montador da equipe vascaína que passou à história como “Expresso da Vitória” e  teve continuidade sob o comando de Flávio Costa.
Reprodução da Revista do Vasco da Gama
Com Ondino, o Vasco foi campeão carioca-1945, quebrando um jejum que passava por uma lenda, segundo a qual o atacante te Arubinha, do Andaraí, jogara praga para o “Almirante” passar 4.230 dias afundando em cada campeonato estadual. Castigo por ter mandado 12 x 0 em seu time, em 29 de dezembro de 1937.
No entanto, a praga começou a ser espantada em 1942, quando o presidente vascaíno Cyro Aranha livrou-se de dois treinadores – o iglês Harry Welfare e o gaúcho Telêmaco Frazão – dois jogadores argentinos e contratou Ondino para comandar a rapaziada. De cara, entregou-lhe três goleiros – Barbosa, Barqueta e Rodrigues; um “xerifão” argentino para a zaga – Rafagnelli – e mais dois homens defensivos – Ely do Amparo e  Berascochea, além dos atacantes Lelé, Isaías, Jair Rosa Pinto, Ademir Menezes e Chico.
Com esta moçada, Ondino armou o  time matador de pragas e foi campeão carioca, com 13 vitórias e cinco empates, em 18 jogos, tendo a sua moçada marcado 58 gols e levado 15, o que valeu o impressionante saldo de 43 – Rodrigues, Augusto e Rafagnelli; Ely, Berascochea e Argemiro; Djalma, Ademir, Lelé, Isaías (Jair) e Chico foi o time-base.  
Merecidas homenagens...
 Caneco na Colina, em julho de 1947, Ondino achou já ter feito o que deveria em São Januário e se mandou para o Botafogo,  deixando a máquina cruzmaltina ligada para Flávio Costa seguir viagem e aumentar, tremendamente, a torcida nacional vascaína. .
Antes de chegar a São Januário, Ondino Viera já dispensava carta de apresentação. Levara o Fluminense à conquista de seis disputas regionais e  o Bangu ao título do Torneio Início do Torneio Rio-São Paulo e ao vice do Campeonato Carioca-1951.  
 Ondino começou a carreira de treinador, em 1928, pelo time de sua terra, Cerro Largo, onde nascera, em 10 de setembro de 1901. Para ele, o problema do futebol brasileiro era o excesso de craques. O mais importante para um treinador, dizia, era saber como jogava o adversário e tentar neutralizá-lo. Principalmente, em uma Copa do Mundo, competição na qual só concebia a presença de atletas experientes, tarimbados e conhecedores das manhas dos rivais.
...ao grande mestre
 Além de Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo e Bangu, Ondino Viera ainda dirigiu, no Brasil, os times do Palmeiras (1953) e do Atlético-MG (1954/1955). Em seu país – campeão nacional em 1934/55/56/57 – treinou o Nacional (1930 a 1933 e de 1955 a 1960); Cerro (1965); Liverpool (1971) e Peñarol (1972, o último trabalho). Na Argentina, foi campeão nacional, pelo River Plate (1936/1937) e, no Paraguai, a seleção nacional (1963) o Guarani (1963/64), campeão nacional neste último ano.     

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