Vasco

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segunda-feira, 19 de junho de 2017

FLASCAÍNOS E VASBRO-NEGROS-1

Brito foi vascaíno por 15 temporadas
São muitos os atletas vascaínos e flamenguistas que, um dia, vestiram a jaqueta do rival. Isso começou depois das década de 1930, quando o zagueiro Domingos da Guia e o atacante Leônidas da Silva pularam para o outro lado do balcão.
Já houve, também, casos célebres: 1 – o coringa Alfredo foi para o Flamengo e não conseguiu ser flamenguista, de saudades da Colina, levando o presidente rubro-negro, Gilberto Cardoso, a telefonar para São Januário, pedindo a volta do atleta à Colina; 2 – sondado pelo rival, o goleiro Carlos Germano respondeu que jamais seria um flamenguista; 3 - o polivalente Fábio Baiano jogou só uma partida pelo Vasco, e não foi aceito pela torcida. No dia seguinte, foi embora.
 Vejamos alguns casos de quem, tempos depois de se dar bem com uma das camisas,  flamengou ou vascainou:   
 
BRITO – A campanha (invicta), comandada pelo treinador Flávio Costa, um flamenguista, que dera o título de campeão carioca-1945 ao Vasco da Gama, somou mais um torcedor da “Turma da Colina”: o garoto forte, cabeludo, de olhos amendoados e gênio expansivo. Começava, por ali, uma grande paixão. Tempos depois, ele treinava com a rapaziada de São Januário, agradava e assinava  ficha de inscrição, assinando: Hércules Brito Ruas.
Não foi fácil para Brito chegar a titular no time do Vasco. Teve de assistir jogos de Bellini, o dono da sua posição, por muito tempo. Mas garantia jamais ter sentido-se desprestigiado por ser reserva do “eterno capitão”. Garantia, porém, de só ter aprendido, com o rival,  estilo vigoroso e entusiasmo.
Reprodução de Placar.
Agradecimento
 Brito esteve vascaíno por 15 temporadas.
Em 30 de setembro de 1969, Brito tornou-se flamenguista, recebendo NCr$ 80 mil novos cruzeiros relativos ao valor do negócio. Queixava-se de "só ter feito dois bons contratos" em São Januário. Saiu afirmando ter vivido muito mais alegrias do que decepções, dentre esta ter sido afastado do time e acusado de sabotador, pelo treinador e ex-ídolo vascaíno Ademir Menezes, e  não ter recebido, da torcida, o apoio moral de que precisava, levando-o a pedir uma licença ao clube. 
 Pouco depois de trocar de endereço, Brito desagradou a torcida vascaína, dizendo que "o Flamengo fazia o seu jogador vibrar, mudar tudo quando vestia a sua camisa, pois a torcida rubro-negra era muito mais vibrante, fazia um ídolo da noite para o dia".  Pra piorar, acrescentou: “Sempre fui vascaíno, mas sempre quis jogar pelo Flamengo...Tive a sorte de me transferir para o Flamengo. Posso dizer que agora estou realizado”, declarou ao Nº 556, de 01.11.1969, da "Revista do Esporte", que o brindou com a capa da edição seguinte, sorrindo e envergando a jaqueta rubro-negra.  
 
BIANCHINI –  Por NCr$ 50 mil novos cruzeiros, de uma dia para o outro, o Vasco negociou o passe de Bianchini, com o Flamengo. O atacante, que fora o principal goleador do Campeonato Carioca-1963, em seus tempos de banguense, jogara pela Seleção Brasileira, ao lado de Pelé, que pediu ao Santos para contratá-lo. Além disso, dera muitas alegrias à torcida do Botafogo, que o negociou com os vascaínos.
Recebido por uma multidão de torcedores quando da sua apresentação rubro-negra no estádio da Gávea, Bianchini participou de um rápido treino, pediu o apoio da galera e mandou-lhe uma mensagem: “Espero realizar por aqui  mais do que fiz no Vasco”.
  Malandro, Bianchini disse aos jornalistas que vinha, de há muito, alimentando  a esperança de defender o novo clube. “Não é de hoje que eu e o Flamengo nos vemos com bons olhos”, afirmou, acrescentando que, antes, havia sido sondado por um dirigente flamenguista e, desde então, passou a pensar na possibilidade. Jogava com empenho pelo Vasco, mas  “sempre pensando no Flamengo”.
 Segundo Bianchini, ele pressentiu o seu fim de linha vascaíno quando o treinador Paulinho de Almeida tirou-lhe do time, escalando Valfrido em seu lugar. Saiu atirando no chefe, acusando-o de não ter tido a coragem de explicar-lhe os motivos que o fizerem sentir-se um proscrito. “Fui afastado sem a menor consideração”, desabafou para a Revista do Esporte – Nº 553, de 11.10.1969 –, jurando jamais ter sido indisciplinado, em São Januário, e chegado até a atuar, muitas vezes, sem as suas condições físicas ideais.
Adhemar Bianchini de Carvalho viveu durante 65 temporadas, entre  28 de setembro de 1940 e 27 de outubro de 2005. Casado, com Fernanda, gerou Fabíola e Verônica e conheceu os netos Samyr e Alice, filhos da primeira. Sua vida rubro-negra durou e rendeu pouco: 16 jogos e cinco gols. 

 

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