Lembra o pesquisador da história cruzmaltina Jorge Medeiros que, na data de hoje, há 20 temporadas, o treinador uruguaio Ondino Viera viajou para o infinito, tornando-se uma pessoa espiritual, após 96
viradas do calendário nesta vida planetária. Ele foi o montador da equipe vascaína que passou à história como “Expresso
da Vitória” e teve continuidade sob o
comando de Flávio Costa.
Reprodução da Revista do Vasco da Gama |
Com Ondino, o Vasco foi campeão carioca-1945, quebrando
um jejum que passava por uma lenda, segundo a qual o atacante te Arubinha, do
Andaraí, jogara praga para o “Almirante” passar 4.230 dias afundando em cada
campeonato estadual. Castigo por ter mandado 12 x 0 em seu time, em 29 de
dezembro de 1937.
No entanto, a praga começou a ser espantada em 1942,
quando o presidente vascaíno Cyro Aranha livrou-se de dois treinadores – o
iglês Harry Welfare e o gaúcho Telêmaco Frazão – dois jogadores argentinos e
contratou Ondino para comandar a rapaziada. De cara, entregou-lhe três goleiros
– Barbosa, Barqueta e Rodrigues; um “xerifão” argentino para a zaga –
Rafagnelli – e mais dois homens defensivos – Ely do Amparo e Berascochea, além dos atacantes Lelé, Isaías,
Jair Rosa Pinto, Ademir Menezes e Chico.
Com esta moçada, Ondino armou o time matador de pragas e foi campeão carioca,
com 13 vitórias e cinco empates, em 18 jogos, tendo a sua moçada marcado 58
gols e levado 15, o que valeu o impressionante saldo de 43 – Rodrigues, Augusto
e Rafagnelli; Ely, Berascochea e Argemiro; Djalma, Ademir, Lelé, Isaías (Jair)
e Chico foi o time-base.
Merecidas homenagens... |
Caneco na
Colina, em julho de 1947, Ondino achou já ter feito o que deveria em São Januário e se mandou
para o Botafogo, deixando a máquina
cruzmaltina ligada para Flávio Costa seguir viagem e aumentar, tremendamente, a
torcida nacional vascaína. .
Antes de chegar a São Januário, Ondino Viera já
dispensava carta de apresentação. Levara o Fluminense à conquista de seis disputas
regionais e o Bangu ao título do
Torneio Início do Torneio Rio-São Paulo e ao vice do Campeonato Carioca-1951.
Ondino começou
a carreira de treinador, em 1928, pelo time de sua terra, Cerro Largo, onde
nascera, em 10 de setembro de 1901. Para ele, o problema do futebol brasileiro
era o excesso de craques. O mais importante para um treinador, dizia, era saber
como jogava o adversário e tentar neutralizá-lo. Principalmente, em uma Copa do
Mundo, competição na qual só concebia a presença de atletas experientes,
tarimbados e conhecedores das manhas dos rivais.
...ao grande mestre |
Além de
Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo e Bangu, Ondino Viera ainda dirigiu, no
Brasil, os times do Palmeiras (1953) e do Atlético-MG (1954/1955). Em seu país
– campeão nacional em 1934/55/56/57 – treinou o Nacional (1930 a 1933 e de 1955
a 1960); Cerro (1965); Liverpool (1971) e Peñarol (1972, o último trabalho). Na
Argentina, foi campeão nacional, pelo River Plate (1936/1937) e, no Paraguai, a
seleção nacional (1963) o Guarani (1963/64), campeão nacional neste último
ano.
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